sábado, 10 de julho de 2010

Final de Copa e início de 2014

Segue a coluna que será publicada no Jornal SUPER de domingo, dia da Final da Copa do Mundo.



O grande dia chegou


Antes de a Copa começar Holanda e Espanha eram seleções fortes, entretanto, carregavam, além de ótimos retrospectos nas Eliminatórias, muitas dúvidas.
A Holanda fez uma campanha na classificação e nos amistosos pré-Copa irrepreensível. Sneijder e Robben, os astros da equipe, haviam acabado de disputar a final da Liga dos Campeões, um contra o outro. No entanto, nas listas de favoritos a Holanda aparecia mais por simpatia que por convicção.
A Espanha também fez das Eliminatórias um passeio.
O time vinha credenciado pela conquista da Eurocopa.
Barcelona e Real fizeram um campeonato bom e os titulares da Fúria estavam em ótimos momentos em seus clubes. Contudo, antes de alguém afirmar que a Espanha era favorita, outras vozes lembrariam que sempre foi assim e a Espanha nunca jogara bem uma Copa do Mundo.
Agora não resta mais incerteza e um dos dois países afastará de vez o fantasma de não conseguir ser campeão mundial.
São estilos diferentes e mais que isso: é final de Copa! É um jogo que vale uma carreira inteira.
Para quem estiver em campo hoje, o jogo vai valer toda a vida profissional.
Vale prestígio mundial, vale o orgulho de um país. Vale muito financeiramente e vale o passaporte para a história.
Vale a eternização do gesto.

Estilos- A Holanda é um time que joga aberto e espera do maestro a decisão da próxima jogada.
Surpreende com a pegada de Kuyt e a técnica de Robben.
Sai para o jogo com Bronkhost ou Van Bommel.
Acredita no craque Sneijder e tem um banco com opções de velocidade com Babel e Elia. Entretanto, o miolo de zaga já se mostrou vulnerável algumas vezes na Copa.


Posse- A Espanha faz o jogo girar e espera uma escapada.
O raciocínio é lógico: se a bola está com a Espanha, os adversários não levam perigo.
O meio tem qualidade no passe e Xabi Alonso arrisca a bola longa. Villa sempre foi decisivo, e vive dias magníficos.
No entanto, se a Holanda conseguir impor seu ritmo e não deixar a bola espanhola rolar, a partida se complica.


2014- Após o capitão erguer a taça, todos os olhares vão começar a apontar para o Brasil.
A Copa de 2014 estará muito mais próxima.
É inegável que estamos muito distantes da realidade de sediarmos um Mundial.
Nem estádios e nem estrutura, ainda não temos nada.
É necessário entendermos que a Copa é um evento e logo depois virá outro grande evento: as Olimpíadas.


Público- Não adianta fazermos bonito para os olhos do mundo e escondermos para debaixo do tapete nossas misérias.
Uso errado de dinheiro público só vai mascarar uma realidade que, mais cedo ou mais tarde, cobrará caro da sociedade.
É preciso ter juízo no uso da verba pública e olhos abertos para a fiscalização. Quem paga o pato é sempre o povo.

Nenhum comentário: