segunda-feira, 17 de novembro de 2008

SELEÇÃO DO CAMPEONATO

Recebi a cédula para eleição da seleção do campeonato. Já encaminhei.
Se errei, azar. Já mandei!
Lá vai:
Victor – Grê
Vitor – Go
André Dias – SP
Miranda – SP
Leandro – Pal
Marquinhos Paraná – Cru
Hernanes – SP
Ramires – Cru
Alex – Int
Guilherme – Cru
Kleber Pereira – San

O craque foi Hernanes. A revelação foi Keirrison, Coxa Branca.
O técnico foi Muricy e o árbitro foi o Gaciba.

Ficou bom? Ficou péssima? Ta bom! Regular!

O FANTASMA DA LARANJA






Os amantes do futebol são gratos ao Amsterdamsche Football Club Ajax. Quem viu Cruyff jogar ou leu sobre o Carrossel Holandês não consegue esquecer do que foi o Ajax.
Fundado em 1900, o grande holandês se tornou conhecido em todo o mundo nos anos 70. Com Cruyff e Neeskens o Ajax conquistou a Liga dos Campeões de 71, 72 e 73. Com a força e a técnica daquele time o mundo conheceu a “Laranja Mecânica”, apelido da seleção holandesa que foi vice do mundo em 74 e 78. O tempo foi implacável para o Ajax. As faltas de renovação e de uma administração visionária ofuscaram o intenso brilho do clube holandês. O clube não disputa a Liga dos Campeões e tem imensas dificuldades de montar um elenco competitivo. Na disputa do campeonato holandês o Ajax até que responde bem, entretanto, há muito que o time não se encontra nos torneios internacionais.
O próprio futebol holandês tem passado dificuldades. Os fantasmas da técnica fora do comum e da arrumação tática do carrossel assustam e inibem jogadores medianos. Além disso, a Holanda sofre com a saída de jovens promessas e vê, a cada dia, seus futuros craques saírem cedo para a Inglaterra, Espanha ou Itália.
O desafio de lá é parecido com o de cá. A diferença é que o Brasil é quase um continente que respira futebol todos os dias. A desorganização aqui é maior. A fuga de jogadores é imensa, no entanto, o contexto e a tradição estão do nosso lado. Para os da Laranja Mecânica a tarefa é mais árdua. Conviver com a fama de que dão espetáculo e não ganham nada pode gerar frustração e ver dia após dias jogadores medianos atuando em outros mercados traz a certeza de que é preciso repensar o modelo.
A rigidez do modo que se vive futebol na Holanda deve ser destacada. Vários clubes colocam no estatuto o modo tático a ser seguido. A própria seleção, jogando bem ou mal, sofre com as comparações com o mundo de sonhos de Cruyff e companhia, na década de 70. É difícil, contudo, é inegável. Aquela laranja já morreu! É necessário plantar outra, talvez, bem diferente da antiga. Conviver com o sucesso do passado é bom, mas, transformar o sucesso em fantasma é um terror!

EM BUSCA DO CULPADO

A derrota do Cruzeiro para o Náutico serviu de munição pesada para os perseguidores do técnico Adilson Batista. Ele, que nunca foi unanimidade, é considerado o culpado de tudo. Choveu? Culpa do Adilson. Fez sol? Olha o Adilson errando de novo. Não acho certo e nem coerente apontar o treinador como o grande culpado. Concordo que ele também tem erros. Entretanto, vale uma reflexão: se ele fosse tão fraco assim o Cruzeiro estaria na posição em que está? O elenco do Cruzeiro é tão qualificado assim?
Relembrando, ou, contextualizando – O técnico escolhido para o ano de 2008 foi Mano Menezes. A diretoria chegou a almoçar com ele e fazer a proposta. No jantar, o Corinthians levou. Com a frustração de negativa do atual técnico campeão da série B, Adilson foi o escolhido. Chegou tendo de provar que tinha condições de fazer um bom trabalho. Uma característica ficou evidente, Adilson é muito trabalhador. Foi morar na Toca e dava conta de tudo o que ocorria. As indicações do treinador eram sempre questionadas. O discreto e eficiente Marquinhos Paraná sofreu. Boa parte da imprensa pedia Apodi e a torcida chegou a vaiar Marquinhos improvisado no setor da direita. O treinador tentava explicar que Paraná era o jogador de confiança, que jogava em qualquer setor. Pouco adiantou, Marquinhos teve que provar em campo. Contra tudo e contra todos, a favor do treinador e do Cruzeiro.
O Mineiro foi conquistado com folga. A Libertadores não! O Cruzeiro caiu contra o Boca. Acho que faltou tato no episódio Leandro Domingues. No entanto, o grande culpado foi o jogador, que saiu e não conseguiu jogar no Vitória. Marcelo Moreno foi embora e ninguém se lembra o que ele rendeu financeiramente ao clube. Rendeu por ter sido escalado pelo treinador. Não custa lembrar que ano passado Marcelo jogou muito pouco, praticamente não era escalado. Poucos vão se lembrar também que Adilson percebeu que o time deveria aproveitar a versatilidade de Charles, Ramires, Fabrício e Paraná. Ano passado o time penou com dois volantes e dois meias, quase não se classificou para a Libertadores. O treinador usou e abusou de colocar três volantes para jogar, o jogo fluiu e se acertou.
No jogo dos Aflitos entendo que o time teria que surpreender o Náutico. Sufocar nos minutos iniciais, marcar a saída de bola. Não! O Cruzeiro não conseguiu. Entre falhas individuais e coletivas o time azul tomou cinco e deu adeus ao título. Reflita: Jonathan é craque? Thiago Heleno? Fernandinho? Léo Fortunato? Marquinhos Paraná? Henrique? Camilo é irresistível? E os reservas? Gerson Magrão, Weldon, Reinaldo Alagoano, Wanderlei, Carlinhos, Bruno, Jajá. Amigo, o elenco é fraco! Adilson tirou leite de pedra. Fez e tem feito um bom trabalho. Não citei Ramires, Wagner, Thiago Ribeiro, Fábio e Guilherme. Excetuando o goleiro todos são muito jovens. Pergunta para não ser respondida: quanto seria o placar do jogo entre Cruzeiro de 2003 x Cruzeiro de hoje. A culpa é do Adilson? Não seria mais honesto falar que a culpa é da direção do clube?