quinta-feira, 10 de junho de 2010

Coluna de O TEMPO de 11/06

Ninguém acredita na França

Uma pergunta freqüente dos últimos dias é a de quem vai ser campeão na África do Sul. Os palpites não variam muito. Alguns esquecem da Itália, outros olham torto para a Alemanha e para por aí. Brasil e Espanha são sempre citados em primeiro lugar. Muitos já acordaram para o perigo quem vem da turma de Maradona. A Inglaterra de Rooney, Gerrard e Lampard é considerada forte. A Holanda é sempre citada com carinho e respeito. No entanto, o que impressiona é que pouquíssimos se lembram da atual vice-campeã do mundo. Treinada por um técnico contestado e cheio de manias, a França tem uma geração pouco renovada e pouco unida. Raymond Domecech tem seu grupo montado e não abriu a lista nem para o jovem e eficiente Nasri, do Arsenal. Como se não bastassem os problemas que vem do comando técnico, os escândalos sexuais rechearam as páginas dos jornais franceses e valeram processos para alguns jogadores. A gota d’água foi a derrota para a frágil seleção chinesa, no último amistoso antes da Copa. Será que Ribery, Malouda, Cissé, Anelka, Henry e companhia vão conseguir driblar até a descrença de seus torcedores? A França está no grupo A e o primeiro jogo já é amanhã, contra o Uruguai.

Descrente-Uma prova da descrença dos franceses na seleção foi a entrevista dada pelo treinador Arsene Wenger, francês e técnico do Arsenal. Ele não teve coragem de apontar a seleção de seu país como candidata a nada. Para ele, a seleção da Espanha encanta e a Inglaterra é forte. O Brasil também não arrancou suspiros do treinador, mas ele destacou que respeita o time de Dunga.

Bonito- Quem ama o futebol jogado com a bola no chão, com boa técnica e velocidade, encontra nos jogos da Espanha e da Holanda um porto seguro. Como é bonito ver o toque de bola envolvente dos espanhóis! Todos sabem tratar bem a bola. Xabi Alonso é um volante que não erra um passe, Xavi, Iniesta e Fábregas são muito técnicos. O ataque se completa com Torre e Villa.

Laranja- A Copa de 2010 não apresentará uma revolução tática vinda da Holanda, entretanto, quem quiser assistir a um jogo bem jogado não pode perder nada dos holandeses. O problema é a defesa, mas meio e ataque são preciosos. Tomara que Robben possa jogar. Copa deve ser desfile de craques e Robben acrescentaria muito.

Brasil- Alguém pode dizer que não adianta falar de Holanda e Espanha, pois, na hora H, é o Brasil que encara e vence. Pode até ser. No entanto, o futebol pelo qual me apaixonei, que sempre me encantou e que arranca os meus suspiros, não é o futebol da seleção brasileira. Sou viúvo da Copa de 82. Quero ver o Brasil campeão, contudo, gosto mais de ver o futebol bonito consagrado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Concordo contigo outra vez!

Também prefiro ver um futebol bem jogado e que agrade pela qualidade, independente de que será o vencedor, que ver uns "zé manés robotizados" levantando a Taça.

Blog do Marra disse...

O que marca é a qualidade. O time de 82 é falado até hoje e o de 94 muitos têm que parar pra pensar.
Abraço