segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cruzeiro deixa escapar a vice-liderança do Brasileirão

O Cruzeiro pagou caro pela derrota ontem à noite no Castelão, para o Ceará, pela 5ª rodada do campeonato. Com uma defesa lenta e um meio de campo inexpressivo, a Raposa foi presa fácil para a boa marcação do Vozão do Nordeste. Com o resultado, a equipe agora ocupa a 9ª posição na tabela.


Irreconhecível em campo, o clube de Minas não produziu um bom volume de jogo e acabou sendo surpreendido, pela esquerda, com o cruzamento de Misael para Lopes, convertido no único gol da partida ainda no primeiro tempo. A bola passou pela pequena área e encontrou o atacante livre, sem marcação e indefensável para o goleiro Fábio.


O primeiro tempo foi apático e cansativo de se ver! O Cruzeiro recuava muito a bola, com o zagueiro Gil retornando-a ao goleiro Fábio para dar prosseguimento ao jogo.


Com a boa movimentação do atacante Misael - o melhor em campo na minha opinião -, o Cruzeiro não conseguia apoiar o meio e nem o ataque pelas laterais, com o velocista cearense sendo quase um carrasco do seu marcador, impedindo-o de sair para o jogo e se descuidar de marcá-lo. Aliás, Jonathan e Fernandinho foram horríveis durante a partida; muito lentos e mal posicionados em alguns lances.


Com o Castelão lotado - cerca de 23 mil pessoas presentes -, o Vozão jogava atrás da linha da bola, esperando os melhores momentos para avançar e surpreender a defesa cruzeirense.


É nítida a falta que o Fabrício faz à equipe, principalmente se comparado com o Fabinho exercendo a sua função tática. Com Gilberto convocado para a Copa da África, a camisa 10 ficou para Roger, digo camisa 23, que não criou nada em campo e ficou meramente como uma peça ilustrativa no setor. Outro que fez falta foi o lateral esquerdo Diego Renan.


A bola não chegava no Thiago Ribeiro e o Kléber não aparecia para receber e tentar uma arrancada para cima da zaga da equipe comandada pelo técnico PC Gusmão.

O Cruzeiro apenas tocava a bola, sem nenhuma objetividade ou perigo contra o gol de Diego.


A defesa cearense, formada pelo bom lateral Oziel, Fabrício (ex-América MG), Anderson e Ernandes, inutilizou o ataque celeste, marcando muito bem quando se defendia. Outro que apareceu bem pelos nordestinos foi o veterano atacante Geraldo, substituído por Eusébio no segundo tempo.


Do lado do Cruzeiro, as falhas de posicionamento de Jonathan e Gil atrapalhavam o esquema tático do técnico Adilson Batista, incluindo o meia Marquinhos Paraná, que há muito está devendo para a torcida.


Após os 30 minutos, o Ceará atacou mais e o Cruzeiro foi obrigado a jogar recuado para não sofrer o segundo gol.


No segundo tempo, Adilson Batista promoveu as entradas de Elicarlos no lugar de Fabinho e Pedro Ken na vaga de Roger. O time ficou um pouco mais ofensivo, tanto que o Thiago Ribeiro meteu uma bola na trave.


Elicarlos deu mais mobilidade ao meio-campo e conseguiu neutralizar, parcialmente, as investidas do atacante Misael pela lateral do campo, fazendo a sobra da zaga.

Com a entrada de Ken, Kléber passou a atuar mais aberto, rememorando os antigos pontas-esquerda.


Há muito que o técnico Batista não muda a cara de sua equipe, insistindo na permanência, em alguns jogos, de jogadores visivelmente cansados, como Marquinhos Paraná, o Fernandinho e o Thiago Heleno, quando joga.


Mas, o inesperado ainda estava por vir!


Sentindo o bom momento azul, o técnico Adilson Batista promoveu uma nova mudança e colocou o atacante Wellington Paulista no lugar de Paraná. O ávido atacante ficou apenas seis minutos em campo e aumentou as estatísticas indisciplinares da equipe.


Cometeu a falta aos 34 minutos, reclamou com o juiz e foi advertido com o cartão amarelo e, como uma criança mimada, pegou a bola e arremessou-a ao chão com raiva. Foi expulso, prejudicando uma possível reação mineira em Fortaleza, no estádio Plácido Castelo.


Com o resultado, a Raposa perdeu três tabus: o Cruzeiro não perdia há 14 jogos como visitante em campeonatos brasileiros (a última derrota foi para o Grêmio por 4X1, no Olímpico), nunca havia sido derrotado pelo Ceará e perdeu, de quebra, a sua invencibilidade no Brasileirão 2010.


O Vozão assumiu a vice- liderança da competição e mantêm a melhor defesa das duas séries do Brasileiro, empatando com o América MG, com apenas um gol sofrido.


O juiz Péricles Bassols apitou muito bem, controlando os ânimos mesmo quando o Ceará passou a ser mais rígido nas faltas durante o segundo tempo.


Desejo citar um bom jogador para ser avaliada a sua contratação pela diretoria celeste: com um meio-campo deficitário, o nome do volante Corrêa, ex-Galo, poderia suprir a falta do Fabrício e até compor um meio mais eficiente do que o que foi escalado pelo técnico da Raposa ontem. Quem sabe?



Colaboração: Claudinei Souza

sábado, 29 de maio de 2010

Você já conhece a Jabulani?


O nome é esquisito para uma coisa que nós conhecemos muito bem. Mais arisca, cheia de inovações tecnológicas, colorida (...)


Jabulani é o nome escolhido, pela empresa de equipamentos esportivos Adidas, para a bola oficial da Copa do Mundo da África do Sul de 2010.

Na língua Zulu quer dizer "comemorar". Em IsiZulu significa "trazendo a alegria para todos". Em nosso português, a palavra não existe!


A bola foi apresentada, oficialmente, no dia 4 de dezembro de 2009, durante o sorteio dos grupos para a competição.


Entre as inovações, notamos que o número de gomos diminuiu para apenas oito, tornando-se quase uma esfera perfeita. Como parâmetro, as bolas comuns são, geralmente, produzidas com até 32 gomos hexagonais.


O modelo "Teamgeist", também da Adidas e utilizado na Copa do Mundo de 2006 na Alemanha, possuía 14 gomos. Daqui a pouco, a famosa pelota terá apenas um único gomo, se for seguida essa tendência tecnológica europeia.


Segundo a fabricante, a tecnologia utilizada está em estudo desde 2004 e o seu objetivo é criar um equipamento que sofra o mínimo de deslocamento, no ar, na hora do chute.


A Jabulani possui a carcaça interna produzida com fibras de algodão e de poliéster, além da câmara de ar. A sua superfície possuiu uma textura com algumas ranhuras, chamadas de 'grooves', que proporcionam um melhor contato com a pele e ajuda a bola a "voar" mais suavemente.


Uma de suas características mais marcantes é a simbologia que ela representa através de suas multicores. A Jabulani possui 11 cores diferentes, cada uma representando os dialetos e etnias oficiais do país sede.


A bola já havia sido testada no Mundial de Clubes da FIFA de 2009, realizado em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.


Uma outra versão oficial da bola, batizada de Adidas Jabulani Angola, foi utilizada na Copa das Nações Africanas de 2010. Este modelo tem uma coloração própria e diferente daquele que será utilizado na Copa da África. Não preciso nem dizer que a nossa amiga tem as cores de Angola, país que foi sede do torneio, não é?


Bem, a bola também já foi utilizada em diversos campeonatos europeus, como a Bundesliga 2009/2010, que representa a 1ª Divisão do Campeonato Alemão.


Segundo alguns jogadores, a bola ficou melhor, mais precisa na hora do passe e dos lançamentos em profundidade. Para os goleiros, a tecnologia tornou a pelota mais traiçoeira, mais difícil de ser defendida.


Mas como o espetáculo é o gol, vamos ver o que os grandes craques do futebol farão nesta tão esperada Copa do Mundo da África do Sul.


Saudações e até lá!

Colaboração: Claudinei Souza

Foto: Adidas/divulgação

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Coluna do SUPER de domingo

Dia do Para Casa

A campanha inicial do Atlético carrega a marca da irregularidade. O time vence em casa e entrega fora. Contra o Grêmio Prudente o que se viu foi um time lento e despreocupado. O resultado não poderia ter sido outro. Na outra aventura fora de casa, o Atlético conseguiu a façanha de marcar três gols no Barradão, no entanto, a defesa convidou e o Vitória aceitou fazer outros quatro. A derrota do meio de semana aumenta a necessidade de vencer o Fluminense hoje. O jogo não será nada fácil. O Atlético ainda proporciona espaços e o adversário gosta de trabalhar a bola. Já observou a tabela? Depois do Flu, o Galo pega o Grêmio, no Olímpico. É certo que o campeonato ainda está no início, mas o ano não. Já é hora de o time mostrar regularidade também fora de casa. A defesa, que se acertou no Mineiro, voltou a virar motivo de preocupação. Na pauta de reforços e contratações, a direção deve avaliar a necessidade de trazer zagueiros de confiança para a equipe. Não adianta jogar um jogo de Baresi e entregar nos seguintes. É verdade que Cáceres volta depois da Copa e Sidimar mostra que tem futuro, mas sonhar com eles e acordar com as falhas atuais não tem sido agradável.

Vozão- O Ceará não encarou a Primeira divisão com ansiedade, o time preferiu a empolgação e vive um grande momento. P. C. Gusmão conseguiu estimular seus jogadores. A vida do Cruzeiro será muito complicada hoje. O Ceará carrega muito bem a bola e mostra um bom toque pelo meio. Jogando contra um meio que marca mais o Vozão vai ter que alterar seu estilo.

Clássico- A rodada ainda marca um jogo que pode alterar a liderança da competição. O Corinthians vai encarar o Santos, no Pacaembu. O Cruzeiro deve ficar com olhos atentos para a disputa. A tabela marca o encontro contra os Meninos da Vila para o meio de semana. Vencendo o Ceará hoje e, dependendo do resultado do clássico, o Cruzeiro pode até sonhar com a liderança contra o Peixe.

Copa- A notícia de que Fernando Torres já começou a fazer o trabalho de campo tranqüilizou a Espanha. O atacante, que ficou parado desde abril, tem ótimo porte físico, boa técnica e velocidade. Torres foi o autor do gol do título da Eurocopa, contra a Alemanha. O ataque com Villa e Torres é dos melhores da Copa.

Argentina- São dois os grandes problemas dos “hermanos”: a defesa e o treinador. Acertar a defesa não será tarefa fácil. Entretanto, o grupo de jogadores pode se unir em torno de Maradona e o time pode ficar muito forte. No amistoso contra o fraco Canadá, Diego utilizou Maxi Rodriguez e Di Maria como homens de meio, abrindo o jogo. Já falei, e vou repetir: olho neles!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Um dia uma muralha, no outro barro e pau a pique (...)

Podemos definir a derrota do Atlético para o Vitória ontem, no Barradão e com um jogador à mais, simplesmente analisando o seu sistema defensivo: inconsistente, errôneo e displicente.


No primeiro gol, bate e rebate na pequena área e o zagueiro Jairo Campos não conseguiu cortar o lance com precisão. Schwenck 1X0.


No segundo gol, Werley não saiu do chão e deixou o atacante livre cabecear sozinho: Schwenck 2X0.


O terceiro foi ainda mais bisonho: o lateral direito, Diego Macedo, estreante com a camisa do Galo, recuou a bola na fogueira para o goleiro Marcelo e ele "tentou" mostrar habilidade em dominar no peito. Dominou... para os pés e conclusão novamente do artilheiro da partida Schwenck. Foram 3 gols, até aquele momento, de mau posicionamento do sistema defensivo alvinegro.


E o ataque fazendo a sua parte e empatando o jogo a cada vacilo da sua defesa.


No finalzinho da partida a grande derrocada. Para pagar a minha língua em dizer que o meia Evandro não tinha mais espaço no elenco do Galo, ele recebeu o passe na entrada da área, com três marcadores apenas o observando e, com o gol aberto, bateu no canto esquerdo de Marcelo, fechando a tampa do caixão!


Os gols do Galo foram de Muriqui - um golaço de primeira após o lançamento de Ricardinho; o mesmo Ricardinho de falta e o terceiro do artilheiro do Brasileirão 2009, Diego Tardelli.


O próximo adversário do Atlético será o Fluminense, no Mineirão domingo, 30 de maio, às 16 horas. O Fluminense venceu o Flamengo por 2X1 e virá com tudo para cima do Galo.


Espero que a equipe esteja preparada e conscientizada da vexatória vacilada no Barradão.


Só faltou o acarajé e o azeite de dendê para completar a festa baiana, que com um jogador a menos, comeu o galo!



Colaboração: Claudinei Souza

Fotos: Felipe Oliveira - AGIF/D.A.Press

Cruzeiro venceu, mas não convenceu




No Mineirão, o time azul celeste finalmente estreou seu novo uniforme. A camisa amarela ficou bonita, mas o futebol apresentado pela equipe de Adilson Batista deixou muito a desejar. Sem Fabrício o meio perdeu velocidade e a equipe teve muitas dificuldades na saída de bola. No início do jogo tudo indicava que o Cruzeiro não teria problemas para vencer um desfalcado Botafogo. Sem os brigões, Herrera e Caio, e sem o atacante “Loco” Abreu – convocado para a seleção Uruguaia-, Joel Santana optou por armar a equipe de uma forma mais defensiva. Fahel auxiliou os dois zagueiros e ajudou a compor a defesa. No meio, Leandro Guerreiro e Sandro Silva deram consistência ao setor. Os alas, Alessandro e Somália auxiliaram Lúcio Flávio no setor de criação da equipe. No ataque, Renato Cajá era o responsável por buscar o jogo no meio e levar a bola até a grande área para um isolado Edno, que jogou sozinho no ataque.
O Cruzeiro começou bem, manteve o domínio do jogo e aos 18 minutos chegou ao gol. Jonathan cruzou rasteiro e o artilheiro Thiago Ribeiro se antecipou ao goleiro e marcou: 1 a 0.
Após o gol, o Cruzeiro resolveu administrar o resultado. Com muitos toques de lado e até irritantes recuos de bola - do meio-de-campo - para o goleiro Fábio, o time celeste tirou o pé e o Botafogo, aos poucos, foi se soltando em campo. A equipe carioca passou a ditar o ritmo do jogo e o Cruzeiro pouco agredia. O time azul estrelado não se impôs em campo e “deixou” o Botafogo gostar do jogo.
Aos 43 minutos a equipe celeste levou um susto: Somália invadiu a área e foi derrubado por Gil, pênalti. Na cobrança Renato Cajá bateu no canto esquerdo e Fábio evitou o gol botafoguense.

Segundo tempo:

O susto levado pelo Cruzeiro nos minutos finais da primeira etapa deveria ter acordado a equipe, mas de nada adiantou. O time azul foi envolvido por um Botafogo mais agressivo. O treinador Joel Santana apostou suas fichas no ataque, sacou o jogador Sandro Silva do meio-de-campo e colocou o jovem atacante Alex. O Botafogo passou a mandar no jogo. Teve mais posse de bola e criou boas oportunidades enquanto o Cruzeiro parecia perdido em campo.



O jogo foi muito fraco tecnicamente e o goleiro Fábio, com duas ótimas defesas, foi o grande responsável pela vitória celeste.
Os três pontos conquistados foram muito importantes, mas o Cruzeiro ficou devendo muito. A equipe esteve irreconhecível e foi apática em campo. Venceu e não convenceu. (VR)

Colaboração: Vander Ribeiro
Fotos: Vander Ribeiro

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Celso Roth perdeu uma ótima chance de ganhar o grupo

Sou radicalmente contra a atitude de um grupo e torcedores que invadiu São Januário para pressionar os jogadores do Vasco.
Invadir o local de trabalho é falta de respeito e só atrapalha o ambiente e depõe contra a imagem do clube.
No entanto, vários são os episódios de invasões espalhados pelo país.
O Bahia, que hoje lidera a Série B, já sofreu muito com isso. Alguns jogadores foram até agredidos e os resultados não vieram.
Muito do que acontece só é possível pela omissão dos dirigentes e até pela conivência dos mesmos.
Em 2006, quando o Atlético disputava a segunda divisão do Brasileiro e fazia uma campanha inicial duvidosa, um grupo de torcedores foi para a porta da Cidade do Galo e, aos gritos, começaram a "cobrar" com ameaças uma postura diferente dos jogadores.
Levir Culpi, que havia acabado de chegar, tomou uma atitude perigosa e vencedora.
Ele desceu do carro e se pôs no meio dos "torcedores". Para todos ouvirem, Levir exigiu respeito e disse que se algum atleta sofresse qualquer tipo de violência, ele, ali mesmo, entregaria o cargo.
Os "torcedores" custaram para acreditar que alguém tivesse coragem de descer do carro e ainda por cima pudesse encarar a confusão.
Quase que automaticamente, a atitude de Levir Culpi foi divulgada nos vestiários e o grupo de jogadores se fechou com ele.
A campanha do retorno foi boa e o Galo foi campeão da B.
Celso Roth poderia ter encarado a confusão e poderia ter conquistado o grupo de jogadores.
Sei que não é fácil, mas daria um retorno e uma cumplicidade que ele pode demorar a obter.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

O futebol que aprendi a gostar não é preconceituoso


Cresci no meio da brincadeira do futebol.
Algumas vezes fechávamos as esquinas da R. Guaranésia, entre Varginha e Saldanha da Gama.
Outras vezes um de nossos amigos ficava da esquina preparado para gritar que o ônibus da Viação Andrade Costa estava chegando. Saudades da Floresta! O bairro das doces lembranças.
Tínhamos um campeonato mensal entre dois times.
Um time usava camisas do Cruzeiro e o outro as do Atlético.
Cruzeirenses jogavam pelo Atlético e atleticanos pelo Cruzeiro.
As famílias dos meninos de 10 a 15 anos torciam, gritavam, faziam a festa.
Tínhamos até contrato e campeonatos que duravam uns três finais de semana.
Meu primeiro campeonato foi com a camisa do Cruzeiro. Fui campeão!
Um mês depois meus amigos me levaram para o Atlético e... fui campeão fazendo dois gols na final.
No nosso mundo lúdico de amigos e muita bola, rompemos cedo com as paixões irracionais.
Usávamos a camisa dos adversários com a mesma tranquilidade que as dos nossos times.
Na Copa de 82, eu, Guilherminho, Ronaldo Lumbriga, Willian, Fabiano, Guilherme, Beto, Toninho, Juca, Xéu e muitos outros, sentimos a dor da derrota.
O que não impedia de jogar um controle ou uma paulistinha acreditando que éramos Paolo Rossi, Grazianni ou até Zoff.
Sei que sou um felizardo e não pretendo que todos compreendam a realidade daqueles meninos.
Por termos brincado pelo Atlético e pelo Cruzeiro, por termos defendido como Dino Zoff e marcado como o Bambino D'oro, não consigo compreender os motivos que levam empresas, que trabalham com a informação e pelo bem comum, a incentivarem o preconceito e até o ódio pelos argentinos.
Minha visão é totalmente diferente. Adoro futebol e até por isso gosto muito do futebol argentino.
Sempre achei Maradona um gênio, um mito. Herói de minha adolescência.
Obviamente que tinha as minhas camisas da seleção de 82.
Nutri por aquele time uma paixão inesquecível. Time dos sonhos.
Mas não consigo amar e odiar. Ódio e amor não convivem bem.
Quando leio a lista dos convocados de Dunga, sinceramente, não consigo chamar o "lúdico".
Quando vejo que Diego Maradona tem Di Maria, Tevez, Milito, Messi, Higüaín e poderia ter Cambiasso...ah! tenho vontade de ver jogar.
Tenho muita vontade de ver Gerrard e Lampard lado a lado.
Não aguento mais esperar Xabi, Iniesta, Xavi, Fábregas, Torres e Villa entrarem em campo.
Quero ver Van Persie em velocidade depois de receber de Robben um passe preciso.
Não consigo ser xiita. Adoro futebol e valorizo a qualidade.
Se a qualidade for verde e amarela vou gostar. Vou me identificar com um povo sofrido que não questiona e chora pela seleção brasileira.
Se a qualidade estiver com a turma de Diego, vou parar para ver e vou torcer para que a qualidade siga em frente.
Se for com Steve G? Vou adorar. Sou fã do mestre inglês.
Meu coração, meu modo de ver futebol não tem nada com patriotismo.
Adoro a mistura e a cultura de meu país.
Adoro a bola bem jogada em qualquer país do mundo.
Foto da turma da Rua Guaranésia, Floresta.
Copa de 82.
Eu e Ronaldo em pé.
Guilherme, Guilherminho e Fabiano agachados.

Atlético melhora no 2º tempo e goleia o xará paranaense

Apesar de ter tido as melhores oportunidades de gols do que o Atlético Paranaense, o Galo não conseguiu marcar o seus tentos na primeira etapa.
Com um bom volume de jogo mas enfrentando uma equipe que jogava recuada à espera dos contra-ataques, o time mineiro errava muito nas finalizações e deixava a equipe visitante dominar mais o setor de meio campo.

Após os 20 minutos iniciais, os comandados do técnico Vanderlei Luxemburgo começaram a atuar melhor, pressionando mais o time paranaense pelas laterais com Coelho e Leandro.

O Galo teve ótimas chances com Muriqui atuando como uma espécie de assistente - tipo um pivô na categoria futsal - e Tardelli mais livre para chutar, sendo ainda mais ofensivo e obrigando o excelente goleiro Neto a se desdobrar em sua meta.

Quando o time parecia ter recuperado o domínio do meio campo, o meia Zé Luís sentiu uma contusão próximo a região lombar e Luxemburgo teve que optar pela entrada do experiente Júnior, mantendo o elenco ofensivo e posicionando os jogadores Corrêa e Fabiano um pouco mais atrás, fechando a entrada da área atleticana e evitando os avanços de Paulo Baier e Alex Mineiro. Apesar da alteração tática, o Atlético continuava perdendo chances incríveis de abrir o placar no Mineirão.

Percebendo o perigo, o técnico do Furacão, Leandro Niehues, adiantou a sua marcação e equilibrou novamente o seu meio de campo, mantendo o resultado para a etapa suplementar.

Somente durante o intervalo da partida foi possível a entrada da torcida paranaense Os Fanáticos no estádio Governador Magalhães Pinto, recebida com os devidos procedimentos de segurança aos seus integrantes.

No segundo tempo, o Galo voltou mais aguerrido e mais objetivo.

Aos dez minutos a casa do Atlético Paranaense caiu. Coelho cruzou da direita e o goleiro Neto espalmou para fora da pequena área. Muriqui dominou e abriu o placar no gigante da Pampulha. A torcida ainda comemorava quando, dois minutos após, o lateral esquerdo Leandro cruzou novamente a bola para a área adversária e Diego Tardelli marcou, de cabeça, o seu primeiro gol pelo Brasileirão 2010.

Com o resultado inesperado logo no princípio da etapa final, o Atlético Paranaense foi obrigado a abrir-se e sair para o jogo, cedendo ainda mais espaços para os donos da casa.

Aos 27 minutos, após uma ótima troca de passes na entrada da área rubro negra entre Fabiano, Júnior e Ricardinho, o ex-corinthiano campeão do mundo marcou o seu. Ricardinho recebeu de calcanhar e chutou forte no canto esquerdo do goleiro Neto, que nada pode fazer.

O jogo parecia ganho mas o Galo começou a dar mais oportunidades de contra-ataques ao seu adversário e, aos 37 minutos, Bruno Mineiro marcou o gol de honra dos paranaenses, após o cruzamento de Netinho na segunda trave alvinegra.

Contra o Furacão, o técnico Vanderlei Luxemburgo promoveu a entrada dos estreantes Marcelo, no gol, e do meia João Pedro na equipe principal, além do zagueiro Benitez no lugar de Ricardinho, quase ao fim da partida.

Sobre o goleiro Marcelo, o técnico disse em sua coletiva à imprensa que gostou da sua atuação, considerando-o um atleta rápido e ágil, apesar de não ter tido tantas oportunidades de mostrar o seu talento devido à boa marcação atleticana no setor defensivo. Já o meia não teve muito tempo para ser avaliado em campo, mas mostrou personalidade com a camisa alvinegra.

Do lado paranaense, os destaques foram o bom goleiro Neto e os atacantes Alex Mineiro e o ex-atleta do América-MG, Bruno Mineiro, autor do gol paranaense.

A arbitragem de Sálvio Spinola, árbitro da FIFA-SP, foi boa, não comprometendo o ritmo do jogo.

O melhor em campo, na minha opinião, foi o meia Ricardinho, do Galo, que fechou muito bem o seu setor e deu ótimos passes para os seus companheiros.

O próximo adversário do Galo será o Vitória, na próxima quarta-feira às 19h30, no Barradão.

O Furacão enfrentará o Atlético Goianiense, na Arena da Baixada, na próxima quinta-feira e no mesmo horário.

Colaboração: Claudinei Souza
Fotos: Vander Ribeiro


Galeria de imagens

domingo, 23 de maio de 2010

Corinthians 100%

O futebol apresentado não convenceu, mas o Corinthians manteve o aproveitamento de 100% nas rodadas iniciais.
O Fluminense foi mais time que o Atlético PR e que os reservas do Grêmio, os dois primeiros adversários do time treinado por Mano Menezes.
O líder do campeonato entrou com a formação mais utilizada nos últimos jogos.
Uma linha defensiva com quatro homens. O meio com três volantes: Ralf protegendo a zaga, Jucilei e Elias, que se mostrou perdido em alguns momentos.
Jorge Henrique e Dentinho abriam o jogo e Souza buscava a movimentação perto da área.
Aos 11 minutos, Chicão bateu falta e fez o único gol da partida.
As grandes jogadas do Corinthians saíam pela direita. Dentinho, Moacir e Elias abusavam de partir para cima dos lentos Carlinhos e Leandro Euzébio. Diguinho teve que socorrer o setor e foi premiado com um amarelo.
Aos poucos, o rendimento do meio corintiano foi diminuindo. O Flu ganhou espaço e Conca, Marquinho e Rodriguinho passaram a fazer o jogo carioca acontecer. Fred procurava a lentidão de Willian e o Corinthians não via a cor da bola.
Causou espanto a fragilidade física dos corintianos.
Mano Menezes teve que mexer. Colocou o lento Tcheco e demorou para colocar Defederico para armar.
As modificações pouco ajudaram a equipe.
O Tricolor carioca teve mais posse de bola e errava no passe final.
O placar ficou no 1 a 0.
O Fluminense pode crescer na competição e o Corinthians, que é líder, precisa melhorar fisicamente.
O teste foi bom, mas o time mostrou que tem limites mais evidentes que o esperado.

sábado, 22 de maio de 2010

No Palestra, o futebol mostrou mais uma de suas surpresas

Os times são conhecidos como Palmeiras e Grêmio.
Entretanto, pelos acontecimentos envolvendo os dois adversários, poderíamos trocar os nomes deles pelo que eles representaram para as suas torcidas nas últimas semanas: Depressão x Decepção.
O Palmeiras seguia mergulhado em uma bagunça sem fim. O treinador brigou com um jogador e os dois foram demitidos. Pior, muito pior, que placar de 0 a 0, contra o Vasco, foi aquilo que chamaram de exibição da equipe. Dava pena!
Saiu Antônio Carlos Zago e entrou Parraga.
O Grêmio viveu o êxtase de bater o Santos, depois de uma virada sensacional e depois caiu, impotente, perdendo para o mesmo Santos a vaga na final da Copa do Brasil.
Pior, muito pior, que o placar de 3 a 1 para o Santos, foi a sensação de que a imortalidade não havia sido suficiente.
No Palestra estavam os dois. Depressão x Decepção, Palmeiras x Grêmio.
E o jogo foi muito bom.
O Grêmio tomou a iniciativa e pressionou o Palmeiras, que começou a mostrar que tinha uma jogada rápida de contra-ataque preparada.
Não deu outra.
Cleiton Xavier tocou para Rodrigo falhar e a bola sobrar para Éwerthon marcar 1 x 0, para o Palmeiras.
O técnico Jorge Parraga acertou o posicionamento defensivo e buscou liberar Vitor, pela direita.
O segundo gol saiu também com Éwerthon, que parecia estar em posição irregular.
Na saída, quase saiu o terceiro do Palmeiras e o terceiro do Éwerthon.
A imortalidade gremista foi novamente chamada e Leandro tocou para Jonas marcar.
Perto do fim do primeiro tempo duas situações mudaram o jogo.
Marcos Senna e Douglas foram expulsos e Léo foi substituído por contusão. Em seu lugar entrou o zagueiro Maurício Ramos.
Logo no início do segundo tempo, Fábio Rochemback bateu uma falta lateral na cabeça de Hugo, que empatou.
O Palmeiras voltava a viver seu drama. Abrira dois gols de vantagem e o Grêmio buscou o empate.
Incrível, mas o time de Parraga não pareceu desesperado ou abatido.
Com velocidade e Vinícius e Éwerthon abertos, o Palmeiras voltou a dominar a partida.
Maurício Ramos, que havia entrado no lugar de Léo, fez o terceiro.
Em clara opção pela velocidade e pelos contra-ataques, o quarto gol saiu com Cleiton Xavier aproveitando passe de Vinícius.
Dá para entender?
O deprimido Palmeiras encarou o Grêmio. Manteve a vantagem, mesmo após ver o time gaúcho empatar?
Alguém vai tentar explicar?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Coluna de O TEMPO de hoje

O verdadeiro Ganso



Ficaria meio chato falar que as luzes se apagaram, que a cortina se fechou ou que o espetáculo acabou. O fato é que Marques encerrou a carreira e marcou seu nome na história do futebol brasileiro e do Atlético. Muitos gols, dribles rápidos, cruzamentos precisos e diversas assistências. Vários momentos foram marcantes e permanecerão na memória de muitos admiradores do futebol de Marques. A verdade nua e crua é que ele parou, outros já pararam e muitos ainda vão chegar lá. A vida segue. Entretanto, a notícia do encerramento da carreira do verdadeiro Ganso, fez o ex-companheiro de Corinthians, Zé Elias – atualmente comentarista da Rádio Globo SP – lembrar dos tempos de menino, em Guarulhos. Zé Elias tem Marques como um dos poucos amigos que fez em 16 anos de futebol. Ele sempre chamou Marques de Ganso. O apelido foi dado pelo tamanho do pescoço do atleticano. Conversei com o Zé da Fiel e ele descreveu Marques como um amigo leal, simples e descontraído. A imagem que Zé Elias vai ter sempre guardada do Ganso original é a de um jovem, com sorriso tímido, vontade de vencer e de mãos estendidas para os amigos. O maior gol marcado por Marques foi a fidelidade aos amigos. Marques sai do campo, mas sua imagem não sairá da memória.



Libertadores- A eliminação do Cruzeiro não combina com o início da caça às bruxas. É preciso ser honesto e reconhecer que o São Paulo foi melhor e mais profissional. O Cruzeiro aproveitou o período de inscrições para fazer Fábio Santos jogar. Já o Tricolor, inscreveu Fernandão. Alguém vai querer comparar? Méritos ao São Paulo, dentro e fora de campo.



Brasileiro- Agora não existe outra prioridade. A meta do Cruzeiro é o Brasileiro. Entretanto, é preciso esquecer a eliminação e aproveitar o bom início. A abertura da janela não precisa ser vista como um terror ameaçador. Chegou a hora de reforçar a equipe nos pontos mais carentes. O caminho é longo, mas não precisa ser sofrido.



Apostas- Quando Vanderley Luxemburgo mostra estar disposto a investir em Sidimar e João Pedro, ele faz uma aposta com boas chances de acertar. Os meninos têm muita qualidade técnica e merecem a oportunidade de jogar. Todo cuidado e carinho com eles ainda é pouco. O que não faltam são exemplos de lançamentos de meninos da base que deram errado.



Copa- A imprensa mundial destacou a ausência da Ballack do Mundial da África. A Alemanha pode aproveitar a falta de seu capitão e dar mais liberdade ao meia Schweinsteiger. O técnico Joachim Löw já acenou com a possibilidade de adiantar o meia do Bayern de Munique e pode até dar a faixa de capitão a ele.

Coluna do SUPER de domingo

A Copa pode decidir o Brasileiro

Os olhares estavam divididos entre Libertadores, Copa do Brasil, preparativos para a Copa e Brasileirão. Agora não podem estar mais. Copa é Copa. Todos nós sabemos que o país se veste de verde e amarelo, por mais que a convocação tenha mais a cara do Dunga que dos torcedores. Entretanto, a Copa vai fazer o calendário do futebol mundial parar. Até a Copa chegar todos os olhares devem mirar apenas o Brasileirão. Desde a primeira rodada até a parada para a África serão 21 pontos. Quem conseguir dar um esticão nas rodadas iniciais pode acumular uma gordura importante para a sequência da competição. Além do mais, interromper o Brasileirão nas primeiras posições dá mais ânimo, confiança e visibilidade. Durante quase um mês o nome do líder permanecerá sendo divulgado com destaque. O Internacional vai dar cerca de 15 dias de férias para os jogadores e outros clubes também adotarão o mesmo expediente. Na minha visão, o tempo deve seu utilizado para ajustar as equipes e para recondicionar fisicamente os atletas. Depois da Copa, Inter, São Paulo, Vitória e Santos vão continuar divididos e sem priorizar o Brasileirão. Para o Santos a situação ainda pode piorar com a provável perda de Robinho.Atlético e Cruzeiro devem aproveitar e decolar.

Torcedor- A Copa mexe com todo o tipo de torcedor. Aquele que só torce pela seleção e se reúne de quatro em anos, muitas vezes, só enxerga o Brasil e tem raiva da Argentina. No entanto, muitos observam a Copa como uma oportunidade de ver vários craques reunidos em uma única competição. Quem gosta e se liga muito já tem seus candidatos a craque da Copa.

Dúvidas- Muitos craques não estão nas melhores condições e alguns estão até machucados e são dúvidas. Fábregas e Torres, na Espanha, estão contundidos. Rooney, da Inglaterra, ainda sente dores. Kaká não está bem em 2010. Ribery vive conflitos pessoais. Ballack foi vetado. Quem será o craque da Copa da África.

Artilheiro- O nome de Messi fica mais forte ainda. O treinador DiegoMaradona priorizou o ataque e Messi pode ter mais liberdade. Foram, seis atacantes convocados. 2010 foi incrível para ele. O Pulga foi campeão espanhol e o grande artilheiro da Europa. Bem acompanhado de Tevez, Milito ou Higuaín, o baixinho vai ser o mais valorizado na bolsa de apostas de craque da Copa.

São Paulo- Muito criticado por muitos, o técnico Ricardo Gomes começa a experimentar um momento especial no comando do Tricolor. Ricardo acertou a defesa e montou um eficiente time contra o Cruzeiro. O São Paulo não leva gols na Libertadores há mais de setecentos minutos. Foram só dois gols na fase de classificação, na única derrota da equipe.

Agora estou em São Paulo

Amigos leitores,

Foi tudo muito corrido, mas aconteceu.
Aceitei uma proposta da Rádio CBN São Paulo e saí de BH.
O início tem sido complicado, mas chego lá.
Nasci em São Paulo e logo cedo fui para BH.
Serei sempre um paulista-mineiro.
Amo minhas montanhas e minhas raízes.
Precisava atravessar as montanhas.
Conto sempre com vocês.
Serei sempre o mesmo.
Não sou pautado por ninguém para falar isso ou aquilo.
Tenho meus conceitos e minha maneira de trabalhar.
Trair meu estilo é trair minha história.

A televisão está ligada, mas meus olhos ficam perdidos no espelho.
Olhando para mim mesmo, me pego tentando entender para explicar.
Além da tv e do espelho, só a cama e um rádio relógio no novo quarto.
Desço um pequeno degrau e em oito passos abro a porta.
O tamanho do flat é inversamente proporcional ao futuro que se avizinha.
Nem sei quanto tempo olharei do espelho para a tv.
Mas imagino que meus passos vão tomar outro rumo, talvez outra dimensão.
No espelho lembro de um menino que aprendeu a conviver com a solidão.
Um menino que oferecia sorriso e lealdade, só queria papo, atenção e bola.
Voltava para casa em busca da mãe e tudo o que ela representava: tudo.
Os sonhos passavam pela bola. Sonhava com ela, dormia com ela, pensava só nela.
Por estar sempre muito só, aprendi a pensar.
Pensar e conversar. Como pensar e conversar me ajudaram.
O fim do mês me obrigou a trabalhar cedo.
Com tergal azul claro passei a subir e descer escadas.
Um documento era deixado ali e outro lá. Aqui não existia.
As escadas ajudavam a pagar as contas.
Minha mãe dava claros sinais de que não era eterna.
Deus ocupou um espaço vital.
Entre loucuras e delícias a paz buscava espaço. Chegou.
Deixei as escadas e encarei máquinas de calcular. Carimbava muito rápido.
Entre um número de banco e outro, os sonhos com a bola mudavam a direção.
Não daria mais para correr com ela, mais sábio seria pensar e conversar sobre ela.
Após escadas, carimbos, máquinas, vidas e bulas o momento passava a ser de fios e sons.
Era bom escrever, ler, ouvir, ver mais a bola em minha vida.
Colocar teoria nos pensamentos se tornou obsessão.
Deus, que sempre esteve presente, fez o milagre de coincidir os fatos e os sentimentos.
Após desistências, questionamentos e retornos, formei e a porta se abriu.
Atlético, Cruzeiro e América foram ótimas escolas. Guardarei sempre o carinho por eles e por outros campos e times mineiros.
As montanhas de Minas serão sempre o contorno do meu quadro.
Precisava esticar meu olhar. Precisava expandir meus sonhos.
Nunca quis abandonar meu canto, talvez agora entenda que meu canto agora é outro.
Voltei para onde o mundo me recebeu e espero tornar o furacão e a velocidade mais dóceis com meu olhar, meu pensar e meu conversar.
Não pude despedir dos amigos, mas eles são como a bola.
Guardo todos comigo, em todos os dias.
Do espelho vejo lágrimas, mas percebo que o mundo se oferece.
Com Deus, com "jeitim", com pão de queijo, com olhar e com vocês...

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O São Paulo foi superior

São Paulo e Cruzeiro fizeram dois bons jogos.
A vantagem conquistada pelo Tricolor no primeiro jogo foi determinante para a classificação.
Para piorar a vida cruzeirense, Adilson ainda convivia com dúvidas sobre as reais condições de jogo de vários atletas.
Jonathan e Kléber eram dúvida até os vestiários.
O São Paulo apostou no belo futebol exibido no Mineirão e manteve a equipe, com o reforço do Miranda.
Com a liberação dos jogadores machucados o Cruzeiro foi para um 4-4-2.
O São Paulo tinha Marlos em grande momento, Hernanes crescendo no posicionamento correto, Rodrigo Souto fechando a zaga e Fernandão fazendo o jogo ofensivo acontecer.

Kléber expulso

Não deu nem tempo. A bola rolou e Kléber abriu o braço mais conhecido pelos árbitros da América. Pagou pelo que ele representa! Foi expulso de cara.
Sem Kléber e sem o placar.
A doação teria que ser maior e o Cruzeiro não se omitiu.
O São Paulo adiantou Marlos, que passou a jogar mais perto ainda de Dagoberto e Fernandão.
Os laterais tiveram mais liberdade.

Primeiro gol

Com mais liberdade, Júnior César foi para cima e fez ótima jogada individual.
Passou por dois azuis e achou Hernanes. O volante/meia bateu para fazer o segundo gol dele em dois jogos.
Detalhe é que dava tempo para Gilberto chegar no Hernanes. A jogada foi construída com alguma dose de previsibilidade e ainda assim o lateral/meia da seleção não chegou a tempo de travar a conclusão.

Baixa de Jonathan

Com débito de três gols, o Cruzeiro ainda teve que lamentar a perda de Jonathan. Thiago Heleno entrou.
Adilson optou por três zagueiros. Seria um perigo, mas poderia dar certo. Os três homens de ataque do São Paulo ficariam no mano a mano com os três de defesa do Cruzeiro. Quem levasse a melhor sairia na cara do Fábio.
O Cruzeiro se doava e o São Paulo tinha ainda uma proposta boa de jogo.

Segundo tempo

Adilson tentou voltar ao ataque e colocou Wellington Paulista no lugar do Fabrício.
Nada acrescentou.
O São Paulo voltou a fazer o jogo girar e o segundo gol saiu com Dagoberto atraindo Gil para fora do posicionamento de defesa.
Júnior César levantou para Fernandão, que desviou de cabeça para Dagoberto.
Gil não conseguiu acompanhar e Dagoberto tocou com classe por cima do Fábio.

Olhos abertos

Com o segundo gol no bolso, Ricardo começou a mexer para evitar problemas com expulsões.
Adilson tentava estimular, mas o abatimento era evidente.

O São Paulo foi melhor nos dois jogos e usou a estratégia correta.
O encaixe foi melhor. Todos os setores do time se acertaram.
Hernanes voltou a ser o elemento surpresa.
Marlos dá o tom do jogo.
Fernandão acerta o jogo ofensivo com toques curtos e precisos.
Dagoberto saiu de um lado só e passa mais vitalidade e esperteza.
O Tricolor vive um grande momento.

Adilson

O trabalho do treinador é questionado pelas três desclassificações consecutivas. Entretanto, um treinador é cobrado pela postura e política da direção.
Adilson faz o que a direção quer.
Promove jogadores e disponibiliza para o mercado.
Magrão, Guilherme, Ramires, Charles e outros mais saíram e deram o lucro que o time queria.
Ainda assim, sem eles, o Cruzeiro foi competitivo, embora, não tivesse sido vencedor da Libertadores.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Se Kléber e Jonathan não jogarem...

É dia de decisão no Morumbi.
O São paulo construiu uma vantagem muito boa no Mineirão e a chance é grande de passar para a próxima fase.
Não é preciso ser um grande observador para perceber que o goleiro Rogério Ceni não leva um gol na Libertadores desde a segunda rodada. São cerca de 630 minutos sem sofrer gol.
A tarefa é duríssima para o Cruzeiro.
Para piorar a coisa, Adilson não deve contar com Jonathan e Kléber. Um é responsável pela saída rápida pela direita e pode até se transformar em armador. O outro é um atacante com cara de Libertadores.
Sem eles é bem razoável que Adilson mude o esquema e arrisque jogar com os zagueiros em cima dos homens de ataque do São Paulo.
Marlos, Dagoberto e Fernandão podem ser vigiados por T.Heleno, Gil e Leonardo Silva. O meio teria menor preocupação com a marcação e poderia ganhar pelo menos mais um homem com responsabilidade de ajudar na criação.
Diego Renan pode assumir a direita e Gilberto a esquerda.
São suposições, hipóteses, mas é possível.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Estratégia garante vaga na semi

Quem resolve as partidas são os jogadores. Por omissão, por empenho, qualidade ou falta dela.
O São Paulo conquistou uma boa vantagem e poupou os jogadores no campeonato brasileiro, se deu mal.
O Cruzeiro, precisando se acertar e garantir pontos, colocou o time principal e ficou no empate.
O discurso do Tricolor é de que o time está em construção. Na minha visão, o São Paulo que jogou contra o Cruzeiro é o melhor time que Ricardo Gomes achou no ano e precisava de rodagem, mas ele preferiu poupar os jogadores e pode ser surpreendido com a visão que Adilson teve e já trabalha pra neutralizar.
A cartilha do Cruzeiro se tornou a da humildade. O time sabe que a tarefa é árdua, no entanto, Thiago Ribeiro revelou um pouco da estratégia azul: "se marcarmos primeiro, o São Paulo vai se assustar."
O Cruzeiro vai pra cima?

Procure olhar por outro ângulo, por outra estratégia.

O São Paulo pode adotar um esquema de espera e jogar no erro do Cruzeiro.
O Cruzeiro pode aceitar o convite e partir pra cima com qualidade.
Não seria melhor para o São Paulo optar por jogar?
Se o tricolor fizer um gol ele resolve a parada.
O que Ricardo vai fazer?
Adilson não é bobo. Vai atacar com prudência.
Vale a pena ter prudência?
Na minha visão, o Cruzeiro tem que atacar mais e tentar pressionar.
O Tricolor não pode abdicar do jogo. Deve jogar com precaução e atacar com velocidade.
Quem tiver a melhor estratégia deve passar para a próxima fase.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Desmotivado e sem brilho, o Galo perde em São Paulo


4 a 0 é relembrarmos tempos difíceis já vividos pelo Clube Atlético Mineiro (...)

Goleadas vexatórias, inúmeras.... e o coração partido, quase sempre, pelo sentimento hostil da raiva.

A derrota por 4 a 0 para o Grêmio Prudente incomoda pela apatia apresentada pela equipe durante o 1º tempo. Um futebol sem brilho e com um time desatento. Simplesmente os jogadores não entraram em campo com o espírito exigido pelo técnico Vanderlei Luxemburgo de quem quiser jogar no Galo tem que ter vontade de ser campeão!

Qualquer esquema tático utilizado por ele não surtiria efeito algum nos jogadores; todos estavam irreconhecíveis, pelo que vinham apresentando nos últimos jogos.

Para começar, com 1 minuto e trinta e nove segundos o Grêmio Prudente abriu o placar com Araújo, após receber o passe longo de João Victor, batendo o goleiro Aranha. O Galo jogava com três zagueiros e conseguiu tomar um gol por falha de seu sistema defensivo!

O Atlético teve que ser mais ousado e era justamente essa armadilha que o bom técnico Toninho Cecílio armou para o time do Luxemburgo. Vendo que os jogadores adversários não apresentavam um melhor futebol, ele recuou o seu time e saía perigosamente para os contra-ataques. Foram 8 chances com 4 conversões em gol. O Galo deu 15 chutes e não fez nenhum! Mantinha o maior tempo de posse de bola mas não tinha objetividade.

Achei que o jogo ficou muito concentrado nos pés do Júnior e do Corrêa.

Com a entrada do Ricardinho no lugar do Benitez, eliminando o esquema 3-5-2, o Atlético passou a tocar mais a bola no meio de campo, mas continuava errando muito nas suas finalizações.

2 a 0 negativos, o Galo continuou se expondo e levou o terceiro em um penalti claro do zagueirão Jairo Campos sobre o atacante Marcelo Oliveira, aquele mesmo que jogou no Corinthians.

Henrique Dias vai e converte!

Isso aos 41 minutos, ainda do primeiro tempo! Se não bastasse a inglória, o Atlético sofre o quarto gol aos 45 minutos. O que falar? O que dizer ao seu companheiro do lado sobre o que aconteceu com o Galo durante a partida? Difícil, não é?

Segundo entrevista do atacante Diego Tardelli, o técnico Vanderlei Luxemburgo disse, no intervalo do jogo, que o time parecia jogar um amistoso e o Grêmio Prudente como se valesse o título do campeonato! E isso foi uma grande observação vista por todos os torcedores que assistiram ao jogo através do canal pago.

Para tentar recompor a sua equipe, o técnico Luxemburgo sacou do time os jogadores Júnior e Corrêa e lançou mão de suas duas últimas alterações: colocou Leandro e Evandro na partida.

O Evandro não me convence mais. Acho que a fase dele no Galo já está encerrada. Não por essa partida mas por todas em que o jogador teve uma chance de atuar.

Veja bem: só nesta partida ele perdeu dois gols claros em apenas 3 minutos, logo nos iniciais.

Que jogador é esse que em toda partida não se concentra que um dos motivos de que, para ele ter sido escolhido para estar jogando, é que tente converter em gols o seu bem remunerado salário?

Não serão 45 infelizes minutos que tirarão a garra alvinegra; atrapalharão um projeto sério desenvolvido por uma comissão séria! Não existe crise e nem existirá. Essa partida deve ser tomada como lição e não como desespero!

Para relembrarmos, o Grêmio Prudente vinha de uma estréia mal sucedida por uma goleada de 6 a 0 oferecida pelo Avaí.

O Galo venceu o Vasco por 2 a 1, em sua estréia no Brasileirão em casa.

Os jogadores foram liberados até amanhã, terça-feira, quando a equipe se reunirá para um treinamento em tempo integral.

O próximo compromisso será contra o Atlético Paranaense, dia 23, às 16 horas, aqui em Belo Horizonte. No mesmo horário, o Grêmio Prudente enfrentará o Flamengo, no Maracanã.

Também nesta terça-feira, a diretoria do Atlético apresentará o lateral-direito Diego Macedo, ex-Bragantino. O jogador acertou um contrato de dois anos com o clube podendo renová-lo por mais uma temporada.

O destaque da partida foi o goleiro Márcio, do Grêmio Prudente, que fez ótimas defesas até a sua substituição aos 32 minutos do 2º tempo, pelo suplente Giovanni. (CS)

Colaboração: jornalista Claudinei Souza

Fotos: Marcos Bezerra/Futura Press

Empate no Mineirão




Pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, Cruzeiro e Avaí fizeram um jogo de dois tempos distintos:
Na primeira etapa o jogo foi da equipe catarinense. O time comandado por Péricles Chamusca envolveu com facilidade a equipe celeste. No início o Cruzeiro começou pressionando, perdeu oportunidades e teve o domínio do jogo. Aos 17 minutos um lance mudou a partida: Leonardo Silva, após carrinho violento, foi expulso de campo. Com um jogador a mais, a equipe catarinense conseguiu impor seu ritmo de jogo e dominou o meio-de-campo. O destaque do Avaí foi o jogador Pará; o ala é habilidoso, apóia muito bem o ataque e aos 25 minutos abriu o placar. O jogador invadiu a grande área, driblou Elicarlos e estufou as redes do goleiro Rafael.
O Cruzeiro sentiu o gol sofrido e, prejudicado pela expulsão, pouco conseguiu criar. Jogando com um homem a menos em campo, perdendo o jogo e sendo dominado pelo adversário, o time celeste acabou sofrendo o segundo gol. O atacante Roberto recebeu lançamento, aos 45 minutos, invadiu a grande área, encobriu o jovem goleiro Rafael e marcou o segundo do Avaí.

Segundo tempo; a vez dos treinadores:

Adilson Batista: Com a desvantagem de dois gols, ao Cruzeiro só restava atacar e Adilson mexeu na equipe. Diego Renan deixou o campo e deu lugar ao zagueiro Thiago Heleno. Com a alteração, o técnico recompôs a defesa e o time pôde partir para cima do adversário.

Péricles Chamusca: A confortável vantagem de dois gols deu tranqüilidade à equipe do Avaí. A proposta catarinense para o segundo tempo era a de se defender e explorar os contra-ataques, mas a estratégia de Chamusca não funcionou: aos cinco minutos o Avaí perdeu uma de suas principais armas, o ala Pará deixou o gramado lesionado. O jogador era o principal responsável pela saída de bola da equipe catarinense e sua ausência foi muito sentida.
A raça e a determinação de Thiago Ribeiro e Fabrício foram fundamentais para a recuperação celeste. Cada jogador assumiu sua responsabilidade. Thiago Ribeiro e Wellington Paulista se movimentaram muito, Henrique e Fabrício se desdobraram no meio-de-campo, aceleraram o jogo, e aos sete minutos o Cruzeiro conseguiu diminuir. Wellington Paulista, de cabeça, marcou o gol que incendiou a partida. A pressão, que já era grande, ficou ainda maior. O Avaí ficou acuado em seu campo de defesa, o Cruzeiro dominou totalmente a segunda etapa e aos 13 minutos veio o segundo gol. Gilberto, na grande área, recebeu lançamento e foi derrubado pelo goleiro Zé Carlos. Como já havia recebido cartão amarelo no primeiro tempo, o goleiro catarinense recebeu o segundo amarelo e foi expulso de campo. Na cobrança da penalidade, Wellington Paulista assumiu sua responsabilidade e, com um chute no meio de gol, empatou o jogo. Com os gols, a equipe do Avaí desmoronou. Só o Cruzeiro atacava e a virada parecia cada vez mais próxima.
Aos 25 minutos o Cruzeiro foi prejudicado pela arbitragem. Henrique, em posição legal, marcou o terceiro gol celeste, o lance foi mal anulado e o placar não foi alterado. Durante a segunda etapa, o Avaí pouco criou e teve apenas duas chances para desempatar a partida. A pressão celeste foi grande até o fim da partida. Welington Paulista, Thiago Ribeiro e cia. perderam um caminhão de gols. Aos 42 minutos tivemos mais um lance polêmico: após finalização do ataque celeste, a bola tocou na mão de um dos defensores catarinenses que, de acordo com o árbitro, não teve a intenção de cortar a trajetória da bola.
No final o placar foi justo. O empate foi um bom resultado para o Avaí, que se comportou muito bem no primeiro tempo. Para o Cruzeiro, pelo segundo tempo, a vitória seria mais justa, mas se considerarmos o fraco futebol apresentado pela equipe na primeira etapa, o empate ficou de bom tamanho. (VR)

Colaboração: Vander Ribeiro


Galeria de fotos:















Fotos: Vander Ribeiro