domingo, 3 de janeiro de 2010

Coluna do SUPER de hoje

O Brasil não é mais a terra dos artilheiros

Há quase um mês o Brasileirão já conheceu seu campeão e os donos das vagas das competições continentais. Os rebaixados já curtiram uma depressão e os que conseguiram o acesso já sonham com dias de glória. Enfim, a poeira do campeonato já baixou. Chegou um bom momento para avaliarmos os artilheiros do Brasil. Nada contra Diego Tardelli e Adriano, eles foram brilhantes e mereceram as suas marcas, entretanto, basta dar uma olhadinha para os campeonatos europeus que vamos tomar sustos com a elevada média de gols de alguns torneios. Tardelli e Adriano foram os artilheiros com 19 gols em 38 jogos disputados pelas suas equipes. A média é de um gol a cada dois jogos. Parecida com a média da Alemanha. Em 17 jogos disputados, Barrios e Kiessling marcaram 9 gols. Dos principais campeonatos disputados no Velho Mundo, o campeonato alemão apresenta a pior média de artilharia, mesmo assim ainda é superior a média do Brasileiro. Na Espanha David Villa faz quase um gol por jogo. O Valencia jogou 15 partidas e Villa marcou 13 gols. As médias do campeonato Francês, do Inglês e do Italiano não são fantásticas, no entanto, são bem melhores que a média do último Brasileirão. O Francês tem o marfinense Gervinho, do Lille, com 11 gols em 19 jogos. Darren Bent, Defoe, Drogba e Rooney marcaram 14 vezes em 20 jogos do Inglês. Di Natale, da Udinese, fez 11 em 17 jogos.

Portugal- A principal marca da Europa é a do time de Ramires e Éder Luiz. O Benfica disputou 14 jogos e o paraguaio Cardozo marcou 14 gols. Um gol por jogo! Se ele mantiver a média, em mais cinco jogos superará Adriano e Tardelli no Brasileiro todo. Podemos chegar a algumas conclusões: ou aqui os artilheiros não têm brilhado tanto, ou, lá fora só tem é que o jogo é ofensivo.

Estilo- Alguém pode até destacar que não se joga mais para um só definidor, que o futebol é mais coletivo, etc. Entretanto, lá fora também não é assim. A verdade é que os grandes homens de ataque da Europa estão aproveitando mais as oportunidades. Não tem como tirar os méritos de Cardozo e David Villa. Os dois estão honrando a posição.

Pé no chão- Longe dos brilhos dos holofotes e do mundo fashion do futebol profissional, diversos torneios de várzea estão lotando estádios em BH e região. A Copa Itatiaia é tradicional e mexe com as comunidades locais. Faz do vizinho o herói. Transforma o cidadão comum em artilheiro salvador.

Pé no chão II- O Planejar foi o campeão da V Copa Aguinaldo Campos, em Santa Luzia. O torneio amador teve mais de 300 atletas inscritos e a organização já sonha em fazer um formato de Copa do Brasil para a próxima edição. É lá, longe do brilho do profissionalismo, que o futebol alcançou o patamar que conseguiu no Brasil. Através da várzea é que ele chegou onde chegou.

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