domingo, 28 de fevereiro de 2010

Obina faz mais três

Depois de conquistar a classificação na Copa do Brasil, o Galo foi pegar o Uberlândia pelo Mineiro.
O início da partida indicava um jogo difícil para as duas equipes. O Atlético era envolvente com a bola no chão e o Verdão usava a velocidade de Paulo Roberto pela esquerda.
Depois que a empolgação dos donos da casa foi embora, o Atlético passou a dominar amplamente a partida.
Aos 21 do primeiro, Obina recebeu de Leandro e fez um belo gol. Saiu o primeiro e o segundo logo depois. Aos 23, Coelho levou a bola para a linha de fundo e cruzou para Obina ampliar.
O terceiro saiu depois de uma jogada inteligente de Diego Tardelli para Muriqui, que recebeu e bateu com calma na saída do goleiro. Assim terminou o primeiro tempo.
O início do segundo foi bem aproveitado pelo Atlético. Logo aos 3 minutos Obina ampliou depois de receber bom cruzamento de Leandro.
Evair, técnico estreante do Uberlândia, deve ter percebido que as jogadas de bolas cruzadas para a área não eram interceptadas pela defesa e que Aranha não saía do gol de jeito nenhum.
Tita, lateral esquerdo, cruzou e novamente a defesa não cortou e Marcelo Régis diminuiu.
Paulo Roberto voltou a correr e deu novo calor na defesa do Galo, mas nem precisava de tanto esforço, já que Aranha se confundiu sozinho e entregou o segundo gol ao mesmo Paulo Roberto.
Luxemburgo mexeu no time e fez Obina descansar. Leandro também deu lugar a Júnior e o lateral cruzou para Carlos Alberto, que havia entrado no lugar de Obina, marcar o quinto gol.
Placar indiscutível, no entanto, algo tem que acontecer no gol alvinegro. Aranha não passa a menor tranquilidade.

Obina e Muriqui vão jogar bem no Galo?

Podemos até não concordar, mas temos que ouvir.
Participando do programa Enquanto a Bola não Rola, pela Rádio Globo, o comentarista Felippe Cardoso - que trabalha no Rio de Janeiro - expressou uma preocupação com o ataque do Atlético. De acordo com Felippe, Tardelli vai sofrer jogando ao lado de Obina e Muriqui. Para ele, os dois jogadores, que jogaram um bom tempo no Rio, são normais e Tardelli deve ter seu rendimento técnico em campo prejudicado.
A imagem que Muriqui e Obina deixaram até o momento é outra, entretanto, sabemos que se trata de um início de temporada e que o time está longe de estar acertado. Será que eles vão jogar bem em Minas?
Muitos são os exemplos de jogadores que foram apenas razoáveis em outros centros e que aqui mostraram um futebol de bom nível. O exemplo mais recente é o do zagueiro do Cruzeiro Leonardo Silva, que no Palmeiras foi no máximo um reserva.

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Tevez seria titular da seleção brasileira?

Confesso que tinha outras coisas para fazer, mas ainda assim liguei a televisão para dar uma olhada em Chelsea x Manchester City. Fiquei naquela indecisão de quem nunca vai torcer pelo Chelsea e que tinha que torcer para o City não pontuar para não ocupar a quarta vaga da Champions League. Para rechear ainda mais a partida, toda a confusão amorosa no caso de Terry x Bridge, também estava em campo (aí já foi um barraco fomentado pela imprensa sem a menor necessidade).
Bola rolando e eu me peguei torcendo contra o Chelsea. A arrogância e a origem nebulosa do dinheiro foram mais fortes, entretanto, o que mais me chamava a atenção era a entrega de Carlitos Tevez. Que prazer eu tive vendo a luta do argentino! E o suor foi premiado com dois gols e muita inteligência em campo.
Então lembrei de um livro de Rubem Fonseca, o nome diz tudo o que senti na partida: "Vastas emoções e pensamentos imperfeitos".
Imaginei um ataque da seleção brasileira formado por Luís Fabiano e Tevez. Enxerguei Kaká, em alta velocidade, partindo com a bola e Tevez abrindo e Luís Fabiano indo para a área. Meu Deus!!!
E do outro lado? Messi saindo da direita para a esquerda e Tevez fazendo o contrário, enquanto o Fabuloso partia para a entrada da área.
Como no livro, o confronto entre a ficção e a realidade povoaram minha mente e fiquei com "Vastas emoções e pensamentos imperfeitos".
Agora ficam algumas questões para reflexão:
Tevez seria titular da seleção brasileira?
E Luís Fabiano seria titular do ataque argentino?

O placar final mostrou a vitória de City, fora de casa, por 4x2. O Liverpool vai ter que transpirar muito para buscar a última vaga da Champions.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Elicarlos é trabalho de Adilson

Discreto e eficiente em campo. Tímido e encabulado nas entrevistas. Elicarlos poderia ser chamado de jogador comum, de bom jogador e só. Entretanto, nas mãos do treinador, Elicarlos se transformou em jogador muito importante para o bom funcionamento do jogo cruzeirense. Se Adilson precisar dele na esquerda, lá vai ele. Se for na direita, Jonathan pode jogar pelo meio com tranquilidade.
Adilson fez o futebol de Elicarlos crescer. O passe dele melhorou e, especialmente, a visão de ocupação de espaços defensivos dele já é outra.
Elicarlos tem outra virtude. Ele é um jogador bom para o grupo de jogadores. Durante o mês de "molho" é certo que os outros jogadores vão torcer pela boa recuperação dele e se unirão em torno dele.

Saiu em O TEMPO de hoje

Nem tanto ao mar...

Algumas derrotas podem marcar o início de boas vitórias no futuro. É preciso tirar proveito delas. Treinadores, direção e jogadores podem tirar conclusões que tendem a determinar mudanças e, a partir delas, a derrota pode ter ajudado em uma alteração de direção. De modo contrário, uma vitória pode iludir e prejudicar a sequência das competições. Pode encobrir ou mascarar erros. O Cruzeiro conquistou uma boa e necessária vitória contra o Colo Colo, pela Libertadores. Entretanto, o próprio técnico Adilson Batista, atento e exigente, percebeu que o time entrou lento, com dificuldades de penetração na defesa chilena e desatento em campo. O resultado veio e foi justo, no entanto, a vitória não pode esconder alguns erros da equipe. Já o Galo foi implacável contra o fraco Juventus, do Acre. Os torcedores podem saborear a goleada e a classificação, contudo, poucas conclusões podem ser tiradas de uma vitória contra um time limitadíssimo. A vitória proporcionou ao Atlético liberar uma data no calendário e fez Obina abrir um sorriso largo com os cinco gols marcados. Só! Não é nem possível falar que o time evoluiu, tendo em vista a falta de qualidade do adversário. Entretanto, se for possível aprender sem perder é melhor ainda.

Lição- Um time que pode ter aprendido com a magra vitória sobre o Naviraíense é o Santos. Apontado como candidato ao título da Copa do Brasil, o Peixe custou para vencer pelo placar mínimo. Dorival Júnior já sabe que tem que trabalhar com os jogadores que futebol se ganha em campo e não com a conta bancária.

Sufoco- Com todos os brasileiros já tendo estreado na Libertadores, ficou bem claro que a competição, apesar de não ter Boca e River, vai ser duríssima. Ninguém teve vida fácil ou venceu com muita folga e tranqüilidade. Até o campeão Estudiantes já tomou a sua goleada. É vital garantir os pontos em casa e ter equilíbrio fora de casa para surpreender.

Disputa- Uma das surpresas na escalação do Atlético no Acre foi a presença de Aranha entre os titulares. Carini não passou a confiança necessária para se manter como titular. Entretanto é necessário fazer uma outra reflexão: se eles foram testados e Carini ganhou a chance primeiro, quer dizer que também Aranha não conta com tanta confiança.

Ídolos- As qualidades de Maradona e Riquelme nunca foram questionadas. Entretanto, na condição de técnico, Diego não tem sabido conduzir bem a relação com o craque argentino. Quem fica sem saber por quem torcer na briga de declarações é o torcedor do Boca, que ama os dois. É uma pena que a bola não tenha ensinado um pouco de diplomacia e educação aos dois donos da 10.

Adiantando o SUPER de domingo

Chegou a hora de jogar mais bola

Depois de acabar com o fraco Juventus, pela Copa do Brasil, o Atlético vai encarar o Uberlândia, no Parque do Sabiá. Não tenha dúvida! O time do Triângulo é bem melhor que o acreano. O Uberlândia é um time profissional que luta por uma vaga entre os oito classificados para a próxima fase. Para piorar mais a situação, os jogadores têm uma motivação ainda maior pela simples mudança de treinador. No entanto, chegou a hora de o Atlético mostrar quem é o Atlético de 2010. A diretoria realizou o sonho da torcida de ver Luxemburgo no comando, os jogadores são bons e a campanha no Mineiro é muito fraca. O Galo disputou 15 pontos e conquistou seis. É verdade que o projeto é a longo prazo, mas também é verdade que o time precisa se recuperar na competição. O tempo vai passando e até agora ainda não sabemos qual a verdadeira cara da equipe. O tempo para testes e avaliações é agora mesmo, mas a tabela de classificação está aí e não dá folga. Se o Atlético for aquele que jogou contra o Cruzeiro, o time vai se dar bem. A equipe estava bem montada para os contra-ataques e com muita vontade de vencer. No entanto, é muito difícil o time manter a mesma pegada e motivação daquele jogo. No clássico tudo é diferente.

Obina- E não é que o Obina fez cinco gols na partida?! Na disputa pelas vagas do ataque, enquanto ele fez os seus, Muriqui até perdeu pênalti. Se Tardelli é titular absoluto, então Obina disputa apenas com Muriqui a vaga de titular no ataque atleticano. Um fica mais perto da área e o outro se movimenta pelos lados do campo. Características diferentes e uma disputa jogo a jogo.

Feia- A primeira fase da Copa do Brasil mostra o tamanho da diferença existente entre equipes grandes e pequenas. Alguns grandes historicamente tropeçam e o treinador passa a correr riscos. A fase inicial da Copa do Brasil serve para ver o grande massacrar o pequeno e ver o treinador do grande em apuros quando não consegue passar pelo pequeno.

Cruzeiro- O ataque titular do Cruzeiro é Thiago Ribeiro e Kleber. Wellington Paulista fica como opção de banco na Libertadores. Kleber é mais jogador e Thiago exerce várias funções em uma partida, fatores que pesaram em favor deles. Wellington tem todo o direito de querer jogar, mas Adilson Batista não está errado e faz a opção por jogadores que vivem bons momentos.

Libertadores- Todos os brasileiros já estrearam e ninguém deu show ainda. O São Paulo, que venceu a primeira, já perdeu a segunda.Até mesmo o campeão Estudiantes já tomou goleada. O nível das equipes é muito parecido. O mais importante é não perder pontos jogando em casa e jogar com autoridade e inteligência fora de casa.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Placar que engana, mas assusta

Adilson Batista abriu a coletiva falando que o time começou lento. Thiago Ribeiro encerrou a entrevista falando que quem olha só o placar não sabe o tanto que foi difícil. E foi difícil mesmo!
Com Roger começando a partida e Thiago Heleno na zaga, o Cruzeiro facilitou sua vida logo no início do jogo. Thiago Ribeiro, aniversariante do dia, recebeu de Henrique e bateu cruzado para o primeiro gol.
A postura do Cruzeiro era boa. O Colo Colo não conseguia tocar a bola e trocar passes. Até que o time chileno começou a se acertar em campo. A saída se dava sempre pela esquerda com Cereceda. Os volantes se aproximaram mais, Torres chegou mais perto de Paredes e Miralles marcava a saída e colocava velocidade em campo. O Cruzeiro se viu em dificuldades, e aí fica claro o que Adilson percebeu: o time estava lento e o meio, ponto forte da equipe, se perdeu em alguns momentos.
Aos 36, depois de ganhar de Jonathan, o lutador Miralles cruzou para Paredes, que, livre de marcação, empatou a partida.
O jogo se desenhava complicado no segundo tempo, até que o Colo Colo se perdeu em indisciplina e reclamações desnecessárias. Olate foi expulso e logo depois Cereceda. Era um vermelho lá e um gol cá.
Kléber fez o segundo de penalti e Pedro Ken o terceiro.
O quarto saiu logo após com outro penalti batido por Kléber.
O Cruzeiro mostrou defeitos e virtudes.
Defeitos quando, depois de muito tempo, perdeu o meio de campo no primeiro tempo.
Virtudes quando aproveitou a superioridade em campo.
Em Buenos Aires foi o Cruzeiro que ficou com nove em campo e o Velez sofreu para fazer gols.
No Mineirão, foi só sair o cartão que os gols saíam também.
Um outro fator pode entrar em campo nos próximos jogos do Mineirão: O Cruzeiro é um time conhecido e temido. Os adversários já ouviram o recado dado. Não precisa ser muito atento para calcular que em seis jogos em casa o Cruzeiro fez média de quatro gols. O recado está aí! Nenhum time vai partir para cima. Os times já sabem que é melhor perder de pouco.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ronaldo marca o fim da era 94

O anúncio da renovação do contrato do Ronaldo com o Corinthians perdeu o impacto depois que o Fenômeno declarou que encerra a carreira em 2011.
Claro que tudo tem um fim e carreira de jogador de futebol é mais finita do que pensamos, mas em 2011? 2011 é logo ali!
Ronaldo fecha uma era. Os campeões em 94, um a um se despediram.
Taffarel, Jorginho, Márcio Santos, Aldair e Leonardo (Branco); Mauro Silva, Dunga, Mazinho e Zinho; Bebeto e Romário. E mais: Zetti, Gilmar, Cafu, Ricardo Rocha, Ronaldão, Raí, Paulo Sérgio, Viola, Muller e Ronaldo, que sai em breve.
Ronaldo povoou sonhos de várias torcidas. Causou pesadelos em outras.
Qual foi a melhor fase dele?
- O início no Cruzeiro?
- Arrebentando no PSV?
- Encantando no Barcelona?
- Na Inter?
- No Real?
- No Milan?
- No Corinthians?
- Quando assumiu a camisa de titular da seleção?

Tem esporte mais chato que o futebol?

Se, em uma roda de amigos, alguém disser que falhou na hora H, não tenha dúvida: ele vai virar piada. Todas as vezes que ele falar de algum assunto que remeta à falha, a turma vai lembrar que, lá, no clímax ele não funcionou.
Sabe aquele amigo que quase não enxerga? Não é fato que sempre alguém coloca o apelido de ceguinho? Se as dívidas tomam conta nós mesmos não levamos a penúria com gozação?
Mas o futebol... O futebol exige um pudor e um respeito muito maior do que o que nós fazemos entre nós. Não temos pudor com o vício do álcool dos amigos e soltamos gozações nele. Com as tendências de outros...pegamos pesado, no entanto, quando chegamos no "Santo dos Santos"... Ah, o futebol!!! Como é chato o futebol!
Ninguém pode falar do Atlético, nem ouse falar do Cruzeiro... Os times merecem tanto respeito assim? Não é mais prudente colocarmos o bom humor em campo?
Um jornalista que não percebe um lance se torna azul ou branco e preto.
Um outro, que tem coragem de falar o que viu, ou o que não viu se torna comprado. Ora! Que sociedade!
Creio que muitos torcedores sentem saudades da ditadura e gostariam que todos tivessem "uma só opinião".
Que tal lembrar Hitler? Com ele todos seriam atleticanos ou cruzeirenses de verdade. Aí perceberíamos que a diferença é que nos une.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Mineiro tem novo líder

Depois do clássico, outro jogo importantíssimo era Democrata x Ipatinga, em Valadares. A Pantera buscava permanecer mais uma rodada na liderança e o Tigre buscava a ponta da tabela.
Deu Tigre! O placar é que me assustou. Goleada, fora de casa! Democrata 1 x 4 Ipatinga.
O time do Vale do Aço tem tudo para permanecer na liderança até o final da fase de classificação. O futebol jogado é de bom nível e os adversários são mais frágeis. O Ipatinga já enfrentou os principais times da competição e está invicto desde a segunda rodada.

Villa vence e América procura explicações

Um dia depois de ver um Mineirão com quase 42 mil pagantes, América e Villa jogaram para pouco menos de 1500 torcedores.
Era a estreia de Mauro Fernandes no Coelho e a terceira partida de Flávio Lopes no Villa.
O começo do jogo foi alentador para o torcedor do Coelho. Aos 4 minutos, depois de cobrança de falta, Fábio Júnior fez o 1 a 0.
O Villa não se achava e o América era muito rápido pela direita com Danilo.
Flávio Lopes, aos 23, abriu mão do esquema com três zagueiros. Colocou Allan no lugar certo, armando o jogo perto de Tucho e fez Marinho entrar em campo, para Warley ter com quem jogar.
A pressão americana era muito grande e os gols perdidos irritavam Mauro Fernandes. O goleiro Flávio, que assistia ao jogo, pulava de raiva dos erros do ataque.
Para fazer prevalecer o ditado do futebol, aos 46, também aproveitando cobrança de falta, o zagueiro Alexandre bateu forte e fez o gol de empate.(Veja o gol)
Logo no início do segundo tempo Marinho recebeu de Allan um passe preciso no meio da defesa, Marinho driblou Flávio e fez o gol da virada.
Nem a expulsão de Warley, logo após o gol, complicou o jogo para o Villa.
Mauro Fernandes mudou o time. Sacou Moisés e Wellington Paulo, colocou Euller e Joãozinho.
Mas nada adiantava. Fim de jogo: América 1 x 2 Villa.
Ao final da partida o técnico Mauro Fernandes concedeu entrevista e diagnosticou que o preparo físico do time está desanimador. Segundo ele, Zé Rodolpho desmaiou e Dudu saindo reclamando de cansaço. Está feia a coisa para o Coelho, que não vence há 4 jogos e vem de 3 derrotas consecutivas.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Coluna do SUPER de 21.02

Lá vem o Moacir!


Não pode ser coincidência! Moacir Júnior, entra ano e passa ano, sempre apresenta bons trabalhos. Agora, dirigindo o Democrata, Moacir tem experimentado o sabor da liderança da competição. É certo que ainda falta jogar contra os principais clubes, entretanto, o time tem feito uma campanha invejável, das melhores de todos os campeonatos estaduais espalhados pelo país. Um outro trabalho de Moacir que chamou muito a atenção foi com o Tupi em 2008. O time de Juiz de Fora era um belo time, bem formado, bem montado, com bom esquema e eficiente. O trabalho poderia até não dar o título ao Tupi, mas é sólido e bem feito. Até que Moacir Júnior cedeu aos encantos de uma possível projeção nacional e errou. Foi para o Ipatinga e, de classificado com o Tupi ele passou a rebaixado com o Tigre. O que poderia ser uma projeção dirigindo o Ipatinga na Série A do Brasileiro se transformou em demissão e humilhação. O tempo passou e Moacir fez dois bons trabalhos em 2009. Foi bem no Mineiro com o Democrata e levou o frágil Villa a um vice na Taça Minas Gerais. Hoje o Democrata enfrenta o forte Ipatinga, caso a Pantera vença, mais do que nunca, o nome de Moacir Júnior vai merecer olhares mais atentos.
Lições- Como, independente do resultado de ontem, Atlético e Cruzeiro têm compromissos importantes pela durante a semana, é importante tirar lições daquele que foi o grande teste para os dois. Com os elencos que têm Atlético e Cruzeiro estão credenciados a conquistas? Qual setor se mostrou mais frágil? São perguntas que precisam ser repetidas e respondidas pelas diretorias.


Gols- O Santos de Neymar, Ganso e Robinho vive seus melhores momentos. O placar do jogo contra o Bragantino, no meio de semana, trouxe a lembrança de um tempo em que o gol era o objetivo e mais nada: 6 x 3 foi demais! Será que é possível investir no talento e, baseado na arte, impor o futebol? Sufocar o adversário e apostar na qualidade de seus jogadores levará o Santos a alguma conquista? Tomara!


América- A contratação de Mauro Fernandes mostra que o América não está muito a fim de apostas e acredita no planejamento que fez. Mauro fez ótima campanha no Atlético Goianiense e pode repetir no Coelho. Mauro só não pode cometer os erros que Marco Aurélio começava a cometer. É necessário estar atualizado e atento aos anseios do elenco americano.


Copa- Faltando pouco mais de três meses para o início da Copa e o jogador mais falado na Europa não é Messi, Cristiano Ronaldo ou Kaká. Por lá todos se curvam diante do futebol do marfinense Didier Drogba. Decisivo, forte, bem posicionado e técnico. Drogba será adversário do Brasil na Copa. É bom Dunga dar uma olhadinha com carinho.

Um belo jogo no Mineirão

Gostei muito do que vi no Mineirão.
Jogo quente, agitado, de bom nível técnico e cheio de gols.
O Atlético entrou com dois atacantes e Renan Oliveira tentando armar. A marcação não era na saída de bola e sim na linha intermediária. A bola boa era a que caía nos pés de Corrêa, Coelho e Ricardinho. Os três, que têm qualidade no passe e na bola longa, acionavam a velocidade de Tardelli e Muriqui. A defesa atleticana tinha boa postura e não permitia espaços.
O Cruzeiro mostrava a marca do time. Tocava, valorizava, mexia em velocidade. O bom jogo pelos lados do campo não funcionou e Kléber, mais preocupado com os cotovelos, não apareceu.
Aos 22, Gil aproveitou o espaço que a defesa atleticana deu e tocou na bola. Carini faria a defesa, mas no meio do caminho tinha um Leandro e ele desviou para o gol. Depois que marcou o Cruzeiro viveu momentos de instabilidade e não chutou mais a gol no primeiro tempo.
O Atlético estava bem em campo e empatou com Jairo Campos. O equatoriano aproveitou falta lateral e desviou para o gol. A bola estava entrando até que Fábio fez mais um de seus milagres e salvou. Campos apanhou o rebote e bateu para empatar. O detalhe é que Leonardo Silva deu muito espaço e ainda não permitiu que Fábio visse o lance.
Adilson mudou no segundo tempo. Tirou Diego Renan, que sofreu com Muriqui, e chamou Pedro Ken. Marquinhos Paraná foi para a esquerda e Pedro Ken inibiu a eventuais subidas do Leandro.
Aos 2 minutos, em velocidade com Muriqui pela esquerda achou Diego Tardelli na cara do gol e ele fez. O auxiliar Jair Albano Félix apontou impedimento de forma errada, a posição era legal.
O Atlético continuava bem. A estratégia montada dava resultado e Corrêa se destacava muito nos lançamentos.
Muriqui, que se destacava na velocidade e toques rápidos, foi péssimo nas finalizações.
O jogo caiu um pouco, creio que pelo desgaste dos dois times. Até que...Luxemburgo resolveu apostar no ataque com Obina em campo no lugar de Renan Oliveira. Não deu certo! Do outro lado, Adilson chamou Roger e sacou Gilberto. Adilson se deu bem melhor na troca.
O Atlético perdeu a posse de bola e parou de chegar. Com Obina em campo o Galo finalizou só duas vezes. O segundo gol saiu aos 36 minutos. Escanteio batido por Roger e Leonardo Silva subiu muito e fez. O gol desorganizou o Atlético e Luxemburgo tirou o volante Jonílson e apostou em Marques. Ricardinho também saiu e entrou Júnior. Marques, Tardelli, Obina, Muriqui e Júnior. Nenhum deles marcava.
Adilson também mexeu e colocou mais um meia. Era o balanço e a ocupação de espaço de um lado e o desespero do outro. Deu Adilson!
Roger recebeu com espaço e bateu bem para fazer o terceiro gol.

Torcida x Luxemburgo

Quando o Cruzeiro fez o terceiro e garantiu a vitória, das arquibancadas o que se ouviu foi um forte grito de "Ah! É Luxemburgo!!!". A gozação mexeu com o treinador. Luxa ficou irritado e bateu no peito pedindo respeito. No vestiário ele se mostrou sereno quando falava do jogo e perdeu a compostura ao falar do torcedor cruzeirense.

Luxemburgo + Torcida

Se de um lado Luxa se indispôs com os azuis, na entrevista coletiva, ele capitalizou e muito para sua imagem com o torcedor atleticano. Ele disse mais de uma vez que agora era Galo, que o Galo isso e aquilo...

Adilson

O treinador cruzeirense manteve seu ótimo retrospecto em clássicos. Adilson sentiu que o Atlético melhorou e ainda assim manteve a serenidade e olhos abertos para aproveitar as oportunidades.

Roger

Foi só o jogo acabar que choveram comentários e palpites. Todos pediam Roger como titular já contra o Colo Colo. Acho precipitado. O nível físico dele está abaixo dos outros e contra um meio de muita pegada não sei se daria certo a entrada dele desde o início.

O investimento que vale a pena

Futebol não é o que fazem com ele. Parece ser uma luta, uma disputa mortal, moral e irracional. Entretanto, o futebol é um jogo que cresceu, ganhou espaço, atraiu investidores e se tornou um espetáculo midiático, mas nunca podemos esquecer que o futebol é jogado nos bairros, vilas, comunidades carentes, praias e parques.
No Mineirão, antes do clássico, o Atlético proporcionou vários sorrisos a 456 crianças de 11 escolas municipais de BH. Investir no sorriso, na tarde diferente é investir no lado bom do futebol.
Para que ninguém reclame precipitadamente, o Cruzeiro tem ações maravilhosas com o Raposão nos hospitais, nas vilas e comunidades carentes.

Mais um único Atlético e Cruzeiro

Quando Renato Cardoso Conceição erguer o braço e determinar o fim do jogo o meu olhar se voltará para o banco de reservas. Os dois treinadores serão o meu alvo. Quero ver a reação dos dois técnicos. Sei que os clássicos normalmente são decididos pelos atacantes, pela criação do meio, pelos avanços dos laterais ou até pelos erros da arbitragem, entretanto, poucas vezes um clássico chamou tanto a atenção pelos treinadores envolvidos. Adilson Batista segue o seu terceiro Campeonato Mineiro. Nos dois primeiros, além das goleadas, Adilson levantou a taça. No entanto, mais que os títulos, o treinador cruzeirense conseguiu dar um padrão ao Cruzeiro. O time se mexe, busca espaço, gira, marca e passa com a marca do treinador. O caminho percorrido pelo Cruzeiro nos últimos três anos poderia apontar o time como favorito para o encontro de logo mais. Entretanto, no outro banco de reservas estará o maior vencedor de Brasileiros. Vanderlei Luxemburgo, dentre todos técnicos do país, tem o melhor currículo. Ele sabe quem é o Cruzeiro, conhece o trabalho do treinador adversário, entende o padrão do meio azul e não cruza os braços. Luxemburgo, assim que acertou com o Atlético, deve ter procurado saber o dia do jogo contra o Cruzeiro. Não por vingança, não por mágoa, e sim por entender o que pode representar uma vitória no clássico. O meio do Galo ainda não está tão bem desenhado, a defesa ainda carece de acertos e o ataque, ponto forte do time, vive a indefinição de jogar com dois ou três homens. Contudo, se existe uma palavra repetida na Cidade do Galo, é superação. Superar a falta de seqüência de jogos, a falta de entrosamento, as dúvidas que envolvem o início de trabalho e superar o adversário. Como o clássico vale pela fase de classificação e os dois estarão em campo na próxima fase, o clássico vai servir para tirar lições para as outras competições. O Cruzeiro tira lições para a Libertadores e o Atlético vai trabalhar na construção do modo de jogar e na assimilação da filosofia de trabalho da nova comissão técnica. Mesmo assim, quando Renato Cardoso Conceição erguer o braço...

Campeonato Espanhol

Barcelona perde invencibilidade e Real Madrid encosta de vez.

Jogando no estádio Vicente Calderón, o Barcelona tinha uma tarefa difícil: enfrentar a boa equipe do Atlético e ainda entrar em campo sem vários de seus titulares.
Os laterais Daniel Alves e Abidal, assim como o volante Touré, estão lesionados; os zagueiros Pique e Rafa Marques, expulsos na partida contra o Getafe, ficaram de fora; a ausência de todos foi muito sentida. O Barcelona tem um elenco enxuto, o técnico Guardiola teve que utilizar alguns jogadores das “canteras” - categorias de base - da equipe catalã, e os substitutos não corresponderam. Além dos desfalques, logo aos dois minutos de jogo, Guardiola perdeu Keita que saiu de campo lesionado e foi substituído pelo jovem Pedro.
Será que a bruxa que assombrou o Real Madrid durante o primeiro turno mudou de lado?

Apesar de ocupar apenas a 11ª posição na tabela, o Atlético tem uma boa equipe. Embalado pela boa campanha na Copa do Rei, o time fará a final do torneio contra o Sevilha, o Atlético entrou em campo muito determinado. Sua defesa não é muito sólida, mas do meio para frente o time não deixa nada a desejar. Os meias Reyes e Simão Sabrosa são os responsáveis pelo setor de criação e cumprem muito bem sua função em campo. No ataque, a equipe conta com o talento de uma dupla sul-americana: o uruguaio Forlán tem ao seu lado o perigoso argentino Aguero.

O JOGO:
Jogando em seus domínios, o Atlético não se intimidou e partiu para cima do líder. Marcou de perto a saída de bola da equipe catalã e não deixou o Barcelona jogar. Sem Abidal e Daniel Alves, o Barça encontrou dificuldades para criar alternativas para se livrar da forte marcação exercida. De início, o time buscou sair pelas laterais do campo; não deu certo. Os laterais Jeffren e Maxwell não conseguiram suprir a ausência dos titulares. Marcavam mal e não apoiavam com a mesma eficiência de Daniel e Abidal. A alternativa seria utilizar o meio-de-campo; também não deu resultado. O Barça buscou colocar a bola no chão, valorizar a posse de bola e esperar o time se encaixar naturalmente em campo. Apesar da presença dos principais titulares do setor – Messi, Xavi e Iniesta – o Barcelona não conseguiu sair para o jogo.

Encontrando muitas dificuldades para fazer o time se acertar em campo, só restou ao técnico Guardiola buscar uma alternativa tática. O treinador adiantou as linhas de marcação da equipe, diminuiu o espaço entre seus jogadores de meio-de-campo e defesa, forçando a equipe do Atlético a se recuar. A estratégia também não funcionou: com a mudança de posicionamento Guardiola buscava conquistar espaços no campo, porém, o principal beneficiado com a estratégia foi o Atlético. Adiantando suas linhas, o Barcelona conquistou mais espaço no meio-de-campo, mas acabou deixando algumas brechas no setor defensivo que o Atlético soube aproveitar muito bem. Aos oito minutos, após grande jogada do meia Reyes, Forlán abriu o placar. Reyes roubou a bola na intermediária defensiva, passou por dois adversários e com ótima enfiada de bola, colocou Forlán na cara do gol. O uruguaio não desperdiçou a chance e marcou seu 10° gol no campeonato. O time do Atlético continuava aproveitando os espaços deixados nas costas da defesa do Barça e chegava com muito perigo. Aos 17 minutos mais uma vez Reyes fez grande jogada e Aguero, de frente para o gol, inexplicavelmente desperdiçou. O argentino rolou a bola de lado para a chegada de Forlán, mas não contava com a presença do zagueiro Puyol que salvou o Barcelona.

2 a 0
Aos 21 minutos, em ótima cobrança de falta, o português Simão marcou o segundo gol do Atlético. O meia fez a cobrança com muita categoria e, de perna direita, colocou a bola no canto esquerdo do goleiro Valdés. Com a vantagem de 2 a 0 no placar, o Atlético teve tranqüilidade parta continuar utilizando sua estratégia. Concentrava-se na marcação e explorava bem os contra-ataques.
Aos 26 minutos o Barcelona esboçou uma reação. Após cobrança de escanteio, Puyol, na primeira trave, desviou a bola de cabeça e Ibrahimovic, livre de marcação, apenas escorou para as redes. O gol deu novo ânimo ao time catalão, mas o Barça continuava cometendo os mesmos erros. A saída de bola não tinha qualidade, o setor de criação estava muito bem marcado e o ataque continuava pouco inspirado. O time seguia desajustado e timidamente buscava o ataque. A esperança catalã era a de chegar logo ao gol de empate e assumir o controle da partida. O time tentava criar, mas não conseguia superar a forte marcação da equipe atleticana.
Na segunda etapa o Barcelona continuou buscando o gol de empate, lutou muito, mas não obteve sucesso. Durante todo o jogo o time do Atlético teve uma atuação impecável. Anulou o setor de criação da equipe catalã, explorou a velocidade de seus atacantes e o placar final , 2 a 1 para os donos da casa, foi justo e merecido.

Real x Xerez

Quem agradeceu a vitória do Atlético sobre o Barcelona foi o Real Madrid. O segundo colocado da competição fez a sua parte, venceu seu adversário e se beneficiou diretamente com a vitória do rival Atlético. O time não encontrou dificuldades para vencer a frágil equipe do Xerez, lanterna do Campeonato Espanhol. Com a volta de C.Ronaldo, após cumprir suspensão de dois jogos, o time merengue conquistou os três pontos e diminuiu a vantagem do Barcelona. Os gols só vieram no segundo tempo. Arbeloa, aos 19 minutos, invadiu a área e, com categoria deslocou o goleiro Renan, ex-Internacional, abriu o placar. Aos 25 minutos foi a vez de C.Ronaldo. Após cruzamento de Kaká, o português, de cabeça, marcou seu 12° gol na competição. Um minuto depois, mais uma vez a dupla Cristiano e Kaká funcionou bem. O brasileiro invadiu a área e, após saída atrapalhada do goleiro, rolou de lado para a chegada de C. Ronaldo que teve o trabalho de apenas empurrar a bola para o gol. Com a vitória o Real Madrid somou 53 pontos, dois a menos que o líder Barcelona que segue na ponta com 55 pontos.
Se pela 22ª rodada o Barcelona enfrentou um adversário mais forte que o adversário do Real, pela 23ª a situação se inverte. Enquanto o Barça joga contra o Racing Santander (14° colocado), o Real Madrid enfrenta o bom time do Villarreal, 9° colocado na competição. Mesmo jogando no estádio Santiago Bernabéu a equipe dos brasileiros Nilmar e Marcos Senna tem técnica suficiente para arrancar alguns pontos do time merengue. (VR)
Colaboração: Vander Ribeiro

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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Adilson é vítima de má vontade?

Um dia antes do clássico Adilson Batista desabafou e reclamou da imprensa. O treinador destacou que boa parte da imprensa é séria e outra parte torce contra o Cruzeiro por ser atleticana. Não tenho o menor interesse em saber para quem torcem muitos colegas da imprensa. Sempre sou perguntado para quem torce o Galvão, o Milton Leite, Cleber Machado, Gilsão, Garotinho, Noriega, etc, etc. Sinceramente, nem lembro de perguntar a alguns deles, quando encontro. Até esqueço que alguns deixam o coração falar mais alto. Meus motivos são simples: não quero brincar de torcer. Mudei toda a minha vida e investi muito na profissão, não é inteligente deixar o coração falar. Se fosse para ele (o coração) dirigir a profissão, optaria pelas arquibancadas e continuaria ganhando mais em outro emprego. Entretanto, esquecendo as palavras e procurando as razões, Adilson tem seus motivos. Pense bem: Joel Santana, antes do clássico contra o Flamengo, arrumou uma confusão e esbravejou contra repórteres cinematográficos. Alguns conseguiram ler que Joel fazia jogo de cena e desviava a atenção e chamava para ele a tensão da partida. Será que Adilson não usou a mesma estratégia para não responder, não expor o elenco e assim sendo, se ofereceu como o sacrifício para o grupo?
Não creio que Adilson seja vítima de má vontade, entendo que muitos apenas reagem com exagerada ênfase e o treinador, muito autêntico, rebate. É preciso ter serenidade. Na profissão dos microfones e teclas, como também no comando de um grupo. Serenidade não significa omissão, significa parar para pensar e tentar se colocar no lugar do outro.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Antecipando o TEMPO de sexta

Ganha quem aprender mais

A noite de hoje será de ansiedade para as duas torcidas. Mesmo que o Cruzeiro esteja priorizando a Libertadores e o Atlético esteja em fase de formação de equipe, ainda assim, a noite de amanhã pode ser muito dolorosa para uma das torcidas. Não vai adiantar usar o lado racional, quem perder vai sentir bastante. O clássico é diferente de tudo. Diversas teorias podem tentar explicar, amantes do futebol tentam dimensionar, entretanto, na hora que a bola rola e que as cadeiras do Mineirão percebem que um está enfrentando o outro, tudo é diferente. Um pode estar nas alturas e o outro nas profundezas, podem estar até no mesmo nível, no entanto, cada Atlético x Cruzeiro tem a sua singularidade. O clássico de amanhã mostra um Cruzeiro com maior entrosamento e um Atlético em busca de sua nova identidade, mas nem assim existe um favorito destacado. É inegável que o caminho percorrido pelo Cruzeiro é maior e permite mais segurança ao torcedor, contudo, é também inegável que o técnico Vanderlei Luxemburgo sabe de tudo isso e pode tentar armar algumas surpresas. Mesmo envolvido na atmosfera da paixão de um clássico, algo deve ser destacado: é apenas o início. Tanto da Libertadores, quanto da formação de um grupo. Melhor que o placar final é tirar lições do jogo.


Torcidas- De um lado o incentivo e do outro a vaia. De uns tempos para cá, tenho percebido que os palavrões vem cedendo espaço para as músicas. Na Europa é muito comum cada jogador ter uma canção. Enquanto os torcedores ocupam tempo e cabeça na criação de versos, mais distantes ele ficam da violência. Amanhã quero ver qual time tem mais músicas e menos ofensas.
Democrata- Quando Moacir Jr. dirigiu o Tupi o time foi bem. Ele foi para o Democrata e o trabalho foi reconhecido. No Villa, o time foi até a final da Taça Minas. Agora, no Democrata, veio o prêmio de saborear a liderança. É certo que a Pantera ainda tem de enfrentar os favoritos, mas fez o dever de casa e fez bem feito. Moacir Júnior vai cravando o nome como um treinador confiável.

Ronaldinho- No meio de semana o Manchester bateu o Milan, na Itália. Rooney deu mais um show de eficiência e posicionamento. No entanto, eu ficava torcendo para a bola chegar nos pés do Ronaldinho Gaúcho e quando ele tocava nela tudo parecia diferente, mais nobre, mais arte. A arte não foi suficiente, entretanto, para mim já valeu a tarde. Dos pés dele sai o inusitado.

América- A sequência de duas derrotas custou o cargo de treinador do Coelho e o distanciamento da ponta da tabela do Mineiro. Dificilmente tenho posicionamento favorável a demissão de técnicos, no entanto, creio que o América acertou em resolver rápido a questão. Entretanto, não é aconselhável repetir o expediente outras vezes. É preciso ter paz e proporcionar um ambiente agradável.

Ipatinga demite técnico do América

O Tigre, que tem fama de não ficar com o mesmo treinador por muito tempo, demitiu mais um ontem na vitória sobre o América. De um lado estava um time forte fisicamente, que já achou um estilo de jogo com forte marcação e entusiasmado com os resultados. Do outro estava um time mais técnico e mais experiente, entretanto, quando parecia estar por um caminho, preferiu bater cabeça tentando outros. Resultado? 3 a 2 para o Ipatinga e demissão do técnico do América. Assim que acabou o jogo, desci para o hall do Mineirão e, mesmo ouvindo a diretoria bancar a manutenção do técnico, o clima indicava demissão. Os jogadores, aborrecidos com os resultados, fugiam de papo. Os diretores, recheados de emoção, sucumbiam na terceira frase e sabiam que algo teria que acontecer para mudar o ânimo. Aconteceu! Agiu errado a direção americana? Não! Marco Aurélio não teria paz para trabalhar e redirecionar o Coelho. Nem tudo está perdido, pelo contrário, o time pode dar alegrias, mas é preciso conversar com jogadores e saber deles qual a fórmula do sucesso ano passado que foi deixada de lado em 2010. É certo que Givanildo utilizava um esquema diferente e, com três zagueiros o América foi o que foi. Será que não valeria a pena investir novamente na base montada em 2009?

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Os adversários do Cruzeiro entraram em campo

Os chilenos do Colo-Colo encararam o motivado Deportivo Itália, pela primeira rodada do grupo do Cruzeiro. A sensação que dava era que os chilenos estavam muito confiantes e pouco concentrados. Já os venezuelanos estavam muito entusiasmados. Não deu outra! O jogo, que era pra ser fácil, foi mais duro do que os chilenos esperavam.
Os dois times são medianos. O Colo-Colo é mais experiente e mais técnico. Tem um bom goleiro, uma zaga lenta e fraca tecnicamente, laterais fracos, meio que sabe marcar e ataque pesado e eficiente. A atuação de Torres no primeiro tempo foi decepcionante. Firulento, preocupado só com ele mesmo e disperso. No segundo tempo ele entrou em campo e com ele o toque de bola fluiu melhor. Mais rápido, mais objetivo e em direção ao gol. Paredes e Bogado no ataque são pesados, mas não são fracos. É bom lembrar que Miralles não jogou e vai ser atacante titular da equipe. Quando o Colo-Colo forçou seu melhor futebol chegou ao gol. Poderia ter feito mais, no entanto, as falhas nas finalizações e as defesas de Gato Fernandéz impediram um resultado melhor para os chilenos.
O Deportivo Itália é mais fraco. Entretanto, não é chegar e ganhar. O time é valente e também é inocente. Valente pois encara e abre o jogo no ataque. Inocente, já que com a bola nos pés e tocando rápido a defesa venezuela se abria facilmente.
O placar de 1 x 0 foi até justo. O Colo-Colo só jogou um tempo e fez por merecer.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Três homens e um destino: o clássico

O Mineirão será o palco do maior clássico de Minas. Toda a rivalidade existente entre Atlético e Cruzeiro será revivida no sábado. De em lado Luxemburgo e do outro Adilson. As perguntas são inevitáveis: quem é o favorito? Quem fica com o túnel da direita? Quem desequilibra? Quem apita o jogo?
Algumas perguntas ficam sem resposta, entretanto, o Cruzeiro tem um conjunto que o Atlético ainda não tem. O que não quer dizer que vá ganhar o jogo. Basta lembrar que o treinador alvinegro trabalha muito bem a motivação.
O túnel da direita deve ficar com o Atlético, que é o mandante. No Brasileiro já foi assim.
Diego Tardelli e Obina podem desequilibrar, no entanto, é Muriqui que tem feito gols importantes para o Galo. O Cruzeiro tem Kleber e Thiago Ribeiro voando, entretanto, é Jonathan que tem se destacado nos clássicos.
E o apito? A Federação vai fazer o tal sorteio na quinta-feira e fica a dúvida sobre quais nomes serão indicados. Como Alício Pena Júnior não vai apitar e só Ricardo Marques Ribeiro é árbitro FIFA, é certo que ele estará no sorteio. Entretanto, se puderem dirigir o sorteio ele não terá a bolinha retirada. Os outros dois nomes são: Renato Cardoso Conceição e Cleisson Veloso Pereira. A preferência é pelo nome de Renato Cardoso Conceição, que apitou jogos do Brasileirão 2009 e é mais experiente que Cleisson. Sendo ele, Cleisson ou Ricardo, é certo que teremos um iniciante no apito do maior clássico de Minas. Qualquer um que apitar vai sofrer antes, durante e depois.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Primeiro tempo ótimo e segundo tempo fraco

O Atlético conquistou apenas 50% dos pontos disputados no Mineiro. O futebol apresentado pelo Atlético no primeiro tempo foi ótimo. O único probleminha foi a expulsão do zagueiro estreante Cáceres, aos 43 da primeira etapa. A expulsão, que foi exagerada pelo primeiro cartão, determinou a substituição de Corrêa e Obina. Os dois foram destaques no primeiro tempo, ao lado de Diego Tardelli.
O jogo fluía rápido e em direção ao gol. Tardelli driblava e se apresentava, Muriqui ajudava na movimentação e Obina também foi bem como homem de área. O meio com Corrêa e Ricardinho pegava mais e passava bem. Fim do primeiro tempo com 2 a 0 no placar.
O segundo tempo foi do Uberaba. Aos 22, depois de escanteio, André Nascimento cabeceou sozinho e fez o primeiro do Zebu. Naquela hora o time do Triângulo já tinha um a menos também, já que Fabiano havia sido expulso aos 12. O Atlético se retraiu e o Uberaba foi pra cima. O segundo gol saiu aos 39, com Douglas. A jogada armada no meio da defesa mostrou erro de posicionamento e acertos são necessários.
A experiência com 3 atacantes mostrou mais acertos que erros, mas a postura da equipe no segundo tempo foi muito fraca.

A rodada dupla no Mineirão

Estive no Mineirão trabalhando em Ipatinga x Uberlândia e América x Tupi. Apenas 1207 pessoas pagaram ingressos e quem foi, assistiu a dois bons jogos.

Ipatinga 2 x 1 Uberlândia
O primeiro jogo mostrou um Ipatinga forte na marcação, entretanto, carente de ajustes de posicionamento. O Tigre fez dois gols em 14 minutos, mas antes de marcar, viu o atacante do Verdão perder um gol incrível na entrada da pequena área. Luizinho mandou na partida e deixou o sistema de marcação do Uberlândia desarticulado. O placar do primeiro tempo apontava 2 a 0 para o Ipatinga. Era nítida a superioridade do time do Vale do Aço. Faltava ao Uberlândia mais posse de bola e organização no meio de campo. O meia Willian de Mattia acertou um chutaço de fora da área e diminuiu. O gol assustou o Tigre e encheu de moral o Verdão, que foi para cima e ainda acertou uma bola na trave, no último lance da partida.

América 0 x 1 Tupi

Quem vencesse a partida de fundos assumiria a liderança provisória da competição. A partida marcava encontros interessantes de cada lado. Léo Condé, técnico do Tupi, já treinou o América. O time de Juiz de Fora ainda contava com Marcelinho, Fabrício Soares e Léo Salino, todos ex-americanos. O Coelho apresentou Leandro Ferreira, campeão da Taça Minas Gerais pelo Tupi sobre o América em 2008. O americano Euller também reencontrou ex-companheiros de Atlético, como Denilson, Chiquinho e o treinador Léo Condé.
Bola rolando e as duas equipes tinham disposições táticas diferentes. O Coelho com três meias e apenas Fábio Júnior mais perto da área. Moisés e Leandro Ferreira protegiam a defesa e os laterais subiam com alguma regularidade.
O Tupi fechava o meio com Chiquinho fazendo um volante/meia pela esquerda e Léo Salino, na mesma função pela direita. Denilson protegia a zaga e Gedeon, que sumiu no primeiro tempo e melhorou no segundo, tentava se aproximar de Robson e Ademílson. Os laterais Henrique e Michel subiam protegidos por Léo Salino e Chiquinho respectivamente. O América tinha maior produção ofensiva, até que Léo Condé diminuiu o espaço nos corredores e os meias do Coelho perderam a função em campo. Quando tudo indicava que o jogo teria um placar final no primeiro tempo em 0 a 0, Róbson acertou um chutaço de fora da área e abriu o placar. O América tentava e não conseguia levar perigo. Os contra-ataques do Tupi eram perigosos. O duelo de campo era reflexo das observações dos dois treinadores. Marco Aurélio tentava e Condé respondia.
Placar final? Tupi, líder por uma noite, 1 x 0 América. A torcida do Coelho já soltou o grito de "Burro" nas arquibancadas.

Democrata 2 x 1 América T.O.

O jogo não foi transmitido, por isso não tenho análise a fazer, entretanto, o Demô venceu e reassumiu a ponta da tabela.

Campeonato Espanhol

Pela 21ª rodada, Barcelona e Real Madrid vencem e apenas cinco pontos separam os dois gigantes.

Jogando em casa, o Real Madrid não encontrou dificuldades para vencer a equipe do Espanyol. O time merengue começou a partida pressionando muito e logo aos cinco minutos abriu o placar. Em uma cobrança de falta ao lado da grande área, o meia Granero não desperdiçou a boa oportunidade: alçou a bola para Sergio Ramos subir mais que a fraca defesa do Espanhol e, de cabeça, abrir o placar. O gol, logo no início do jogo, deu a tranqüilidade necessária ao Real Madrid para administrar a partida. Além de sua indiscutível superioridade técnica, o Real ainda se beneficiou com a fragilidade do adversário. A equipe do Espanyol é limitada, conta com alguns bons jogadores em seu elenco, como o veterano Ivan De La Peña (ex-Barcelona 96/97) e o japonês Nakamura (ex-Celtic da Escócia), mas para enfrentar o Real Madrid não pôde contar com nenhum deles. Muitas contusões desfalcaram o time, entre elas, talvez a mais grave de todas seja a de De La Peña. O jogador está contundido e fica de fora dos planos do técnico Maurício Pochettino por no mínimo três meses. Sem seus principais jogadores em campo, o destaque do time do Espanyol foi o goleiro Kameni.

O Camaronês fez no mínimo três defesas fantásticas e salvou seu time de sofrer uma derrota por um placar mais elástico. Apesar da boa atuação, o goleiro não conseguiu evitar que o Real Madrid ampliasse o placar. Aos 29 minutos, Kaká, após grande defesa de Kameni, aproveitou o rebote e marcou o segundo gol do Real.

Mesmo em meio às polêmicas envolvendo seu estado físico, o brasileiro atuou durante os 90 minutos e se saiu muito bem. Alternando bem as jogadas pelos lados do campo - ao lado de Guti, Xabi Alonso e Granero - Kaká coordenou as investidas ao ataque do time madrilista. É verdade que ele ainda não teve uma grande atuação vestindo a camisa merengue, mas o futebol do brasileiro - assim como o de todo o time do Real Madrid - está em ascensão. Ao longo das rodadas muitos problemas afetaram o desempenho da equipe: suspensões, contusões e muitas polêmicas acompanharam o time merengue durante todo o primeiro turno. Agora, com o início do returno, mesmo em meio às polêmicas, o time se mostra mais compacto e demonstra estar mais focado em seus objetivos. A meta madrilista é fazer a sua parte, vencer suas partidas e torcer por um tropeço do líder Barcelona.

Segundo tempo:
Na segunda etapa o Real perdeu um pouco o ritmo do jogo e demonstrou que ainda é uma equipe em formação. Durante boa parte do segundo tempo o time se desajustou em campo e, o que para leigos talvez possa parecer desinteresse, para quem acompanha futebol, sabe que aquilo que a equipe demonstrou em campo é algo natural e que ocorre em times que ainda não atingiram o seu estágio máximo de desenvolvimento.
Mesmo assim, o Real continuou mandando no jogo. Criou - e desperdiçou - algumas boas oportunidades de aumentar a vantagem no placar, mas o terceiro gol só veio no final da partida. Aos 44 minutos do segundo tempo, Higuaín, invadiu a área, passou pelo goleiro e marcou seu 12° gol na Liga.

O líder:
Enquanto o Real Madrid vencia o jogo contra o Espanyol sem dificuldades, O Barcelona enfrentou o Getafe em uma partida cheia de emoção.
Normalmente as partidas de Barcelona e Real Madrid, contra clubes de menor expressão, são muito parecidas: logo no início os gigantes abrem o placar, o adversário se perde em campo e os outros gols acabam saindo naturalmente. Dessa vez o enredo foi um pouco diferente. O jogo foi mais dinâmico e exigiu um pouco mais do time catalão.

Jogando no Camp Nou, o Barcelona - como de costume - começou atacando. Encurralou o adversário em seu campo defensivo e aos seis minutos abriu o placar. Após escanteio, Touré dominou a bola no centro da grande área e, de costas para o gol, ajeitou para a batida de Messi que mais uma vez esbanjou categoria. De primeira, o argentino usou sua canhota venenosa e colocou a bola no canto direito, sem chances para o goleiro Codina. Messi marcou seu 16° gol no Campeonato Espanhol e segue isolado na artilharia da competição.

Com o gol logo no início, tudo indicava que o jogo seguiria o velho enredo: o Barça iria administrar a vantagem, o adversário mais frágil sairia para o jogo e no final, fatalmente seria goleado. Resultado seria normal e sem nenhuma surpresa. Até os 24 minutos iniciais o jogo realmente seguiu o enredo tradicional, o Barcelona pressionava e mandava no jogo. Aos 25 minutos o zagueiro Piqué cometeu uma falta violenta e foi expulso de campo. Após a expulsão a história mudou: o Getafe cresceu na partida e pressionou mais; o Barcelona, tradicionalmente conhecido e temido por seu poder ofensivo, teve que mostrar que também sabe se defender. Sem o zagueiro, o técnico Guardiola teve que reorganizar a equipe e o time catalão passou a jogar explorando os contra-ataques. A organização e obediência tática, fizeram com que o Barcelona conseguisse manter a vantagem no placar.
No segundo tempo a estratégia catalã deu certo: em um contra-ataque, aos 21 minutos, o Barça marcou seu segundo gol. Xavi tocou parra Messi que arrancou pelo meio-de-campo, partiu para cima dos defensores e, da entrada da grande área, tocou para o próprio Xavi marcar o gol da tranquilidade.
A equipe do Getafe jogava bem e já merecia marcar um gol quando, no apagar da luzes, o zagueiro Rafa Marques cometeu pênalti e, assim como Piqué, também foi expulso de campo. O atacante Soldado se encarregou de fazer a cobrança e marcou o gol de honra do time visitante. Placar final, Barcelona 2, Getafe 1. Com a vitória o time catalão somou 55 pontos e segue invicto na competição com 17 vitórias e quatro empates. Pela próxima rodada o Barça enfrenta o Atlético de Madrid, 12 ° colocado, no estádio Vicente Calderón. Já o Real Madrid tem um adversário mais fraco, pega o Xeres, lanterna da competição com apenas 11 pontos conquistados.
O Barcelona está em um momento incrível e o Real tem tudo para crescer de produção. Tudo indica que teremos um segundo turno cheio de emoções. A caçada continua!(VR)
Colaboração: Vander Ribeiro

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Cruzeiro perde o primeiro round, mas aprende a lição

Mais uma vez um centenário entra na vida do Cruzeiro na Libertadores. Em 2008, o San Lorenzo cruzou o caminho e não fez grande coisa. Em 2010 o adversário é bem melhor, o Velez é um time bem armado e tem qualidades. Entretanto, a definição da partida não esteve com Moralez, Santiago Silva, Lopez ou Zapata. O árbitro uruguaio Martin Vazquez, antes de dois minutos, expulsou Gilberto. O lance é polêmico e de interpretação da arbitragem, no entanto, a imagem da televisão deixa claro que Gilberto não viu que o adversário estava na jogada. O meia esticou a perna para fazer o domínio da bola e acertou feio o argentino. Expulsão! Em dois jogos na Libertadores, Gilberto foi expulso duas vezes. Logo após o lance da expulsão, Zapata achou Cabrera pela direita, ele avançou no espaço deixado por Diego Renan e cruzou para Santiago Silva fazer, de cabeça, o primeiro gol do jogo.
Para complicar ainda mais o jogo, aos 36 minutos, Gil cometeu falta e recebeu o segundo amarelo. Expulso! Adilson colocou outro zagueiro: Thiago Heleno entrou no lugar de Diego Renan. Sai um lateral e entra um zagueiro. Em mais uma demonstração clara de visão de jogo e de elenco, Adilson não abriu mão de um atacante e percebeu que Diego Renan estava sofrendo na marcação. Com o estrago já feito, o Cruzeiro teve se arrumar em campo. Elicarlos assumiu a direita, Jonathan se vestiu de volante, Paraná foi para a esquerda. Thiago Ribeiro se desdobrou em tentar marcar a saída de bola e ajudar na proteção. Kleber fez o que mais gosta. Provocou, esticou o cotovelo, enfim, jogou Libertadores!
O Velez se mexeu em campo. Zapata, que já comandava pelo meio, não tinha mais preocupação defensiva e trabalhava a bola. Cabrera tratou de atacar e Moralez abria o jogo pela esquerda. Adilson não mexeu no intervalo, apenas ajustou a equipe. Recuou Jonathan e esticou, com Elicarlos e Henrique, uma última linha de quatro. Aos 6 minutos do segundo tempo, Pedro Ken substituiu o cansado Thiago Ribeiro. Pedro Ken fechava o meio e buscava jogar com Kleber e Jonathan com triangulações pela direita. Kleber não resistiu e foi substituído por Wellington Paulista.
O aniversariante técnico Gareca demorou, mas foi mortal nas substituições. Chamou Martinez e Cabral para o jogo. Sacou um lateral (Lima) e um volante (Cabrera) e abriu Cabral na esquerda e Martinez pela direita. Com o espaço ocasionado pelas mudanças o Velez chegou mais e fez o segundo gol. Moralez caiu pela direita e chou Martinez com liberdade para marcar.
É necessário destacar a serenidade do técnico Adilson Batista. Na coletiva ele procurava despertar no elenco e na torcida o espírito da competição. Reclamou da arbitragem, mas tirou proveito da situação, buscando montar o cenário da disputa, que envolve muito de técnica e muito de inteligência e competitividade.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Neymar queria saber marcar

Sou um felizardo! Estava em São Paulo, fazendo jogos para a CBN SP, e fiz os primeiros jogos do Santos em 2010. Santos x Rio Branco, Santos x Ponte e Santos e Mogi. Ainda fiz Santos x Oeste. Obviamente que cresci o olho nos meninos do Santos. O olhar que gosta de poesia, é maluco por Carpinejar e tem paixão pela seleção de 82, só conseguia ver Neymar e Ganso. Que beleza! Torcia para a bola chegar até eles. Quando chegava era um delírio, um sonho. Neymar é muito bom, é ótimo! Dribla em para frente. Busca o gol, mas busca sorrindo. Ele tem um arsenal de fintas de corpo e pensa antes dos outros. O drible curto puxando para a outra perna mostra muita técnica e habilidade (um não é sinônimo do outro). Neymar já é Neymar. Quem não marcar em cima vai dançar. Precisa caprichar mais nas finalizações, mas é um jogador que vai brilhar.
Ganso é um craque! Cerebral, inteligente, frio, técnico, habilidoso e coletivo. Seu toque com a esquerda é mortal. Ele também pensa antes dos outros e procura Neymar. Ganso me chamou a atenção quando, ano passado, não fez de bobo e encarou Fábio Costa em um treino. Encarar Fábio Costa na Vila é coisa muito rara e o menino fez, mostrando personalidade.
O outro olho, o que procura a tática, encontrou Wesley. Não consigo pensar o Santos sem ele. Dificilmente será o craque do jogo, no entanto, é o que costumo chamar de arrumador de time. Alguém da direita está em apuros e ele vai lá socorrer. Na esquerda também ele aparece. Com a grande vantagem de ser muito jovem e já ter apurado senso de tática.
Os três jogadores fazem o Santos funcionar. Ganso pensa a obra, Wesley sobe a casa e Neymar escolhe a pintura e decoração.
Logo após os três brilharem contra o São Paulo, Neymar concedeu uma entrevista a Rádio CBN SP. Perguntado se ele pudesse pedir algo a Deus para aprimorar ainda mais seu imenso futebol, Neymar soltou uma pérola que mostra que caminho lindo o menino vai levar: "gostaria de aprender a marcar". Que coisa linda! Que visão de profissão! Que futuro!

Queria gostar mais da seleção

Sim, é claro que o que importa é voltar para a casa com a taça na mão, que não é o meu emprego como treinador que está em jogo, que o tempo do romantismo já se foi. No entanto, eu queria gostar mais da seleção e está tão difícil assim me convencer a tirar a amarelinha da gaveta. Eu entendo que um grupo não se faz de um dia para a noite, que o ambiente tem seu valor, entretanto, entendo também que ficar refém do ambiente é cair no mesmo erro do passado.
A convocação do técnico Dunga, que vem fazendo um bom trabalho, me deu a sensação de que o ambiente joga mais que os jogadores. A lembrança do nome do Gilberto é uma prova clara. O atual meia cruzeirense não vive seus melhores dias. A última imagem dele no Brasileiro de 2009 foi a de uma expulsão e a única imagem da Libertadores foi a de um soco seguido de vermelho. Entretanto, Gilberto é muito bom jogador. Sempre regular. Nunca joga mal. E mais, é jogador de grupo. Ah, o grupo!!! Sem falar que quando a justificativa para não levar Marcelo, do Real, é que lá ele joga como um meia... Não consegui achar justificativa para a eterna lembrança do nome do Doni. Já que ninguém entende, põe na conta do grupo de novo.
Pra que eu goste muito da seleção e abra a gaveta para arrancar a amarelinha, gostaria de ver convocados alguns jogadores que passaram longe da lista do professor.
Lá vai:
Goleiros
Vitor - Grê
Fábio - Cru

Laterais
Jonathan - Cru
Léo Moura - Fla/Rafinha- Schalke
Marcelo- Real
Fábio Aurélio - Liverpool

Zagueiros
Léo - Palmeiras
Alex Silva - SP
Miranda - SP
Cris - Lyon

Meio
Sandro - Inter
Lucas - Liverpool
Hernanes - SP
Jiuliano - Inter
Diego - Juventus
Paulo H. Ganso - Santos
Diego Souza - Pal

Atacantes
Fred- Flu
Diego Tardelli - Atlético
Neymar - Santos
Grafite - Wolfsburg
Taison - Inter

Ainda teria que pedir desculpas por não ter chamado Alex (Fener), Cleiton Xavier (Pal), Pierre (Pal), Maicon (Flu), Wagner Love (Fla), Denilson (Arsenal) e outros.

Tucho no Villa

Talvez amenize o drama do Villa, mas o anúncio da contratação do meia Tucho não vai resolver os problemas do Leão. Entretanto, apenas o fato de a diretoria se mexer já mostra que não houve exagero quando apontei o Villa como um provável rebaixado. A contratação foi uma tentativa de apagar um incêndio difícil de ser apagado.
O penta campeão tem virtudes, mas não sobreviverá com elas. Fabinho e Allan são os jogadores de maior movimentação. Fabinho busca os lados do campo e Allan ajuda na armação das jogadas ofensivas. Tucho deve entrar na posição de Allan, que fatalmente deve jogar mais adiantado. Os maiores problemas do Villa estão no setor de marcação e nas laterais. Marcel, que já jogou no Villa, deve ser apresentado como opção da lateral esquerda. Se vai resolver eu não tenho ideia, entretanto, fica a lição: da próxima vez basta contratar antes.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Duas propostas diferentes e um placar igual

Luxemburgo colocou em campo uma formação com 3 atacantes. Obina mais centralizado, Tardelli e Muriqui abertos e com boa movimentação. O meio tinha Zé Luis como um primeiro volante e Fabiano e Ricardinho como volantes (sem a bola) e meias (com a bola). A proposta era claramente ofensiva.

O Tigre do Vale do Aço priorizou o sistema defensivo e fez com qualidade. Três zagueiros e mais Jaílton e Max Carrasco dando proteção. Luizinho subia mais pela direita e Marinho Donizete ia mais na "boa". A ocupação dos espaços, que colocavam grilos na cuca do lateral Coelho, era feita por Jajá.

No duelo de propostas o Ipatinga foi muito eficiente. Particularmente gosto muito de esquemas defensivos. Entendo que no país do futebol moleque, treinar sistemas defensivos e aprender a neutralizar faz parte da arte de jogar.

A posse de bola do Galo foi maior, entretanto, faltava espaço para o chute claro a gol. Depois de um primeiro tempo movimentado e com zeros no placar, o início do segundo já foi apimentado demais. Jajá, de longe e fraco, bateu e Carini aceitou. Ele, que acabara de ganhar a confiança do treinador, tomou um frangaço. Outra pimenta é que um dia antes Marinho (ex-Galo) tinha feito gol no Cruzeiro e no domingo quem fez foi Jajá (ex-Cruzeiro).
O Galo aumentou o ritmo e não furava o bloqueio do Ipatinga. Luxemburgo chamou Carlos Alberto, Renan Oliveira e Marques. Tirou Ricardinho, Fabiano e Obina. Renan passou a chamar mais o jogo, entretanto, a sensação que dava era que se o Ipatinga acertasse um contra-ataque a coisa seria irreversível para o Galo.
No finalzinho, aos 42, Marques cruzou para Carlos Alberto achar Muriqui na área, dele para o gol.
É cedo para criticar, mas esconder não é minha função. O Atlético ainda tem um bom caminho a percorrer. É certo que o time do momento, o Santos, na terceira partida do ano, tropeçou no Mogi e depois reergueu. O Galo pode jogar um bom futebol, mas ainda não conseguiu.
O Ipatinga, aos poucos, vai apagando a imagem feia de 2009. A tendência é que os dois times melhorem na competição.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Carini ganhou a vaga


O técnico Vanderley Luxemburgo teve dúvidas e assumiu. Testou, avaliou e decidiu que o titular do gol do Galo é Carini. O uruguaio é, na minha opinião, mais goleiro. Passa mais segurança, é mais técnico e o fato de estar motivado em busca de uma vaga na Copa do Mundo pode ter sido decisivo para a escolha dele.
A defesa foi um ponto fraco da campanha de 2009. Em 2010 a coisa tende a ser diferente. A contratação do equatoriano Jairo Campos e a volta de Cáceres dão garantias de mais experiência e mais técnica.
Para o jogo de hoje contra o Ipatinga, o time deve entrar em campo com Muriqui fazendo a meia e chegando ao ataque; Tardelli, abrindo espaços para Obina jogar centralizado. Pode dar certo? Claro que sim, mas o resultado do último coletivo traz alguma apreensão, os reservas (jogando com três zagueiros) bateram a equipe titular por 2 a 0.
Entretanto, se o Galo golear ou até se perder, nenhuma conclusão poderá ser tirada. Ainda é cedo demais. O Atlético jogou apenas duas vezes em 2010 e o percurso está só no início.

Foto- Carini no Atlético - site Globoesporte.com

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Cruzeiro 4 x 2 Villa. O penta corre risco.

Nada de anormal no jogo do Mineirão. O Cruzeiro foi tranquilo em campo. Quando acelerou chegou ao gol. Mesmo jogando com um mistão, o time foi muito melhor. É importante observar a diferença técnica entre as duas equipes. Impressionante o tanto que o Villa é frágil. Desorganizado, sem armação, sem marcação e apenas contando com a técnica do Fabinho e do Allan. Muito pouco para a manutenção na Primeira.
No Cruzeiro o destaque foi para a sobriedade do Elicarlos, a versatilidade do Jonathan e a eficiência física e técnica do Thiago Ribeiro.
Outro ponto interessante é a falta de ansiedade para resolver o jogo. A partida chegou a ficar 2 a 1, e, mesmo assim, o Cruzeiro sabia que não corria riscos e trabalhou a bola, envolveu e prevaleceu. O chato é constatar que são duas as situações alarmantes da partida: o Villa vai sofrer e a defesa do Cruzeiro não está nada legal. Leonardo Silva está vacilante e errando no posicionamento.