segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A história de um time que adotou a bagunça como método de trabalho

É certo que o Palmeiras não é o único clube bagunçado do país, mas talvez a bagunça ajude a explicar o quadro atual.
Por onde começar? Alguém proporia começar do início e talvez o início seja a administração.

A direção
Luiz Gonzaga Beluzzo é um dos maiores nomes da economia do Brasil.
Só o nome dele já deveria abrir portas, no entanto, as portas que ele abriu não levavam a lugar algum.
Beluzzo conseguiu colocar o time na mão de Antônio Carlos e de Toninho Cecílio.
Entretanto, contratou técnicos de nome como Muricy e Felipão, além de ter tocado um dos muitos "pojetos do pofexô".
As contas do economista não fechavam e o Clube vê sua dívida crescer.
Torcedor a ponto de participar de festa de torcida organizada, Beluzzo deixou o vermelho dos números de lado contratou.
Trouxe Valdívia por preço acima do mercado.
Permitiu que Lincoln pagasse uma multa com dinheiro do próprio bolso.
Se rendeu aos encantos dos empresários ao trazer Paulo Henrique da Holanda.
Deu ouvidos ao ídolo Marcos e trouxe Tadeu.
Foram muitos nomes e o rendimento foi muito abaixo do esperado.

Beluzzo sentia que a imagem do clube estava arranhada, mas não teve tempo para arrumar.
Internado às pressas, o presidente economista foi derrubado por um antigo diretor idealista, apaixonado e auto-entrevistador.
O golpe nunca foi confirmado, o que só aumenta a bagunça.

Eleição

O verde do clube já havia dado espaço ao vermelho no balanço.
O mesmo verde usado por todos em plena época de campanha eleitoral.
O comentarista da CBN, Paulo Massini, usa a expressão "Faixa de Gaza" para descrever a política palmeirense.
A oposição pode até lamentar a crise, mas busca tirar proveito da falta de clareza da situação.

Campo

Por mais que o momento político-administrativo iniba o sorriso, o time conseguiu arrastar a torcida.
A campanha do Brasileiro era boa, mas o treinador bancou que o caminho do sucesso apontava para outro lado.
Em busca da vaga da Libertadores e crendo em um treinador, que dava sinais de ter parado no tempo, o time encarou a Sul-Americana.
O que não estava no script do treinador era que Lincoln não poderia jogar de atacante, que Marcos Assunção não acertaria todas as faltas, que Márcio Araújo fosse de regular para fraco e principalmente que Valdívia fosse ser humano e se machucasse.
Deu Goiás!
A queda na competição e a consequente perda da possibilidade de disputa da Libertadores fez o tapete ser recolhido e toda sujeira ficou escancarada.
Aí foi um festival.
Era diretor falando de jogador e depois desmentindo; era culpa sendo atribuída aos jornalistas e o complô parecia ser contra o Palmeiras. A arte de errar e de sujar o nome do clube parece ganhar de longe da arte de reconhecer os erros e rumar com a cabeça erguida.

Valdívia

O ótimo repórter Conrado Giulieti, da Rádio Eldorado ESPN, ouviu Valdívia e o chileno parece não acreditar no tamanho da pocilga que abriga o clube.
É tanta vaidade pessoal somada a incompetência e disse-me-disse que quem deveria ser pago (e não é) apenas para jogar futebol parece ter mais sabedoria que quem ocupa a função de pensar.
Valdívia, que também não é santo, conseguiu ser vítima da medicina empírica do treinador, da economia surreal do presidente e da boca afiada e diretor, que fala e disse que não falou.

Esperança é verde
Há alguma palavra de consolo a ser dita ao torcedor?
Não. O torcedor, que carregou o time nas costas e foi obrigado a aplaudir Márcio Araújo, Dinei, Tadeu, Max, Lincoln (fora de posição na hora errada) e muitos outros que nem vale a pena lembrar, mostrou sua força e dedicação. Só ele e de forma organizada pode transformar a bagunça em algo sério no Palmeiras.

Um comentário:

Igor Sausmikat disse...

Disse tudo Mário e pior que quando se aponta isso,ainda vão pro lado de que só se critica o Palmeiras por isso e aquilo!O Palmeiras anda uma zona a algum tempo Mário e isso não é de agora!
abraço
Igor Sausmikat
meu blog e o twitter do blog pra quem quiser: http://igoresportes.blogspot.com/ e @blogdoigor05 pra quem quiser claro!