sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

ROGÉRIO, MURICY, HERNANES...

Assim que terminou o Brasileiro de 2003 todos, mais que depressa, apontaram Wanderley Luxemburgo e Alex como os símbolos da conquista cruzeirense. Um ano depois Luxemburgo brilhou de novo, no Santos. 2005 foi o ano de Teves e Nilmar. Muitos ainda apontaram a misteriosa MSI como a responsável pelo título do Timão. Em 2006 entrou em cena uma outra situação. Os personagens isolados e os heróis deram espaço ao coletivo. A estrutura sai do papel e passa a definir as partidas. O São Paulo está inserido no mesmo contexto dos demais clubes, entretanto, encara o futebol de forma bem diferente dos outros. O tricolor falha, erra, contrata e vende, contudo, a contabilidade final apresenta títulos e maior apoio dos patrocinadores para um novo ano – que pode ser de vitórias e mais patrocínios. Aponte um nome para identificar as conquistas? Rogério? Não seria injustiça com o Muricy? Apontar um único nome é elevar a chance de erro. A filosofia profissional do São Paulo é a grande resposta para os muitos questionamentos. A estrutura que dá liberdade ao Milton Cruz para aprovar uma contratação. A filosofia que mantém um treinador mesmo após perder a Libertadores. A mesma filosofia que segura um goleiro por tanto tempo e faz dele um ícone para as novas contratações e para os meninos formados no clube. A estrutura que permite ir ao mercado e buscar Joílson e Juninho que haviam se destacado no Botafogo. Éder Luis que se destacara no Atlético, Anderson que estava na França, etc. Quando se fala que o São Paulo foi o campeão não é para os clubes torcerem o nariz. É para copiarem o que pode ser copiado. É para adaptarem a filosofia e para caminharem em busca da estrutura. O tricolor é o que é por ler o que assina. Por pensar antes de falar. Por tratar com zelo o patrimônio. É claro que existem erros. Entretanto, os acertos ganham com folga.
HERNANES
O meio-campista Hernanes é o que chamamos de jogador diferenciado. Como volante ele é eficiente. Rouba a bola, destrói as jogadas do adversário e se transforma em um meia. Como meia ele é igualmente eficiente. Parte em direção ao gol. Tem passadas largas e boa visão periférica. Perto da área ele bate forte e bem colocado. Hernanes não pode ser encaixado em uma única posição. Ele é versátil. Sem perder de vista a marcação, o volante/meia tem uma movimentação inteligente. Você já percebeu o tanto de vezes que a bola sobra para ele? Alguns diriam que é sorte, outros sabem que é fruto de treinamento e visão privilegiada de jogo. Ele está no lugar certo e na hora certa. Entretanto, Hernanes pode ser colocado como o grande responsável por mais título brasileiro? Não! Hernanes teve que se ausentar por um bom período, para servir à seleção brasileira nas Olimpíadas. Ele foi muito importante. Foi essencial. Ele, Rogério, Borges, Jean, Dagoberto, Hugo, André Dias, Miranda, Jorge Wagner, Zé Luis e todos os outros foram também essenciais. Mais do que em outros tempos o São Paulo foi campeão e não um grupo de jogadores foi campeão.