quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Blatter no país das maravilhas

Entre um cochilo e outro do presidente da CBF, Joseph Blatter anunciou a Rússia como sede da Copa de 2018.
Nada contra a indicação russa. O país pratica futebol, ama futebol e sabe o que é a bola.
O grande problema é a origem do dinheiro que será utilizado na construção de estádios e nas obras no país.
Só de lembrar que Abramovich deve estar sorrindo e que ele tem mais acusações que muita gente nos presídios brasileiros, já dá para imaginar a imensa máquina de lavar dinheiro que girará no leste europeu.
Entretanto, reconheço que lá se pratica futebol.

Não dá é para engolir o discurso de que a FIFA quer levar a Copa para todos os cantos do mundo.
Quer nada! A FIFA quer muitas outras coisas e justifica com um discurso politicamente correto.

Qatar

Em 2022 a Copa será no Qatar.
O discurso se encaixa perfeitamente.
A Copa atinge quem ainda não havia sido atingido.
No entanto, não existe nobreza na indicação da FIFA.
O que Blatter quer é ver o dinheiro rolar livremente.
Qual a tradição do Qatar?
Se joga futebol no Qatar?
Mas tem muito dinheiro livre no Qatar.
O compromisso não é com o crescimento do esporte.
O Qatar é um país pequeno, com temperaturas que chegam até 55 graus.
Alguém vai me lembrar que os estádios são climatizados e cobertos e recobertos de ar condicionado.
O argumento só me faz ter certeza de que o discurso da FIFA não será cumprido.
Os estádios são climatizados, mas os hóspedes vão sair dos hotéis e já vão cair nos estádios?
E as ruas, são feitas de ar?

Marcos Assunção

Conversei com Marcos Assunção que jogou nos Emirados Árabes e ele disse que o futebol ainda não pegou lá.
Os jogos só são disputados à noite e ainda assim o calor pega pesado.
Quando perguntado sobre o profissionalismo do futebol do Oriente Médio, Assunção até riu e disse que os treinadores até tentam marcar treinos, mas os jogadores não vão e o treinador fica sozinho esperando.
É claro que o tempo pode mudar tudo isso e o Qatar pode não decepcionar, mas o fator que pesou na indicação não foi o mesmo do discurso do presidente da FIFA.
Com certeza o$ motivo$ $ão outro$.

Ainda tenho uma dúvida cruel: quem fez a maldade de despertar Ricardo Teixeira do sono?

Um comentário:

Matheus disse...

Pessoalmente eu até curti a indicação da Russia, gosto da idéia de ver as "russianas" desfilando pela ruas de Moscow.

Mas o Qatar, não rola. A única coisa que vejo, no Quatar, são Petrodólares.