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Nada mais que um evento. Apenas uma cobertura, ou, uma pauta interessante.
Participar da semana da seleção brasileira de futebol nas eliminatórias para a Copa do Mundo deveria ser encarado com naturalidade.
Estavam todos ali. Com camisa amarela e tudo mais. Cercados por câmeras, fones, fios e ansiedade - jogadores e jornalistas faziam um aquecimento do verdadeiro e grande jogo contra os rivais argentinos. Perguntas certeiras respondidas com sutileza. Questionamentos ásperos não respondidos. Adjetivações pouco inocentes acompanhadas de agradecimentos pouco ingênuos. A notícia saía dos poros. Estava em todos os lados. Sendo feita, produzida, batalhada. Tudo o que fosse visto e ouvido (e até o que não era visto e nem ouvido) poderia virar notícia. Poderia dar primeira página.
Três dias de Brasil em Belo Horizonte
Vários técnicos e jornalistas chegaram ainda pela madrugada. A Cidade do Galo, concentração do Clube Atlético Mineiro parecia estar preparada para receber a seleção brasileira e tudo o que gira em torno dela. Algumas emissoras de televisão armaram tendas para transmissão dos programas ao vivo. A Polícia Militar se fazia presente com 200 homens. O circo estava montado.
Coletiva concorrida
No início da tarde, o técnico Dunga reuniu a imprensa para uma acotovelada coletiva. Pouca coisa, além de um clima pouco amistoso, pode ser captado das palavras do treinador. A expectativa se voltou para o treino da tarde. Os juniores do Atlético, que já haviam treinado pela manhã, serviriam de sparring para os reservas da seleção. Adriano, Pato, Anderson e outros consagrados jogadores enfrentariam meninos de 17 ou 18 anos. Currículum deles? Não! Ninguém sabia falar nada sobre os garotos. Apenas funcionários do Atlético destacavam Danilo, Rafael, Leandro e Chiquinho como jogadores bons para um futuro próximo. O que não foi visto por ninguém foi um certo brilho nos olhos. Característica daqueles que enfrentam a vida e que desejam muito dela.
Reservas x Juniores
A seleção brasileira pôs em campo um time reserva e milionário. Repleto de jogadores acostumados às disputas pela Europa e pelo resto do mundo. Do outro lado apenas 11 coadjuvantes. Até que aproveitando uma cobrança de escanteio e uma bola ajeitada o chute dentro da pequena área, o baiano que mora há cinco anos em Belo Horizonte, Leandro Falcão bateu de perna esquerda e fez aquele seria o único gol do treinamento.
O que é que o Leandro Falcão tem
Já estava excitante jogar contra a seleção brasileira. Marcar Adriano e Pato era quase um sonho. Parar o ataque perigoso e ainda marcar o único gol contra a seleção brasileira para um batalhão de jornalistas simplesmente tirou o fôlego do rapaz. Cercado, logo após o jogo-treino, Leandro Falcão foi cumprimentado pelos colegas de time e pelos adversários Anderson, Pato e Adriano. A felicidade era tanta que ao ser perguntado pelos jornalistas o que representava aquele momento para ele, Leandro falava palavras quase inaudíveis. Palavras que saíam do fundo da alma de um jovem que naquele dia estava feliz.
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