terça-feira, 10 de agosto de 2010

A nova seleção: tendências de um esquema

Mano Menezes optou pelo 4-3-3 em sua partida de estréia à frente da seleção brasileira.
Mais que um esquema, Mano sinalizou como uma filosofia de jogo alterada. O treinador destacou nas diversas entrevistas que concedeu que o talento do futebol brasileiro é natural e deve ser colocado para fora nos jogos.
O treinador chegou a falar que o Brasil precisava recuperar o estilo ofensivo de jogar e que muitos outros times e seleções já estavam priorizando a ofensividade enquanto o Brasil contrariava sua vocação.
É fato que muitos times têm optado pelo 4-3-3, entretanto, aquela imagem histórica de dois pontas abertos e laterais apenas marcando não é a que deve ser vista.
Os pontas abertos, quando atacados, devem voltar e deverão fechar o meio.
O esquema não deve ser encarado com a rigidez de um Zdenek Zeman. Mas talvez com a versatilidade de um Rafa Benítez, ou um Mano Menezes.
Rafa Benítez cansou de utilizar Kuyt de um lado e Riera ou Babel de outro.
Sem a bola, os dois voltavam e fechavam a linha de meio. Mano Menezes cansou de utilizar Jorge Henrique e Dentinho muito abertos, mas com a disciplina e versatilidade suficientes para fecharem uma linha de marcação pelo meio, sem a bola.
Zdenek Zeman é, sem dúvida alguma, um modelo de rigidez no 4-3-3. Os três homens de ataque pouco voltavam para darem auxílio ao meio. No Foggia, na Lazio, no Palermo e em outras tantas equipes que dirigiu, o tcheco, construiu ótimas campanhas iniciais e derrapava no returno. Os motivos para as quedas passavam muito pelo fato de os times não terem reservas tão fortes e especialmente pela exigência física que o esquema impõe.
Mano destacou que o mundo tem jogado diferente e o modelo passa pelo 4-3-3 (Müller, Klose e Podolski, por exemplo), a opção é válida e tem tudo para ser consistente. No entanto, antevendo e recontando a história, Zeman foi vítima da falta de preparo dos atletas por um período longo submetidos ao esquema.
Se os times do mundo vão utilizar o novo esquema e, se principalmente a seleção vai optar por ele, é necessário repensar todo o planejamento de preparação física dos atletas, que, baseado nas experiências do passado (Zdenek Zeman) e recentes (Liverpool de Rafa Benítez) custaram caro aos treinadores na hora decisão.
É importante diferenciar o trabalho de uma seleção, de Copa do Mundo (sete jogos apenas), entretanto, o esquema é uma tendência mundial e clubística também.

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