quarta-feira, 30 de junho de 2010

Boa tuitada do Kalil

Alexandre Kalil anunciou via twitter a contratação de Diego Souza.
Como qualquer jogador, uns vão gostar e outros vão criticar.
No entanto, é inegável que Diego é um jogador acima da média e será muito útil ao meio do Galo.
A última imagem dele não foi boa. Aqueles gestos e a falta de um pedido de desculpas ao torcedor palmeirense foram posturas equivocadas.
Entretanto, em campo, motivado, ele tem tudo para render e muito.
O meio, que se mostrava carente na criação e na chegada ao ataque, tem um jogador que faz bem a aproximação.
Não custa nada lembrar que Diego Souza fez parte da seleção do Dunga e até poderia estar na África.
Deixando Diego Souza de lado, é inevitável o questionamento: será possível montar o time antes do meio do ano?
Analise o meio de campo, veja as mudanças nas laterais, dê uma olhada no ataque e pasme ao ver o gol!
Uma contratação ou outra é sempre bom, mas o time todo?
Será que a lição foi aprendida e em 2011 o time estará montado antes de julho?
Tomara que Maluf introduza suas ideias e que Luxemburgo cuide apenas do campo, afinal de contas, como gerente... tá difícil!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

A Holanda é diferente

Assim que saiu sorteio dos grupos, muitos passaram a apontar o grupo G como o grupo da morte. Não dava para comparar com o grupo da Holanda em 2006, que tinha, além dos holandeses, Costa do Marfim, Argentina e Sérvia.
Os adversários do Brasil, na primeira fase, eram Costa do Marfim, Portugal e Coreia do Norte.
O primeiro teste duro seria a Costa do Marfim, o Brasil superou até com alguma facilidade.
O jogo contra Portugal foi duro, mas não valia a classificação e ganhou ares de amistoso.
A primeira eliminatória foi contra o Chile, que mostrou um bom futebol - mas é sempre batido pelos brasileiros. O primeiro grande clima de decisão é agora, sexta feira.
A tabela mostra que Brasil e Holanda se encaram e só um passa.
A Holanda, além da camisa bonita e da torcida feminina, é sinônimo de bom futebol.
A escola de Cruyff formou vários jogadores sensacionais e a Copa da África do Sul exibe o talento de dois finalistas da CL: Robben e Snejder.
Os dois são ótimos jogadores. Envolventes, técnicos, sóbrios, finos e mais.
A Holanda ainda conta com o operário Dirk Kuyt.
Ele não é brilhante, mas não deixa de ser útil em nenhum minuto na partida.
Com a liberação do departamento médico de Robben, Kuyt chegou a ter ameaçada a sua vaga de titular, mas o rendimento em campo fez com que Van der Vaart perdesse a condição de titular.
O Brasil cresceu bem e na hora certa e pega a Holanda que não precisou derramar uma gota de suor para se classificar, mas é muito boa.
Teste para os dois.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Japão e Estados Unidos

Antes de qualquer Copa começar, sempre, Alemanha, Argentina, Brasil e Itália são favoritos. É normal que apareçam as forças emergentes, que podem ser a Holanda, Suécia (na época do Larsson), Portugal e Espanha. Entretanto, o que parecia impossível está acontecendo. É inegável a evolução do futebol dos Estados Unidos. A final da Copa dos Confederações mostrou isso claramente. Atualmente, o que pesa aos americanos, é a falta de vivência ou maturidade nas decisões. O time melhorou muito! Donovan e Dempsey são muito bons e eficientes. Já até me permito pensar que um dia os Estados Unidos serão campeões do mundo.
Em um patamar inferior está o Japão. Os japoneses também experimentaram um crescimento. O futebol em campo ainda precisa ser melhor testado, mas é interessante.
Algo une os dois países que já não engatinham mais no futebol: a dedicação.
Desde cedo, na escola, americanos e japoneses são convidados a pensarem competitivamente.
E ser competitivo no futebol é um bom caminho andado.

O TEMPO de 25.06

O Dunga do Brasil e o Brasil de Dunga

Talvez muitos não se lembrem, mas Dunga é um caso típico de vilão que virou herói. Apontado como símbolo de uma era de fracasso em 90, ele deu a volta por cima e foi o capitão que ergueu a taça quatro anos depois. Mais que os bons passes e a combatividade, Dunga foi conhecido pelo temperamento. Em 98, assumindo o personagem, o capitão resolveu dar cabeçadas em Bebeto em pleno jogo de Copa. O tempo continuou passando e o atual treinador deu alguns pitacos como comentarista em outra Copa. Infelizmente, o atual treinador continua interpretando o personagem que ofusca o seu trabalho. Também não concordo com as críticas sobre o modo de vestir do treinador, acho que é falta de assunto e falta de algo mais, no entanto, todos temos opiniões e pontos de vista diferentes o que nos faz únicos. Dunga mesmo teve que rever conceitos. Ele custou para se render e convocar Luiz Fabiano. A imprensa não deve ser vista como rival ou amiga, é apenas parte do processo de informação. Seria muito melhor se o treinador não buscasse a afirmação o tempo todo e seria muito bom também, se a roupa dele não fosse avaliada na imprensa.

Portugal- O estilo de jogo de Portugal é interessante para o Brasil. Carlos Queiroz sabe que não adianta partir para cima da seleção, entretanto, a vocação de Portugal é mais ofensiva. Não há como segurar um Cristiano Ronaldo e falar que é pra ele marcar. Se nossos patrícios derem espaço, o Brasil ganha o jogo.

2014- França e Itália já se foram e não deixaram saudade. A França foi uma piada de desencontros e a Itália apostou em uma geração pouco criativa. A mística de que os italianos se agigantam não é tão verdadeira. Nas vezes em que eles cresceram depois das dificuldades os times era melhores. Em 2006, Toti e Del Piero estavam em campo. Em 82, Rossi e Bruno Conti.

Evolução- É inegável que as seleções da América do Sul são os destaques do Mundial. O Chile ainda corre risco, mesmo assim o desempenho é altamente positivo. Brasil, Uruguai e Paraguai optam por defender bem e atacar em velocidade. Argentina e Chile se fecham, mas priorizam o jogo ofensivo e bom toque de bola. O duelo é estilos e quem ganha é o hemisfério.

Maluf- Qual leitura é possível ser feita com o acerto de Maluf com o Atlético? Maluf só aceitou correr o risco de rejeição por acreditar no projeto. Tudo indica que o caminho pode ser melhor. Outro ponto a ser avaliado é que o gerente Luxemburgo tem seus poderes diminuídos. A tendência é que o trabalho de campo melhore.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

O clichê do Ballack

Eu também já caí na máxima das máximas da seleção alemã.
Entendo que a ausência do capitão Ballack interfira no futebol alemão, no entanto, a Alemanha de Joachim Low pode estar vivendo a oportunidade de se livrar de um paradigma chamado Michael Ballack.
Qual é a verdadeira posição do capitão? Ballack é o que poderíamos chamar de um volante/meia, ou um meia defensivo. Ele cria mais que Schweinsteiger? Ele marca mais que Khedira?
A contusão de Ballack não será a culpada por uma eliminação e poderá ser a estratégia correta para uma nova Alemanha.
O atual meio de Low não tem um volante pegador e valoriza mais a posse de bola.
Aproveita Low!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Muito trabalho para a França

A desclassificação da França não chegou a ser uma surpresa e foi muito merecida.
O time não apresentava futebol há algum tempo e, dentro da Copa, as vaidades e os conflitos tomaram um corpo maior que o esperado pelo perdido Domenech.
Vários foram os conflitos e creio que nunca saberemos tudo o que aconteceu na concentração. A imagem que fica é a pior possível.
Blanc, ex-zagueiro campeão do mundo, será o novo comandante e deverá dar oportunidade a Benzema, Ben Arfa e Nasri, no entanto, mais que escalar uma equipe e abrir espaços aos jovens, Blanc terá que transmitir o conceito de seleção aos atletas.
Duro o trabalho do zagueirão.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O episódio da coletiva

Preferia não entrar no assunto, mas o twitter bombou e eu acabei entrando no assunto lá e não achei justo com quem me acompanha só aqui.
Não é preciso lembrar a todos o que aconteceu após a vitória contra os marfinenses.
O que era para ser uma entrevista com sabor de vitória tomou ares de embate contra o maior adversário que Dunga pensa ter.
A relação de Dunga com a imprensa não é boa desde os tempos de jogador.
Erros existiram dos dois lados. Exageros dos dois lados.
Entretanto, Dunga sempre fez do estilo Schwarzeneger um modo de afugentar e, ao mesmo tempo, atrair.
Afugentava quem poderia ser uma ameaça e os mais simples e atraía quem tem estômago para gestuais e afins.
Foi bonito ver o gestual na vibração do gol de penalti na final da Copa.
Foi feio e triste ver a cabeçada em Bebeto em 98.
Aquilo não era liderança. Tanto que alguns jogadores daquela seleção falaram com ele para abaixar as armas e parar de representar o durão.
Pergunta: onde estava o Schwarzeneger brasileiro quando Zidane mandou e demandou em campo?
A imprensa também seus trapalhões e seus machões.
Vários adoram agredir, ofender, tirar onda.
Acho ridículo e mesquinho avaliar a vestimenta do treinador.
Soa como coisa de bobo e pobre de espírito medir a pessoa pelo que ela veste.
Também não faz parte das atribuições da imprensa ofender ninguém.
Em nenhuma escola de comunicação devem ter ensinado isso.
Dunga nunca compreendeu o papel da imprensa.
Ninguém tem que aplaudir, ninguém tem que torcer.
O profissional da imprensa pode opinar e deve reportar o que se passa com a seleção.
A convivência não precisa ser agradável e sorridente, mas precisa ser respeitosa dos dois lados.

Confusão

Muitas pessoas confundem o episódio isolado contra o Alex Escobar com uma possível revolta contra o sistema, contra a TV Globo.
A CBF diminuiu as exclusivas da Globo e chegou a sugerir que a TV prejudicou a campanha de 2006. Amigos, peço um segundo de reflexão. A Globo invadiu ou combinou as exclusivas?
A CBF tinha dois ou três patrocinadores e hoje tem quase dez. A CBF cedeu espaço e aproveitou bem o espaço que a Globo deu.
Quer dizer que a Globo é o diabo e a CBF é deus? Dunga é um anjo?
Não existem santos em relações comerciais.
Dunga novamente encarnou o personagem e quer fazer vítimas.
Quem tem opinião e não concorda com ele é inimigo e aos inimigos o olhar é mortal.

Mais equívocos

A imprensa sabe quem é Alex Escobar e por ele muitos compraram a briga.
Escobar é muito acima da média. Boa pessoa, íntegro, sorriso aberto, observador e lutador.
Fácil comprar a briga por ele.
Entretanto, quando Muricy esbravejava nas coletivas do São Paulo, vários jornalistas riam dos colegas.
Quando Leão fazia o mesmo, outros tantos gargalhavam.
A imprensa é como a sociedade. Taí uma boa oportunidade para repensar nossas vidas profissionais.

Segunda rodada da Copa

Esquentou! A segunda rodada foi melhor que a primeira, bem melhor.
É compreensível. As seleções sentem a pressão da estreia e a falta do ritmo de competição.
Passada a decepção inicial, o normal é vermos o resultado de mais uma semana de treinamentos e a necessidade que a tabela exige.
Destaquei Alemanha, Coreia e Chile na primeira e, dos três, apenas o Chile venceu também na segunda rodada - confirmando o precipitado olhar.
Não retiro a Alemanha do grupo das boas seleções do início da Copa, mas a Coreia sai da lista.
Chile, Alemanha, Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, México, Estados Unidos e Portugal foram as melhores seleções da segunda rodada. Se a lista estiver muito grande e te incomoda, aponto Chile, Argentina e Brasil como as mais fortes.
O Chile continua apostando no ataque. Perde muitos gols, no entanto, investe em criar mais. Não creio que chegue entre os quatro, entretanto, gosto do estilo e vocação. Bielsa continua sendo visto como louco e continua fazendo bons trabalhos.
A Argentina talvez seja a maior reunião de grandes jogadores em seu elenco.
Maradona tem conseguido desviar a atenção e poucos perceberam que ele mudou o esquema do time. É mais fácil falar dele que do time dele.
A defesa continua sendo alvo de críticas e continua mostrando que não é confiável.
No entanto, o ataque é irresistível. Messi pensa mais que todos os outros. Tevez luta o tempo todo e Higüaín acordou para a vida. Sem falar no banco de reservas.
O melhor futebol que vi na Copa foi praticado pelo Brasil nos primeiros 25 minutos do segundo tempo, contra Costa do Marfim.
Participativo, rápido, ofensivo e até refinado.
O mais interessante é que quem viu o primeiro tempo jamais apostaria em ver um time tão bom no segundo.
Tudo indica que a terceira rodada seja ainda mais emocionante e depois mais emoção ainda.
Que bom que o futebol em campo é melhor que fora dele.

sábado, 19 de junho de 2010

E Robben nem estreou

A primeira seleção classificada para as oitavas é a Holanda. É verdade que o futebol apresentado contra Dinamarca e Japão passou longe de entusiasmar. Ainda assim, sem dar show, é difícil ver nos gramados africanos outra seleção que trabalhe tanto a bola e mantenha posse da Jabulani por tanto tempo.
A distribuição dos jogadores em campo é outro ponto forte. Apenas Van der Vaart parece não estar perfeitamente encaixado no esquema.
A defesa, tão questionada antes da Copa, ainda não sofreu nenhum gol.
Os holandeses têm um outro importante motivo para a comemoração: Robben não estreou.
O meia do Bayern de Munique é um tesouro guardado no banco.
Com ótimo chute, ótima condução de bola e muito boa visão de jogo, Robben foi poupado na primeira fase e pode ser decisivo na hora certa.
No história do futebol a Holanda já escreveu páginas lindas.
Os pés de Cruyff e Van Basten já conquistaram admiradores por todo o mundo, mas não fizeram os holandeses levantarem nenhuma taça de campeão do mundo.
Será que chegou a hora dos holandeses?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Deu Forlán

O Uruguai bem que podia dar uma resposta boa a quem gosta de futebol.
A Celeste Olímpica sofre do mal da não renovação, seguido de novas gerações sem boas renovações, e mais e mais.
O povo uruguaio ama futebol. O clássico dos Bolsos (Nacional) x Manyas (Peñarol) com suas muitas histórias e tantos jogadores que marcaram época. O Uruguai é o Uruguai. O tempo foi passando e referência de bom futebol foi substituída pela pancada e pelo anti-jogo. Seria tão bom se o Uruguai desse uma resposta ao mundo do futebol. O melhor palco para responder é a Copa do Mundo. O evento que já foi dominado por eles agora serve para apontá-los como apenas mais um participante. Mas tudo tem limite! A África do Sul acreditou que empolgação e canção daria e não deu. O jeito alegre dos africanos é ótimo, é uma contribuição ao mundo surrado do futebol, mas a bola ainda é parte essencial para a boa prática do futebol.
Com a bola rolando, quem jogou foi Forlán.
Ofensivamente e até fazendo a armação pelo meio, Forlán foi o grande nome da abertura da segunda rodada.
Seja bem vindo ao mundo do futebol, Uruguai.

A doença que mata a opinião no futebol

Você sofre de Instantanite aguda?

As distâncias estão cada vez menores. A África do Sul está logo ali. A Copa do Mundo é apenas mais uma demonstração de que o mundo ficou menor, que as distâncias diminuíram. O gol sai e a televisão mostra, o rádio descreve e os jornais on line já escancaram a foto da bola entrando e descrevem que a velocidade dela é superior ao gol marcado em 1966, no décimo quarto jogo disputado pela manhã na história dos Mundiais. Instantâneo!

A informação instantânea é fruto do estreitamento que cabos e satélites proporcionaram.

Entretanto, a geração que vive a era do instantâneo sofre de instantanite aguda. Tudo tem que ser rápido e somos convidados a crer no rápido. Respostas rápidas caminham lado a lado com o erro de avaliação.

Trabalhando como comentarista, em vários momentos, sou perguntado (ao vivo) se o Brasil do Dunga vai fracassar, ou se os espanhóis tremeram, etc, etc. Alguém tem tais respostas prontas? Distante da Instantanite Aguda, o comentarista, na minha visão, deve responder alicerçado em conceitos. Deve trazer argumentos e dividir com o público mais uma opção de pensamento.

Agora, com o fim da primeira rodada da Copa, a pergunta mais ouvida é a mais previsível possível: qual é o melhor time da Copa? A resposta não é simples e vem carregada de conhecimentos e conceitos prévios. O mais comum é falar que a Alemanha foi a melhor. No entanto, não existe um medidor de futebol. A instantanite aguda exige respostas sem argumentações, ou seja, exige o erro!

Antes de tudo quero saciar o desejo de quem sofre do mal da I.A.. Alemanha, Chile e Coréia do Sul jogaram o melhor futebol da primeira rodada.

O Chile foi envolvente e buscou trabalhar a ofensividade em todo jogo. Com movimentação em alta velocidade de Sanchez e opção centralizada com Valdívia. O Chile encantou? Longe disso! Contra a fraca Honduras era mesmo a hora de atacar. Jogando em um grupo de defesa forte como é a Suíça e toque inteligente que tem a Espanha, a opção chilena era pelo ataque. Vai continuar assim? Provavelmente não. O futebol que era bonito corre o risco de ser fraco de novo. Ponha na conta da I. Aguda. A doença quer respostas rápidas e quando recebe as respostas espera para conferir e depois cobrar.

A Coréia do Sul jogou um belo futebol. Calma sofredor de I.A., eu sei que foi contra a frágil Grécia. Estou falando do jogo, do que chama a atenção. Do toque, das ultrapassagens, da leitura correta da hora de marcar saída de bola e de fechar coordenadamente o meio. Cobrar dribles rápidos, curtos, longos da Coréia é demais!
Vamos aos alemães: quer contexto? O portador de I.A. odeia contextos e é vítima do contexto.

A Alemanha foi a seleção que mais sofreu perdas para a Copa. Vamos lembrar que o goleiro Enke (talvez vítima da I.A.) se atirou na frente de um trem e morreu na preparação para a Copa. Enke representava o novo. Herdeiro da camisa de Khan, Ilgnner, Lehmann e Schumacher. Não deu tempo para ele e Adler assumiu a 1. Até pouco antes do início da Copa. Em abril, o novo titular fraturou duas costelas e foi afastado. Em meio a tantas dúvidas, o goleiro Neuer assumiu a posição.
O capitão Ballack também foi cortado. Os alemães foram a campo contra a fraca Austrália. É verdade que a Austrália jogava junto há 15 anos e também é verdade que Pim Verbeek colocou em campo um time com três zagueiros, um lateral e mais cinco volantes. Deu Alemanha! Mergulhada em um contexto de azar e dúvidas, com média de idade mais baixa da Copa, sem referências no elenco – deu Alemanha.

Um time que trocou passes rápidos e envolventes, que teve um treinador que só fez modificações ofensivas e que não jogou com nenhum volante pegador.
Obviamente, quem quer respostas frias e imediatas não vai ter tempo pra ler tudo isso e não perceber o cenário. Quem sofre de I.A. prefere crer e desacreditar, bater e cuidar. Despreza os cenários e corre riscos quando passa o trem.

terça-feira, 15 de junho de 2010

A vitória do Brasil e um pouco de repercussão

O jornal português Correio da Manhã destacou que o primeiro tempo do jogo de estreia do Brasil foi "um enorme bocejo". O Clarín argentino não chegou a pegar pesado e até elogiou a torcida brasileira. Entretanto, destacou que o time de Dunga não tem opções de variações.
O Marca, da Espanha, foi preciso. Deu o tom de decepção e de esperança. Talvez até sentindo o medo de ver a Fúria decepcionar, o jornal espanhol enfatiza que os brasileiros sentiram, mas venceram na estreia. Respeitando a história do futebol brasileiro, o Marca classificou o futebol exibido contra a Coreia do Norte como um conta-gotas de talento. Outro ponto de destaque para os espanhois foi a arbitragem do húngaro Viktor Kassai, classificada como nota 10.
Portugueses, argentinos e espanhóis sabem que o potencial da seleção brasileira é maior e mantiveram o respeito pelo Brasil.
Todos jornais avaliaram o sistema defensivo da Coreia com grande destaque.
Misteriosos e fechados, os norte coreanos não jogariam abertos contra o Brasil, ao contrário, se trancariam muito mais que o normal e fizeram com grande mérito.
Defender também faz parte do jogo.
O "grande bocejo" descrito pelo Correio da Manhã é real. Entretanto, mais que o bocejo, o primeiro tempo mostrou uma seleção pouco inventiva, pouco criativa. Contra um bloqueio centralizado, o Brasil dificilmente abria o jogo pelas laterais.
Tudo bem. Coloque na conta da histórica ansiedade da estreia e não se fala mais nisso.
O jogo do segundo tempo foi melhor. Robinho buscava as jogadas. Dividiu a responsabilidade com Kaká e foi muito bem.
O primeiro gol saiu pela direita com Maicon. O segundo também foi pela direita com Elano.
Dunga não mostrou conformismo e investiu em mudanças ofensivas. Daniel Alves, Ramires e Nilmar foram e serão ofensivos.
Perto do fim do jogo os coreanos fizeram um emocionante belo gol.

Dúvidas

Dunga mostrou ousadia e viu a seleção tomar o gol. Será que ele pode relacionar as mexidas ofensivas com o gol sofrido? Será que ele vai mexer ofensivamente nos próximos jogos ou vai optar pelo conservadorismo?
Contra um previsível esquema defensivo, o Brasil mostrou a mesma dificuldade que havia mostrado contra Bolívia, Venezuela e Colômbia. Já não é chegada a hora de criar alternativas para abrir os bloqueios adversários? Que tal marcar forte a saída de bola e forçar o erro dos adversários?
Luis Fabiano não marca há sete jogos e pode estar sentindo o peso. Dunga dará o apoio necessário? A comissão técnica brasileira não trabalha com nenhum profissional em psicologia. Dunga e Jorginho terão argumentos e a dose correta de estímulo para o homem gol do Brasil?

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Felipão de volta

De 97 a 2000 Luiz Felipe Scolari foi o treinador do Palmeiras. Os títulos acompanharam a passagem dele pelo Palestra e o ápice foi a conquista da Libertadores de 99.
Ele saiu e se tornou referência. O time recebeu vários outros treinadores e sempre a figura de Felipão assombrou o trabalho dos outros.
Ele está de volta! A diretoria do Palmeiras e a assessoria do treinador podem até negar durante um tempo, mas ele vai assumir o comando da equipe.
A proposta já foi feita há algum tempo e a resposta foi afirmativa.
Ainda nao tenho informações sobre o tempo de contrato e o valor dos salários, no entanto, a informação que o torcedor mais quer está confirmada.

Adilson Batista

O segundo nome na lista da direção palmeirense é o de Adilson Batista.
O curioso é que vários familiares do ex-treinador do Cruzeiro são palmeirenses e torciam por ele à frente do time.
Adilson, que também não vai para o Internacional, tem uma proposta em mãos.
A decisão sobre o futuro dele não passa tanto pelo salário.
O clube que tiver uma boa estrutura e estiver disposto a investir no futebol pode levar Adilson Batista.

Começou a Copa

O jogo entre África do Sul e México terminou no 1 x 1. Tshabalala e Rafa Marques fizeram os gols.
O nível técnico foi baixo e a velocidade alta.
Não é comum jogos de abertura de Copa disputados com elevado nível técnico. O normal é o clima de tensão e ansiedade.
O que sai do normal e traz suavidade e leveza ao jogo é a forma com que os jogadores da África do Sul foram do vestiário para o campo. Todos juntos, sorrisos abertos e cantando.
Bem diferente da pose de guerreiros que os brasileiros gostam de ostentar.
É preciso ser guerreiro?
É preciso fazer cara de guerreiro?
Sou mais o futebol moleque.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

O último antes da Copa de 78

A seleção brasileira tem feito amistosos contra seleções fracas antes das últimas Copas.
Em 78 foi diferente.
O ano começou com uma derrota contra a França, em Paris: 1 x 0, gol de Platini.
Em abril a Alemanha recebeu a seleção e perdeu por 1 a 0, gol de Nunes.
Ainda no mês de abril a Inglaterra empatou com o Brasil em 1 a 1. Gil e Keegan marcaram, em Wembley.
Em maio a "amiga" seleção do Peru veio ao Brasil e perdeu por 3 x 0. Gols de Zico e dois de Reinaldo.
O último amistoso foi contra a Tchecoslováquia. Time forte, com histórico em Copas. Resultado de 2 a 0 com Reinaldo e Zico marcando, no Rio.
Time do amistoso: Leão, Zé Maria, Oscar, Amaral e Edinho; Batista, Cerezo e Rivellino; Reinaldo, Zico e Zé Sérgio.
Na abertura da Copa, contra a Suécia, o time foi com: Leão, Toninho, Oscar, Amaral e Edinho; Cerezo, Batista e Rivellino; Gil, Reinaldo e Zico.
Poucas mudanças e avaliação melhor.
Em 2010 a seleção brasileira jogou apenas contra a Irlanda e mais nada. Será que deu para avaliar?

Coisa de Loco

Recebi da assessoria da ASICS a informação de que Loco Abreu é o novo contratado da marca de material esportivo. Entretanto, outra informação chamou a minha atenção: Loco Abreu é o maior artilheiro dentre todos os jogadores que disputarão a Copa. Loco Abreu marcou 305 gols como profissional, sendo 26 pela Celeste Olímpica.
A chuteira personalizada de Loco Abreu leva o nome da província de Lavalleja, da cidade Minas, em que ele nasceu. A família também foi homenageada com as iniciais dos nomes dos filhos Facundo, Franco, Valentina e Diogo; da esposa Paola; dos pais Maria Elva e Miguel Washington; e dos irmãos Clarissa e Rodrigo.

Mestre Gerrard tenta conter Rooney

Sou da opinião de que não adianta nada ter a informação e não tirar proveito dela.
Saber que uma defesa é vulnerável pelo alto e jogar só pelo chão é um erro.
Conhecer a conduta de um árbitro que gosta de mostrar amarelos e ficar reclamando o tempo todo é outro erro.
A Inglaterra, do novo capitão Steven (mestre) Gerrard, parece saber bem o que fazer com a informação.
Vítima de constantes expulsões em jogos de Copa e tendo o esquentado Wayne Rooney como estrela maior a Inglaterra sabe que provocar a arbitragem pode custar muito caro.
Exercendo a mesma liderança que desempenha no Liverpool, Gerrard mostrou na última coletiva a preocupação com a arbitragem: "Nós não devemos provocar os árbitros. Pela sua importância e pela suas idades, eles devem ser respeitados. Se você não fizer isso, então você será punido com cartão e o time sofrerá".
O árbitro do primeiro jogo da Inglaterra será o brasileiro Carlos Eugênio Simon. Conhecendo a peça é bom tomar cuidado mesmo.

Coluna de O TEMPO de 11/06

Ninguém acredita na França

Uma pergunta freqüente dos últimos dias é a de quem vai ser campeão na África do Sul. Os palpites não variam muito. Alguns esquecem da Itália, outros olham torto para a Alemanha e para por aí. Brasil e Espanha são sempre citados em primeiro lugar. Muitos já acordaram para o perigo quem vem da turma de Maradona. A Inglaterra de Rooney, Gerrard e Lampard é considerada forte. A Holanda é sempre citada com carinho e respeito. No entanto, o que impressiona é que pouquíssimos se lembram da atual vice-campeã do mundo. Treinada por um técnico contestado e cheio de manias, a França tem uma geração pouco renovada e pouco unida. Raymond Domecech tem seu grupo montado e não abriu a lista nem para o jovem e eficiente Nasri, do Arsenal. Como se não bastassem os problemas que vem do comando técnico, os escândalos sexuais rechearam as páginas dos jornais franceses e valeram processos para alguns jogadores. A gota d’água foi a derrota para a frágil seleção chinesa, no último amistoso antes da Copa. Será que Ribery, Malouda, Cissé, Anelka, Henry e companhia vão conseguir driblar até a descrença de seus torcedores? A França está no grupo A e o primeiro jogo já é amanhã, contra o Uruguai.

Descrente-Uma prova da descrença dos franceses na seleção foi a entrevista dada pelo treinador Arsene Wenger, francês e técnico do Arsenal. Ele não teve coragem de apontar a seleção de seu país como candidata a nada. Para ele, a seleção da Espanha encanta e a Inglaterra é forte. O Brasil também não arrancou suspiros do treinador, mas ele destacou que respeita o time de Dunga.

Bonito- Quem ama o futebol jogado com a bola no chão, com boa técnica e velocidade, encontra nos jogos da Espanha e da Holanda um porto seguro. Como é bonito ver o toque de bola envolvente dos espanhóis! Todos sabem tratar bem a bola. Xabi Alonso é um volante que não erra um passe, Xavi, Iniesta e Fábregas são muito técnicos. O ataque se completa com Torre e Villa.

Laranja- A Copa de 2010 não apresentará uma revolução tática vinda da Holanda, entretanto, quem quiser assistir a um jogo bem jogado não pode perder nada dos holandeses. O problema é a defesa, mas meio e ataque são preciosos. Tomara que Robben possa jogar. Copa deve ser desfile de craques e Robben acrescentaria muito.

Brasil- Alguém pode dizer que não adianta falar de Holanda e Espanha, pois, na hora H, é o Brasil que encara e vence. Pode até ser. No entanto, o futebol pelo qual me apaixonei, que sempre me encantou e que arranca os meus suspiros, não é o futebol da seleção brasileira. Sou viúvo da Copa de 82. Quero ver o Brasil campeão, contudo, gosto mais de ver o futebol bonito consagrado.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Sonho ou pesadelo?

Disputar uma Copa do Mundo é um sonho de qualquer jogador profissional de futebol. Entretanto, o goleiro australiano Bradley Jones, na concentração da Austrália, recebeu uma notícia que transformou sua Copa em um pesadelo. Bradley Jones pediu dispensa e foi voando para a Austrália cuidar de seu filho de quatro anos que está com leucemia. A comissão técnica liberou rapidamente e os líderes do elenco como Cahill e Keweell se manifestaram como chocados e dispostos a tudo pelo garoto. Sabe qual é o grande problema agora? A FIFA pode não liberar a convocação de um outro goleiro, já que, pelo regulamento, apenas jogadores lesionados podem ser substituídos. Aí vai a pergunta: você seria profissional e disputaria a Copa? Você seria pai e fugiria para casa? Eu correria para casa. Fui!

terça-feira, 8 de junho de 2010

Júlio César e a misteriosa contusão- Deu no blog do Jorge Eduardo

Jorge Eduardo é um amigo e um repórter zeloso.
Se ele falou...tá falado. Ele não é de jogar para a galera.
Tive a cara de pau de copiar e colar o texto de seu blog (que está entre os meus favoritos).
Vale a pena ler sobre a contusão do goleiro Júlio César.


Júlio César: hérnia de disco?!?!?!

seg, 07/06/10por jorge.eduardo
Confesso que tenho várias pulgas atrás das duas orelhas em relação à essa contusão lombar do goleiro Júlio César. Confesso ainda que a passividade com a qual nós de imprensa (e não me excluo disso) estamos tratando o fato também me incomoda. Parece tudo normal que faltando uma semana para a estréia, o melhor goleiro do mundo esteja no estaleiro e que não haja nenhuma informação precisa sobre isso.

Vou contar uma historinha acontecida há alguns anos, quando cobrí o Flamengo pela primeira vez e o Júlio ainda era o goleiro rubro negro. Ele já estava negociando com a Inter de Milão quando descobrí que ele tinha duas hérnias de disco bem definidas e outras duas para acontecer a qualquer momento. Em um jogo fora do Rio, ele sentiu as costas e evitou cobrar os tiros de meta. Durante a transmissão comentei que ele tinha o problema e o mundo veio abaixo na minha cabeça! Uma informação simples, já que, para esportistas, a repetição dos movimentos e as quedas proporcionam isso, sendo a solução, hoje, igualmente simples.

Por contrariar os interesses, fui chamado de mentiroso pelo médico, hoje chefe do departamento médico do Flamengo e da seleção brasileira, José Luiz Runco, que disse todos os impropérios que sabia e que ainda me ameaçou de processo. Só que eu tinha o laudo médico do último (naquela época) exame realizado pelo jogador, em uma clínica especializada, na Barra da Tijuca e consultei vários especialistas, entre ortopedistas e fisioterapeutas, evitando dizer o nome do paciente para não ferir a ética médica. A conclusão, sem exceção, foi a de que TODOS confirmaram que aquele paciente deveria ser submetido à uma cirurgia de coluna e que os tratamentos convencionais apenas postergariam o problema. Ficou PROVADO que o Júlio tinha as hérnias de disco! E até agora estou esperando os processos prometidos pelo próprio Júlio César e pelo Dr. Runco. Só que eles sabiam – e ainda sabem – que a primeira coisa que o juiz iria pedir seria uma perícia na coluna do jogador. Talvez, por isso, ainda aguardo este processo que nunca chegou.

Tempos depois, após se submeter aos procedimentos fisioterápicos, foi noticiado discretamente que ele veio ao Brasil em um período de férias e que operou meio que escondido. Até comentei isso! Dei publicidade à informação da forma como deveria e o médico Michael Simoni, que integrava a comissão médica da CBF naquele momento, foi o destacado para tentar me convencer de que a tal hérnia operada teria sido uma de hiato e não de disco. Fiquei deconfiado e mantive minhas informações. Aliás, tenho o laudo médico até hoje guardado em casa. Foi um dos meus melhores trabalhos de jornalismo investigativo.

Pois bem. A minha dúvida é a seguinte: como o Júlio César já tem um histórico de hérnias de disco, como o médico da seleção brasileira de hoje tem o costume de mentir para defender interesses e como o Dr. Michael Simoni disse que a hérnia operada não foi de disco e sim de hiato, estaria o goleiro número 1 do Brasil novamente acometido do mesmo mal que o acometia ainda quando era jogador do Flamengo? A esposa do goleiro, a atriz Suzana Werner, foi bem clara quando disse que o marido teve um problema nas costas, no amistoso diante do Zimbábue…

Esse silêncio é muito estranho e a falta de credibilidade das informações oficiais só abrem mais margens para especulações de todos os níveis. Até para essa que eu estou fazendo agora! Pergunto: não seria mais fácil ser honesto e cristalino diante de um problema que pode causar uma instabilidade no ambiente da seleção e causar a desconfiança do público torcedor?

Pelo bem da busca pelo hexa, tomara que minhas desconfianças estejam muito erradas e que o Júlio se recupere e arrebente nesta Copa! Mas as pulgas ainda me perseguem…

Faz bem ver a Espanha jogar

Já me posicionei em relação ao futebol que me encanta.
Quero ver Messi jogar, sofro pela recuperação do Robben, espero ver Gerrard conduzir a bola com cabeça erguida e sonho quando vejo a Espanha tocar a bola.
Que coisa linda!
Alguém vai tentar colocar neus pés no chão lembrando que foi contra a Polônia e é verdade.
Os poloneses não contam mais com Lato, Boniek ou até o Dudek no gol, mas a Polônia não é mais fraca que o Zimbábue ou a Tanzânia.
O amistoso de hoje valeu muito para Vicente Del Bosque. O treinador viu que Silva dá conta do recado se for preciso. Viu que Xabi Alonso é dono do meio de campo e continua sem errar passes, constatou que Pedro pode entrar a qualquer momento e ainda teve duas outras grandes notícias: Fábregas e Torres estão bem.
Fábregas, que vem de lesões, fez o quarto gol e Torres fez o quinto e rendeu bem, mesmo depois da cirurgia de abril.
Algo que prendeu a minha atenção foi o estilo. A Espanha põe a bola no chão e cria as jogadas.
Todos os gols foram trabalhados. Iniesta achou um cruzamento perfeito para o primeiro gol marcado por Villa.
O segundo saiu depois de 8 passes curtos e precisos, Silva concluiu.
Xábi bateu falta e fez o terceiro gol.
O quarto veio com mais um toque em profundidade para Fábregas e dele para o gol.
Torres fez o quinto, esbanjando vitalidade e velocidade de raciocínio na conclusão.
O último poderia ter sido de Torres, mas o goleirão cortou e proporcionou que Pedro fizesse por cobertura.
Fantástico! Muito bonito ver a Espanha jogar.
Não tenho inveja, despeito, nem nada contra eles.
Tenha apenas admiração e gratidão.

Adilson era melhor

Não adianta mais nada, mas é difícil falar que o Cruzeiro estava no caminho errado e agora vai para o certo.
Adilson é melhor que Cuca. O trabalho dele poderia até estar desgastado, entretanto, Adilson fez o que o clube queria e queria mais do clube.
A política de contratações do Cruzeiro impede sonhos mais elevados que os de sempre.
É óbvio que é importante disputar a Libertadores, entretanto, é igualmente óbvio que o time se superava e muito.
O tão badalado elenco não é tão valioso assim e ainda teve a perda do atacante mais regular.
Adilson já passou e muitos até comemoraram, o que eu acho um grande erro.
Cuca tem o lado obscuro de suas manias, mas também tem seu valor como treinador.
O time pode buscar novo ânimo, no entanto, o histórico dele mostra uma certa inconstância na relação com jogadores e direção.
É certo que as jogadas de bola parada são bem trabalhadas por ele, mas daí pra falar que chegou o bom e saiu o ruim...não acredito!

domingo, 6 de junho de 2010

Os moto boys do Galo

Se tem um discurso que não bate, irrita e foge da realidade é o discurso do pós-jogo do Atlético.
Ano passado Celso Roth perdeu sua mecânica quando resolveu colocar o inusitado em campo e não conseguiu recuperar o simples: o futebol.
Lembra? Petkovic bateu escanteio e Carini aceitou. O Flamengo continuou certinho e a classificação se foi. Qual foi o discurso do treinador? "Tomamos um gol fora do contexto..."
Entendi! Um jogador, do helicóptero, arremessou uma bola recheada de mel e um enxame levou a bola até o gol. Roth caiu e as desculpas são menos criativas.
O nome e o discurso de Vanderley Luxemburgo inibem as críticas iniciais. No entanto, um olhar mais detido pode, ao menos, permitir que as dúvidas façam parte do dia-a-dia do Galo.
Um ponto importante é que o técnico mais vezes campeão do brasileiro parece ter se deixado levar pelo fascínio do poder. O treinador, ao chegar em BH, disse ter ficado feliz por poder tocar o projeto de futebol do Atlético. O tal projeto ultrapassa as quatro linhas e envolve gerenciar o futebol profissional do clube. Participar de vendas, trocas e contratações. Montar o elenco, demitir e acolher.
O currículo de treinador é ótimo, entretanto, os momentos de "manager" se perdem com a falta de uma boa conciliação com o campo e comprometem o trabalho.
Quantas vezes, durante o Mineiro, foi possível perceber o espaço que o meio alvinegro proporcionava? Qual era a resposta? "Estamos trabalhando um conceito de um Atlético mais forte, que busca o gol..." Sem parâmetro deu certo nos primeiros meses do ano. Contudo, com a exigência maior do Brasileiro o que se vê é um Atlético mergulhado na zona de rebaixamento. Um time que é no mínimo engraçado na defesa, pouco combativo no meio e razoável no ataque. É trabalho do técnico marcar e impor limites ao adversário.
Os números são preocupantes. O Galo jogou dez vezes contra times da Série A, venceu três vezes e perdeu sete.
O gol é um caso incrível. Vai ter goleiro fraco assim lá longe! De que adianta o ataque produzir e o goleirão entregar? Quem contratou? Quem bancou?
Luxemburgo foi quem contratou, ou ele não é mais o "manager"?
O treinador, que já fez dois cursos para melhorar o trabalho com a imprensa, nas entrevistas coletivas tem sido pontual e tem levado alguns colegas na conversa fiada.
Várias vezes ele afirmou que alguns jogadores não tem comprometimento. Outras tantas ele sugeriu que alguns vão perder a chance e a posição. Meu Deus!!! Ele não é o chefe? Não é ele quem escala? O que ele está esperando para tirar os que não tem compromisso?
Eu, do meu canto, espero ver o compromisso dele com a história dele e o discurso dele.
Vamos ao prático:
Eu tenho uma equipe de moto boys que saem pela cidade para entregar pizzas. Eles circulam em alta velocidade e são treinados para não receberem multas e entregarem as encomendas em prazo mínimo. Caso meus fiéis empregados comecem a mostrar que não tem muito comprometimento, terei que demitir ou mudar a função, etc.
Saber que eles estão atrasados e manter os mesmos na rota é brincar de "me engana que eu gosto". A culpa deixa de ser deles e passa a ser minha por omissão. Minha empresa perde a boa imagem no mercado e eu perco a credibilidade e confiança dos que estão trabalhando com honradez.
O chefe (não o líder) joga a culpa nos comandados, expõe a equipe e depois que a casa cai, começa a ameaçar demitir e demitir. Tais atitudes, que não mostram as qualidades de um bom "manager", custam multas contratuais e denigrem a imagem do clube.

Direção

A diretoria do Atlético é muito mais ousada que as anteriores. Alexandre Kalil conhece de perto o que é o Atlético, mas bater no peito e clamar aos quatro cantos que o time tem o melhor CT, salários em dia e dinheiro para contratação mostram o caminho errado das desculpas.
Ter CT e não conseguir mostrar a finalidade dele?
Pagar salário e concordar com o discurso do treinador de falta de compromisso?
Ter dinheiro para contratar e não planejar a contratação ideal?
Vale alguma coisa?
Ou a contratação do goleiro Marcelo foi fruto de planejamento?
Ou o contrato de três anos do Carini mostra o planejamento?
E agora? Chegou a hora de pedir paciência ao torcedor?
De novo?


Apoio e colaboração de Léo Gomide

sábado, 5 de junho de 2010

Grêmio permanece imbatível no Olímpico

Mesmo jogando sem seis titulares, entre eles a sua dupla de ataque, Borges e Jonas, o Grêmio manteve o seu mando de campo e derrotou o Atlético Mineiro por 2X1, ontem à noite, em Porto Alegre. Com o resultado, a equipe do Sul alcançou o 10º lugar na tabela, deixando a zona de rebaixamento para o Galo, nesta sexta rodada.


O time mineiro voltou a apresentar os mesmos erros de posicionamento na sua defesa, sofrendo com os levantamentos de bola em sua área. A zaga alvinegra continua atuando de forma imóvel e sem impulsão durante este tipo de jogada, sendo a terceira derrota consecutiva e ostentando a pior defesa do campeonato com 15 gols sofridos em seis jogos disputados.


Os dois gols de cabeça sofridos pelo Galo demonstram a falta de sintonia entre os seus defensores, que atuaram inicialmente com três zagueiros: Werley, Jairo Campos e Lima.


No primeiro tempo, o setor defensivo atuou bem até aos 37 minutos, mantendo-se atento às boas investidas de Fábio Rochemback, Hugo e Roberson. A pressão era totalmente alvinegra, com lances em velocidade entre o meio e o ataque, com Ricardinho, João Pedro, Tardelli e Muriqui.


Aos 38 minutos, um escanteio pela esquerda abriu o placar: Rochemback cobrou o lançamento e Hugo marcou o primeiro dos gremistas. Falha da zaga; Lima não subiu e o atacante tricolor não teve a menor dificuldade de marcar.


O Galo não se abateu e continuou pressionando o Grêmio, pecando apenas no último passe antes da finalização do chute para o gol.

Aos 45 minutos, Ricardinho chutou de fora da área e a bola desviou em Ozéia, enganando o bom goleiro Víctor e empatando a partida.


Vale destacar, no primeiro tempo, a boa troca de passes do meio alvinegro entre os garotos João Pedro e Rafael Jataí e pelos bons desarmes durante essa etapa.


No segundo tempo, o Grêmio, do técnico Silas, começou a marcar a saída de bola da equipe do Atlético ainda em seu setor defensivo, prevendo um novo erro do setor mineiro.


Logo aos 15 minutos veio o desempate gaúcho: em um novo cruzamento de Fábio Rochemback, Hugo apareceu novamente na área atleticana e marcou mais um de cabeça, desta vez, totalmente livre de marcação.


Com o resultado inóspito, Vanderlei Luxemburgo alterou o esquema de jogo forçando o time ao ataque: entrou Ricardo Bueno no lugar do zagueiro Jairo Campos, encostando mais o jogador em Diego Tardelli e Muriqui. O resultado foi bom, com o Galo melhorando um pouco mais em campo.

Aos 22 minutos, Diego Macedo perdeu uma oportunidade incrível. Após uma excelente defesa de Víctor dando rebote, o lateral desperdiçou aquele que poderia ser o gol de empate dos mineiros, chutando para fora e com o goleiro já batido no lance.


Após a expulsão do meia João Pedro, depois de fazer falta em um contra-ataque gremista, a situação do time visitante piorou e ficou difícil uma possível reação no estádio Olímpico.


Foi a terceira derrota consecutiva do Atlético (Vitória, Fluminense e Grêmio), que, com apenas seis pontos em seis jogos, permanece na zona de degola ocupando a 17ª posição. O próximo adversário do Galo será a equipe do Ceará, domingo, no Mineirão. Será a despedida da equipe no estádio, que fechará para as reformas previstas para a Copa de 2014 no Brasil.


Já o Grêmio saiu da ZN e tentará o seu segundo triunfo seguido no domingo, contra o São Paulo, no Morumbi, na última partida antes do recesso para a Copa da África do Sul.


Não culpo o goleiro Marcelo pelos gols sofridos, mas ao conjunto defensivo como um todo, principalmente a falta de orientação espaço/tempo do percurso da bola alçada dentro da área atleticana. Acredito que o Leandro poderia ter jogado bem melhor e se imposto mais.



Gostei da pegada do jovem Rafael Jataí no meio e da participação do ex-junior João Pedro, muito bem ao lado de Ricardinho. Os dois demonstraram personalidade em uma partida difícil.


CRUZEIRO: Começou o desmanche do time da Toca da Raposa. Com a saída do diretor de futebol Eduardo Maluf - um excelente administrador e também um ótimo negociador -, foi a vez do técnico Adilson Batista deixar o clube após três temporadas.


Junto com eles, também deixa o clube o atacante Kléber, negociado com o Palmeiras. Há rumores de que o goleiro Fábio também seja negociado para o futebol europeu. Uma pena! Fábio é uma referência positiva dentro do grupo e isso vai pesar, e muito, nas próximas atuações celestes. (CS)



Colaboração: Claudinei Souza

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Coluna de O TEMPO de 04.06

Já fez a simulação dos resultados da Copa do Mundo? Fiz a minha e, se der tudo certo, teremos fortes emoções nas próximas semanas. O simulador apontou um caminho duro para a seleção brasileira. Inglaterra e Holanda cruzam o caminho do técnico Dunga, antes da final contra os argentinos. O interessante é que, por mais que desconfie da qualidade técnica do time brasileiro, acabei apostando nas vitórias até a final. Todos os dias algum palpite interessante é dado sobre quem é quem na Copa. O atacante espanhol David Villa apontou Inglaterra, Brasil e Alemanha como favoritas ao título da Copa do Mundo. Ele, que é candidato a formar a melhor dupla de ataque do Mundial, acha que a Fúria é forte, no entanto, teve receio de apontar seu time como forte candidato. Algumas seleções estão em um nível mais alto que as outras. Brasil, Argentina, Espanha, Inglaterra e Holanda têm times muito fortes e jogadores que desequilibram. Itália, Alemanha e França vivem seus dramas. A Itália não tem uma geração tão qualificada tecnicamente. Entretanto, é sempre bom respeitar quem já ensinou ao mundo o que é superação. Priorizando a defesa e usando a força da camisa, os italianos já voltaram para casa com quatro títulos.

Alemanha-Os alemães carecem de maior técnica. O time está longe de ser brilhante. O corte de Ballack pode ajudar no crescimento de Schweinsteiger, no entanto, na hora de cadenciar e colocar a experiência em campo os alemães sentirão a ausência do capitão. O ataque pode ter a velocidade de Cacau ao lado do obstinado Klose, que sonha bater o recorde de gols marcados em Copas.

França- Nossos rivais franceses têm uma seleção envelhecida. Gallas, Henry, Gignac e Govou já não são os mesmos.Ribery conduz bem a bola e o treinador Domenech perdeu a chance de renovar contando com o talento de Nasri. A forma dramática que a França se classificou para a Copa alterou o ânimo dos torcedores e estragou a confiança da equipe.

Apito- Carlos Eugênio Simon vai para a terceira Copa. Mesmo com um histórico de erros grosseiros o apitador vai acumulando marcas na carreira. Ás vezes fico me perguntando se alguém da FIFA já viu os diversos equívocos dele. Fica até uma sugestão aos leitores. Que tal enviar um email com a não marcação do pênalti no Tchô? Ou talvez o erro na final do Cearense do ano passado? Erro é o que não falta!

Maluf- A saída de Eduardo Maluf repercutiu bastante em São Paulo. Não foram poucos os noticiários esportivos e sites que falaram da saída dele. Maluf tem a imagem de profundo conhecedor da parte administrativa do futebol. Não tenho a menor dúvida que o Cruzeiro vai sentir a falta dele. Gostaria de entender melhor os motivos de sua demissão. Até agora nenhuma explicação me satisfez.

terça-feira, 1 de junho de 2010

No Mineirão, mais um "apagão"



O primeiro foi contra o Grêmio Prudente: em um primeiro tempo horroroso o Atlético esteve irreconhecível e sofreu quatro gols. O segundo foi contra o Vitória, no Barradão, e a derrota por 4 a 3 teve um sabor ainda mais amargo. Mesmo jogando boa parte do segundo tempo com um homem a mais em campo, o Atlético acabou sendo derrotado. Contra o Fluminense, mais uma vez o time decepcionou. Mesmo abrindo o placar aos dois minutos de jogo, o Galo não suportou a pressão tricolor e deixou o campo de jogo derrotado.

O Jogo:

O gol de Muriqui, logo no início do jogo, deu tranqüilidade ao time. O Atlético precisava da vitória para mostrar aos seus torcedores que os últimos resultados adversos foram apenas acidentes. Com a vantagem no placar, o time alvinegro teria a possibilidade de jogar com inteligência, administrar o resultado e, quem sabe em um contra-ataque, definir a partida. A postura adotada é natural, quem tem a vantagem espera o adversário em seu campo de defesa, porém muito perigosa. O Atlético deu espaços ao time das Laranjeiras que com o passar do tempo ganhou o meio-de-campo e tomou as rédeas do jogo. Sem Correa, que não teve seu empréstimo renovado, o setor atleticano perdeu força, perdeu pegada. Zé Luis era o único jogador efetivamente de marcação no meio e teve muito trabalho para acompanhar o ágil meio-de-campo tricolor. Diogo, Diguinho, Marquinho e o maestro Conca assumiram o controle da partida. O Fluminense teve mais posse, mais volume e foi mais agressivo. No primeiro tempo o Atlético se defendeu bem, conseguiu suportar a pressão e desceu para o vestiário ainda com a vantagem.

Bola aérea: um pesadelo

Na segunda etapa, o Fluminense continuou mandando no jogo e o gol de empate veio aos 16 minutos. Após cobrança de escanteio, o zagueiro Gum subiu mais que a defesa atleticana e marcou: 1 a 1.
O Atlético sentiu o gol, tentou sair para o jogo e foi surpreendido: após ótima enfiada de bola de Conca, Alan dominou na grande área, pelo lado direito e, quase sem ângulo, contou com a colaboração do goleiro Marcelo para marcar o segundo gol da equipe carioca.
Após a virada tricolor os papéis se inverteram: agora, quem pressionava era o Atlético e quem explorava os contra-ataques era o Fluminense. O jogo ficou aberto e as duas equipes perderam boas oportunidades. O Goleiro Marcelo, após a falha no segundo gol, fez duas boas defesas e o Atlético perdeu ótima chance de empatar a partida aos 38 minutos quando Tardelli, livre de marcação, na pequena área, bateu por cima do gol. Enquanto o nervosismo atleticano aumentava, a vontade diminuía. Antes do término da partida, os jogadores atleticanos estavam abatidos em campo. Parece que a bronca dada por Luxemburgo em Salvador não surtiu efeito. O time estava apático, sem vibração e sem garra. Enquanto o Atlético, mesmo ainda faltando alguns minutos para o término da partida, já tinha entregado os pontos, o Fluminense marcou seu terceiro gol. Em um contra-ataque, Fred recebeu ótimo passe e na saída do goleiro Marcelo bateu forte para o gol. Final Atlético 1 x Fluminense 3. O Fluminense foi superior, dominu o jogo durante os 90 minutos e mereceu a vitória.


O período é de reestruturação. Como o próprio Luxemburgo disse, “no momento estamos implantando uma nova filosofia de trabalho”. Pedir paciência à torcida do Atlético é querer demais, mas no momento é o mais aconselhável. Contratações foram feitas; Daniel Carvalho, o equatoriano Mendez e Neto Berola, nove jogadores foram dispensados e a promessa é de que no segundo semestre, após a parada para a Copa do Mundo, o grupo esteja ainda mais encorpado com o retorno dos contundidos Obina e Serginho. Vamos aguardar.

Colaboração: Vander Ribeiro


Galeria de imagens







Fotos: Vander Ribeiro