sábado, 31 de julho de 2010

Qual Inter Ricardo Gomes viu jogar?

O São Paulo demorou, mas voltou a vencer.
O Ceará foi um time forte, bem montado e posicionado - no entanto, a necessidade fez o São Paulo vencer.
O próximo desafio é o mais complicado possível: o Inter, pela Libertadores.
O melhor momento é do time gaúcho. Celso Roth alterou a equipe e estimulou a disputa por posições. O Inter ganhou nova vida e novo posicionamento com o retorno da boa forma de Taison.
Roth fechou a defesa. Nei e Kléber não sobem com tanta frequência; Bolívar e Índio fazem a dupla de zaga e Guiñazu e Sandro protegem a defesa e têm qualidade para a saída de bola.
Protegido, o Inter tem três meias: Taison abre pela direita; D'alessandro se movimenta muito e flutua entre esquerda e centro e Andrezinho ou Giuliano podem chegar com facilidade ao ataque e abrir espaço para os outros dois meias.
Entretanto, talvez o maior problema de Ricardo Gomes seja conceitual.
Assim que a partida do Beira-Rio terminou, Ricardo disse, em entrevista coletiva, que o Inter era um time pesado e o Cruzeiro, adversário da fase anterior, era um time leve.
Se Ricardo entende o Inter como um time pesado, ele corre sério risco de errar.
O Inter se fecha bem, entretanto, a principal característica do Colorado foi a posse de bola e a velocidade em busca do ataque perfeito.
O Cruzeiro, na época dirigido por Adilson Batista, marcava com três volantes e tinha muita pegada no meio. O ataque, quase que invariavelmente, nascia de um dos volantes com qualidade para o jogo, mas muito mais lento que qualquer meia leve do Inter.
O Inter que Celso Roth dirige é muito forte na pegada, porém é muito mais leve que o Cruzeiro.
Ricardo precisa rever seus conceitos.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Goleiros de Mano, clássico, Libertadores e Neymar

Reproduzo a coluna de O TEMPO de sexta.
A não convocação de Fábio e de Diego Alves é um dos temas da coluna.


Sem Fábio e Diego?
A primeira lista de convocados de Mano Menezes, de uma forma geral, agradou pela proposta de renovação. Entretanto, o treinador que deu oportunidade a Ganso, Neymar e ao lateral Rafael, esqueceu de um nome e cometeu uma grande injustiça com outro. Nada contra a opção de Renan – goleiro do Avaí, que busca seu espaço, mas deixar de lado as opções de Fábio e Diego Alves foi um equívoco. A defesa do Cruzeiro apresenta espaços e falhas já há algum tempo e Fábio é chamado a operar vários milagres por jogo. Qual é o grande defeito dele? Alguém pode tentar achar explicação em alguns gols sofridos a partir de cobranças de falta, no entanto, não é preciso raciocinar muito para perceber que todos os goleiros eventualmente erram nas jogadas de bola parada. Fábio é muito bom na saída pelo alto, vai bem nos lances decisivos contra os atacantes e é frio o bastante para manter o controle emocional nos momentos decisivos. Pode ter pesado contra Diego Alves o fato de ele atuar no fraco Almeria. Entretanto, a imagem que ele deixou no Brasil é de muita segurança e ótimo reflexo. Diego é melhor que Jeferson e poderia ter sido melhor avaliado. Tomara que Mano Menezes abra os olhos para Fábio e Diego.

Clássico- Todo tipo de cuidado ainda será pouco para evitar problemas no clássico de domingo. O ineditismo do evento requer um cuidado especial. O primeiro clássico depois da paralisação do Mineirão deverá ser avaliado e reavaliado várias vezes. É o primeiro e não será o único. Se for para errar, é melhor errar pensando na segurança e no conforto de quem pagou o ingresso.

Libertadores- Chega a ser feio ver a timidez do São Paulo contra um Inter que buscou a vitória o tempo todo. É normal perder para em Porto Alegre, o que não é normal é um time semifinalista da Libertadores abrir mão de atacar e o meio de campo jogar tão distante do ataque. É possível que no Morumbi o panorama mude, entretanto, a postura e a falta de ambição da equipe foram assustadoras.

Brasileiro- Poucos perceberam, mas a pausa para a disputa da Copa já acabou. Daqui a pouco é o primeiro turno que vai embora. Uma olhadinha no calendário e o mês de agosto chegou. Qual a garantia que podemos dar aos times que não se acertaram em oito meses? De uma hora para a outra tudo se transformará? Já é hora de mudar o discurso e aprender a planejar melhor.

Neymar- Fruto da idade? Falta de maturidade ou excesso de confiança e máscara? O fato é que Neymar pode ser um grande craque, tem tudo para arrebentar na carreira, mas carrega uma fama maior que o normal. O pênalti perdido contra o Vitória foi uma demonstração clara de que o jovem jogador joga muito mais para ele que para o time.

terça-feira, 27 de julho de 2010

"Mire-se no exemplo"


Confesso que estava apreensivo e até um tanto preocupado.
Não sabia qual Jóbson estaria em campo.
O atacante de muita velocidade que se destacou no Botafogo em 2009, ou uma tentativa de jogador em recuperação após o doping por uso de drogas.
A bola começou a rolar e ficou evidente que a velocidade era a mesma e o domínio de bola não era coisa do passado.
O Palmeiras abriu dois gols de diferença e Jóbson passou a correr sério risco de ter sua volta reduzida a duas ou três linhas de jornal.
Um cruzamento para a área e Jóbson subiu bem para diminuir.
Um clique! Era tudo o que ele precisava para jogar.
Aberto pela direita e partindo para cima, Jóbson encantou.
Logo após o gol mais uma bela jogada e os marcadores caíam.
O segundo gol saiu e a euforia se tornou parceira.
Até que a realidade resolveu entrar na história.
O mundo não é doce como pareceu.
Jóbson driblou, foi intimidado e foi expulso.
Vaiado, chamado de drogado e abatido.
Mundo cão.
Jóbson tem a oportunidade de encantar e se deixar encantado.
É o momento de assimilar, de perceber e se encontrar.
Mais gols podem significar a redenção ou o caminho de volta.
Exemplos de atletas que nunca se recuperaram não faltam.
Lopes, o Tigrão, acaba de ser dispensado do Ceará.
O garoto promissor do Volta Redonda e Palmeiras, pode até ter se recuperado do vício, no entanto, nunca mais conseguiu ser útil com a bola nos pés.
É bom ver Jóbson de volta. Tomara que por muito tempo.

Reforma do Mineirão - Matéria de O TEMPO


Fiz questão de copiar a matéria assinada pela jornalista Helenice Laguardia, do jornal O TEMPO.
Helenice traz alguns detalhes do andamento obras do Mineirão.

Terceira etapa das obras do Mineirão tem 14 interessadas

Custo do projeto é de R$ 654,4 milhões e entrega, em dezembro de 2012
Publicado no Jornal OTEMPO em 27/07/2010 -HELENICE LAGUARDIA
Notícia





No próximo dia 13 de agosto, às 10h30, na Cidade Administrativa, um investidor ou consórcio de empresas vai ganhar o direito de realizar as obras da terceira fase do estádio do Mineirão, ao custo de R$ 654,4 milhões, e ganhar a concessão para operar o negócio por 25 anos.

A fase consiste na licitação das obras com a abertura dos envelopes contendo as propostas e documentos de habilitação dos participantes. A expectativa do governo é que o contrato seja assinado até dezembro deste ano.

O gerente do projeto Copa 2014 do governo do Estado, Eder Campos, informou que 14 empresas nacionais de grande porte já manifestaram interesse. O prazo para apresentação das propostas comerciais vai até o dia 12 de agosto. "A gente não tem expectativa no número de empresas, mas devem ser de dois a três consórcios participantes", afirmou.

Quem vencer a licitação poderá usar uma linha de crédito de R$ 400 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), com juros de 6% ao ano, acrescidos de 0,9% ao ano, mais spread de risco. O prazo para pagar é de até 15 anos.

Com a concessão, a rotina operacional do Mineirão vai mudar. "A Ademg não vai operar no Mineirão, ela vai ficar na Arena do Jacaré, em Sete Lagoas, e no estádio do Independência", informou Eder Campos. No Mineirão, quem vai operar é a concessionária vencedora do edital de licitação.

Na gestão compartilhada, como está sendo chamada a parceria do governo de Minas Gerais com o setor privado, os clubes de futebol terão que negociar o aluguel, atualmente em R$ 5.000 por partida, com a concessionária. Eder Campos explicou que o Estado terá uma cota com 66 dias do ano para usar. Isso para quando os clubes e a concessionária não chegarem a um consenso de valores entre as duas partes. "A bilheteria normal de 54.201 cadeiras é do clube que tem mando de campo", garantiu.

Eder Campos explicou ainda que o projeto contou com pesquisas da Estruturadora Brasileira de Projetos (EBP). "Ela fez o projeto de modelagem que envolveu desde uma pesquisa com o público-alvo até formação do portfólio de serviços, o modelo de negócios, até a proposta financeira que virou o edital da terceira etapa", informou.

Para o diretor geral da EBP, Hélcio Tokeshi, a próxima etapa é a reforma grande do estádio. "Construir um novo anel de arquibancadas, construir uma área que vai ser usada pela imprensa e camarotes, um mezanino a mais, as reformas hidráulica e elétrica, ter área de lojas, restaurantes e serviços para as pessoas que estão lá", descreveu. Tudo isso será explorado pela concessionária durante 25 anos, prevê o contrato.

Eder Campos quer ampliar o uso dos atrativos do Mineirão também para dias sem jogos.

Datas e obras
Abertura dos envelopes com as propostas: 13/8/ 2010
Início das obras: dezembro de 2010
Entrega da obra: dezembro de 2012
O Complexo do Mineirão: assentos regulares, cadeiras VIP, camarotes, serviços de alimentação, memorial de esporte, lojas, publicidade e propaganda e espaços para eventos.
Os clubes: terão direito a operar 54.201 assentos regulares do Mineirão.
A concessionária: terá direito a explorar 13.605 assentos

Foto- Cristiano Trad

segunda-feira, 26 de julho de 2010

A convocação de Mano Menezes

Saiu a lista do novo treinador da seleção, diferente das expectativas, Mano convocou jogadores de fora do Brasil. A renovação é uma marca da convocação.

Segue a lista e as opiniões de Paulo Júlio Clement(comentarista da Rádio Globo) e Gustavo Zupak(repórter Rádios Globo e CBN)
Goleiros- Vitor, Renan e Jeferson
Laterais- Daniel Alves, Rafael, Marcelo e André Santos
Zagueiros- David Luiz, Henrique, Réver e Thiago Silva
Meio- Hernanes, Jucilei, Ramires, Sandro e Lucas
Criação- Carlos Eduardo, Ederson e Paulo Ganso
Atacantes- Pato, André, Diego Tardelli, Neymar e Robinho.

Gustavo Zupak
Goleiros- Não concordou com a convocação do goleiro Jeferson.
Zagueiros- No lugar de Henrique, levaria Rafael Tolói.
Laterais- Concorda.
Meio- Concorda.
Criação- Concorda.
Ataque- Não levaria André, mas entendeu que a vaga seria do Fred, que está contundido.

Paulo Júlio
Goleiros- Discordou do Renan e do Jeferson.
Zagueiros- Prefere Alex Silva, mas entende os motivos da não convocação.
Laterais- Concorda.
Meio- Não concordou com a convocação do Jucilei, esperava o nome do Elias. Levaria Henrique.
Criação- Concordou
Ataque- Concorda.

Mário Marra
Goleiros- Não concordei com Jeferson. Levaria o Fábio.
Zagueiros- Concordo.
Laterais- Concordo.
Meio- Levaria Elias.
Criação- Não levaria o Carlos Eduardo.
Ataque- Não levaria o André.

Dando uma de Mano

Acreditando no discurso de renovação e no simbolismo que envolve a primeira convocação da seleção brasileira de Mano Menezes, fiquei com dor de cabeça para tentar convocar os 22 jogadores para o amistoso contra os EUA.
Os jogadores que atuam fora do Brasil e os envolvidos na disputa da Libertadores não entraram na lista.

Goleiros - Fábio e Vitor
Zagueiros - Rafael Tolói, Léo, Wallace e Rodolfo
Laterais - Jonathan, Vitor, Egídio e Diego Renan
Meio - Arouca, Wesley, Adilson, Elias, Henrique, Serginho, Ganso e Bruno César
Ataque - Neymar, Jonas, Tardelli e Dentinho

Lembrei também dos zagueiros Manoel (AtlPR) e Réver (Atl), levei em consideração a idade do Chicão e do Roberto Carlos, apesar de achar que eles serão convocados.

São Paulo e Inter cederiam Alex Silva, Miranda, Hernanes, Marlos, Giuliano, Sandro e Taison.
Assim que terminei a lista e já com bastante dor de cabeça, percebi que a seleção receberia muitas críticas e eu seria um crítico da minha própria seleção.

sábado, 24 de julho de 2010

A vez de Adilson Batista

Mano saiu e Adilson chegou.
A cadeira de técnico do Corinthians não ficou muito tempo vaga.
O novo treinador e a direção chegaram a um acordo e selaram o que já vinha sendo desenhado há alguns dias.
Na verdade, Mano Menezes chegou a comentar que Adilson Batista seria a sequência natural do traballho.
Adilson já havia sido procurado por supostos representantes do Corinthians e de outros clubes. A primeira vaga que pintou foi a de Mano e os supostos representantes de Grêmio e São Paulo vão ter de procurar outro treinador ou outra oportunidade de negócio.

Adilson Batista

O zagueiro era muito bom. No Cruzeiro e no Grêmio ele sofreu com contusões, mas levantou taças.
No comando técnico do Cruzeiro, Adilson conquistou dois títulos estaduais de forma antecipada e com goleadass.
Na Libertadores foram três chances, uma final e nenhum título.
Entretanto, o que importa agora não é o currículo, mas as características do novo treinador da Fiel.

O treinador

O Cruzeiro de Adilson era um time muito forte e estratégico.
Adilson estuda muito as equipes adversárias.
Debruça em vídeos e é cercado de informações.
O time do Cruzeiro era caracterizado pela versatilidade de seus jogadores.
Era muito comum a inversão de posicionamento - fruto de trabalho.
Fabrício fazia a função de primeiro volante e rapidamente trocava com Paraná, que rapidamente trocava com Henrique.
O time desavisado,que acreditava em bater lateral com Jonathan, era facilmente enganado e demorava a perceber que, naquela partida, Jonathan estava como meia e Paraná ou Henrique cobriam a lateral.
Adilson é muito tático.
Outra característica marcante é a posse de bola e a bola trabalhada.
O Cruzeiro era um time de bola trabalhada, jogo girado e pensado.
Uma certeza a torcida pode ter: Adilson é um fanático pelo trabalho.
Por omissão ele não falhará!

Força nos cofres

Adilson foi buscar um centroavante que estava encostado no Cruzeiro e fez com ele quase 10 milhões de dolares.
Marcelo Moreno teve oportunidades com Dorival Jr., mas com Adilson é que ele foi titular e artilheiro.
Guilherme era rotulado pela torcida e por parte da imprensa.
A fama de gordinho e desinteressado foi substituída por gols e 6 milhões de euros e mais Kléber de troco.
Ramires foi outro lançado por Dorival e aperfeiçoado por Adilson.
Lembro de ouvir uma entrevista do repórter da Rádio Globo/CBN Minas, Guto Rabelo, com Adilson. Tomei um susto quando ouvi de Adilson que Ramires teria uma outra função, que não seria só um volante.
Adilson viu no menino um potencial para a saída como meia. Não deu outra.
Ramires também reforçou o caixa do Cruzeiro com 8 milhões de dolares.
Sem falar no milagre que foi a venda de Gerson Magrão para o futebol europeu.

Olho aberto

No entanto, nem tudo foi tão perfeito para Adilson no Cruzeiro.
A perda do título da Libertadoes, da forma que foi, despedaçou a relação dele com parte da torcida e intensificou o conflito com a imprensa.
Inclusive, a relação com a imprensa sempre foi um calo para Adilson no Cruzeiro.
Muito em função de Adilson entender que era para ir para o choque, quando ele poderia ter procurado outro caminho. É fato também que parte da imprensa não tinha a menor paciência com ele.
Se ele amadureceu e entendeu que a relação poderia ter sido diferente e menos traumática, Adilson tem tudo para ser bem humorado e feliz dirigindo o Corinthians.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Mais uma derrota

No início do jogo tudo indicava que as coisas iriam funcionar bem para o Atlético.
Pela lateral esquerda, a estréia de Fernandinho; no ataque, o time contou com a volta de Tardelli; no meio, Diego Souza vestiu a “dez” alvinegra pela primeira vez e iniciou a partida como titular. O jogo prometia ser empolgante. O Atlético apostava na velocidade de Neto Berola e no talento de seus “Diegos”. O Inter, como bom visitante, resolveu esperar. Esperou o Atlético tomar a iniciativa no jogo e se assustou quando aos sete minutos Diego Souza abriu o placar. Na jogada, Neto Berola teve sangue frio, conduziu a bola até a entrada da grande área e esperou o momento certo para fazer a enfiada para Fernandinho que, como elemento surpresa, driblou o goleiro Abbondanzieri. A bola sobrou para Diego Souza que teve apenas o trabalho de empurrá-la para o gol. Galo 1 a 0.
Após o gol, o Inter se soltou em campo. Com Taison jogando aberto pela esquerda e o perigoso argentino D’alessandro no meio, a equipe colorada precisou apenas de seis minutos para empatar o jogo. Em boa triangulação do ataque gaúcho, Taison deu ótimo passe para o atacante Alecsandro marcar. Fábio Costa saiu mal do gol, Alecsandro teve tranqüilidade para, mesmo marcado, encontrar espaço para finalizar e fazer seu quinto gol no campeonato. O Atlético sentiu o gol. O meio-de-campo errava muitos passes, Fabiano, Zé Luis e Serginho não jogaram bem e a equipe gaúcha dominou as ações em campo.

Segundo tempo:
No intervalo Luxemburgo sacou o volante Zé Luis, Serginho foi recuado e passou a atuar como primeiro volante. Ricardinho entrou em campo com a função de fazer o Atlético recuperar o domínio no meio-de-campo. O time passou a valorizar a bola, cadenciar o jogo e envolveu a equipe visitante. Foi superior no início da segunda etapa, mas não converteu seu domínio em gol. Faltou objetividade e quem acabou marcando foi o Inter. Aos 13 minutos, em um lance parecido com o gol do Atlético, Giñazu enfiou a bola para Alecsandro marcar mais uma vez. Fabio Costa, novamente, saiu mal do gol. O atacante colorado, com um leve toque, desviou a bola do goleiro e com o gol vazio empurrou para as redes. O gol da virada desestabilizou a equipe alvinegra. Sem espaços no meio, o time passou a explorar as laterais do campo. Após jogada do jovem Diego Macedo, o Galo teve uma boa chance de empatar a partida. Tardelli finalizou na pequena área, o goleiro colorado fez ótima defesa e evitou o gol de empate.
O Inter tem um ótimo elenco e soube administrar o resultado. O Atlético, ainda em formação, também tem um grande elenco, mas falta ritmo de jogo e principalmente entrosamento.
A atual situação é preocupante. Após dez rodadas o Atlético tem apenas três vitórias e sete derrotas, soma nove pontos e ocupa a vice-lanterna do campeonato.
Parece que o tempo necessário para o time engrenar, é maior do que a torcida esperava.(VR)
Colaboração: Vander Ribeiro

Zona de rebaixamento, falta de planejamento e dinheiro público

A coluna do Jornal O Tempo de sexta trata do momento do Atlético e de seu treinador.
Vamos a ela:


Dedo na ferida

Quando Vanderlei Luxemburgo foi anunciado como treinador, a pergunta que o atleticano fazia era qual seria o título importante que o Galo conquistaria.
Ao surgirem os nomes dos reforços, quase todos de grife, a ansiedade em ver a taça erguida só aumentava.
É certo que o título do Estadual já está em Lourdes, entretanto, mesmo com a chegada de mais e mais reforços, com salários em dia, estrutura bem montada, badalação e tudo mais, o que se vê são momentos de bom futebol seguidos de fragilidade, trapalhadas, derrotas e vice-lanterna.
Onde está o erro? Na torcida que não deveria confiar no time? Na direção que não deveria ter montado uma Cidade do Galo tão boa? Na imprensa que anuncia a chegada de novos jogadores? Na Arena do Jacaré?
Ora! O presidente pediu calma e acredita que a receita vai dar certo, no entanto, o caminho para a felicidade alvinegra parece estar muito errado.
Os jogadores erram, mas o treinador – com currículo e tudo mais – tem muita culpa no cartório.
Basta comparar a campanha do ano passado com a mesma estrutura e com elenco bem inferior e treinador sem tanto brilho e constatar a dura realidade.

Outros- Sei que o pensamento imediatista não resolve, mas sei também que vários outros times sem CT e sem treinador consagrado já conseguiram atingir algum padrão de jogo. Ou o Ceará, Guarani e Prudente se ajeitaram enquanto o Atlético anunciava jogadores e mergulhava na zona de rebaixamento?

Erro- A direção não se omite e contrata, investe e cumpre com obrigações, entretanto, a idéia de ver o treinador gerenciar até hoje não vingou. O bom gerente de futebol recebe o calendário e lança metas, objetivos e contrata baseado no planejamento. O Atlético de Luxemburgo, comete o mesmo erro de montar o time durante a competição.

Sufoco- Atualmente é impossível afirmar que o Atlético vai se recuperar ainda a tempo de buscar algo a mais. Entretanto, a visão mais realista é a de que o time precisa jogar bola como time que está na zona de rebaixamento e não como um time caro e recheado de jogadores que já defenderam seleções.

2014- O mundo já alertou que o Brasil está muito lento na preparação e organização para a Copa. Ninguém tira da minha cabeça que até o atraso está no planejamento. A discussão sobre a utilização do Morumbi e o orçamento de quase R$ 700 milhões para a milésima reforma do Mané Garrincha, em Brasília, mostram claramente que o dinheiro público vai voar para muitos lados.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Copa do Mundo é um grande negócio

A cidade de Poznan, atualmente com 636 mil habitantes, será uma das sedes da Euro 2012, que será disputada na Polônia e na Ucrânia. Poznan, se fosse uma cidade brasileira, seria comparada a uma grande cidade do interior brasileiro, como Santo André (673 mil habitantes), Uberlândia (636 mil habitantes), São José dos Campos (613 mil) etc.
Para receber três jogos na fase inicial da competição europeia, o estádio utilizado pelo Lech Poznan, passou por uma reforma que alterou a capacidade de 17 mil assentos para 44 mil lugares. A grande notícia para os poloneses é que o estádio vai contar com dois bares, restaurante e cerca de 2 mil vagas de estacionamento. A grande pergunta é quanto foi gasto para a reforma do estádio e a resposta surpreende: 31 milhões de libras, cerca de 84 milhões de reais.
Enquanto isso, em um certo país da América do Sul, em uma cidade muito maior, entretanto, sem tradição no futebol, o governo do Distrito Federal oficializou os valores da reforma do Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Nada mais que 696 milhões de reais.
O Mané Garrincha terá capacidade para 70 mil lugares, mas já passou por outra reforma em 2008.
Com o valor do Mané Garrincha, a Polônia poderia inaugurar mais oito estádios. É certo que a mão de obra pode variar, e que os impostos podem influenciar, tudo nem.
No entanto, a diferença é muito grande.
Não é possível que vejamos tudo isso acontecer e, ainda assim, permanecermos alheios a tudo que envolve o enorme negócio (para uns) que é a realização de uma Copa do Mundo.

As informações tem como fonte o site Máquina do Esporte e pesquisas em sites da Euro-12.

Para Jairo Campos, Mendez e até Guerrón


A Federação Equatoriana de Futebol anunciou o colombiano Reinaldo Rueda como novo treinador. A intenção é a classificação para a Copa de 2014, no Brasil.
Rueda foi técnico da seleção da Colômbia e não conseguiu classificação para a Copa de 2006. Entretanto, ele pegou a seleção na última colocação e terminou em sexto - quase conquistando a vaga da repescagem.
Terminada a campanha das Elimintórias de 2006, Reinaldo Rueda embarcou em outro projeto: levar Honduras ao Mundial da África do Sul. Ele conseguiu!
É possível fazer o Equador voltar a disputar uma Copa?
Sim. Para isso, o ex-cruzeirense Guerrón vai ter que voltar a jogar bola.
Minas tem mais dois jogadores interessados, os atleticanos Jairo Campos e Mendez.
Na prática, algo de bom pode acontecer para o Atlético.
A posição do Atlético na tabela não estimula ninguém a convocar os dois jogadores, mas a preocupação com a Copa pode influenciar na melhora do rendimento físico e técnico dos atletas.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Cole x Benayoun

As transferências agitam a Premier League.
O último campeão, Chelsea, e o maior campeão, Liverpool, não chegaram a fazer trocas, entretanto, um meia de seleção saiu e outro meia de seleção chegou - um para cada lado.
O israelense Benayoun, que era Red, agora é jogador do Chelsea.
Benayoun não é nenhum craque, mas é muito útil. Pode jogar pelos lados do campo e rende bem fazendo um meia de velocidade e condução de bola.
No Liverpool, Benayoun não conseguiu se firmar, muito em função do estilo adotado por Rafa Benitez, que preferia ver Gerrard mais adiantado.
Talvez o grande jogo de Benayoun tenha sido pela CL de 2008, contra o Besiktas.

Joe Cole já foi chamado de craque e vestia a 10 do campeão, no entanto, seu estilo de jogo exige um nível físico que ele não consegue encontrar há tempos.
Pelo English Team, Cole, já teve passagens boas, mas também não consegue empolgar e não é de hoje.
A característica de carregar a bola e se aproximar da área é até parecida com a de Benayoun, o que pode indicar que Roy Hodgson, ex-Fulham, esteja contando com Gerrard mais recuado um pouco.

Nem Liverpool e nem Chelsea vão ser campeões por causa dos dois contratados. Os dois bons jogadores vão conviver em novos ambientes, entretanto, a casa mais arrumada em Londres pode ser um fator decisivo para Benayoun se dar melhor que Joe Cole.

Réver x Edcarlos

As direções de Atlético e Cruzeiro resolveram contratar zagueiros no mesmo dia.
O Atlético anunciou Réver e o Cruzeiro acertou com Edcarlos.
Na minha opinião, o Atlético fez melhor.
O ex-gremista é mais jogador. Sobe bem e exerce liderança.
Não é nenhum craque, no entanto, acompanhei a movimentação da torcida do Grêmio, quando ele saiu. Vários torcedores reclamaram e muito. Lembro do Réver da época do Paulista de Jundiaí e sempre enxerguei nele um jogador de potencial. No Grêmio, ele se firmou e confirmou a expectativa.
Edcarlos é um zagueiro normal. Talvez a característica melhor dele seja não ser lentão. Entretanto, é limitado tecnicamente e se contenta em rebater.

Encaixes

A possibilidade de Réver chegar e ser útil ao time titular é grande.
A primeira pergunta é: Réver ou Werley? Precisa responder?
A carência nas bolas altas é também evidente e o zagueiro contratado tem boa altura, impulsão e posicionamento.

Edcarlos será titular no Cruzeiro? Creio que sim. Caçapa tem experiência, mas é lento. Ocupa bem espaços, mas perdeu muito do vigor. Com o tempo, a zaga deve ser formada por Leonardo Silva e Edcarlos, mas repito: Edcarlos é apenas um jogador comum.

domingo, 18 de julho de 2010

Líder supera seu pior momento e vence

Corinthians e Atlético se enfrentaram no Pacaembu. O jogo reunia o líder da competição e um time que até a rodada anterior estava na zona de rebaixamento.
Em campo, o início do Corinthians foi bem melhor e com dois minutos, Chicão já havia perdido um penalti.
Os minutis iniciais ainda foram do Corinthians e o Galo só foi acertar a marcação de meio perto dos 28 minutos.
Mesmo com o meio mais acertado, a defesa ainda oferecia espaços e o Corinthians não aproveitava.
O Atlético escapava com Neto Berola pelos dois lados, mas preferencialmente pela esquerda.
Se o primeiro minuto reservou um susto para o Galo, o último do primeiro tempo fez a torcida do Corinthians sofrer. Leandro levou a bola pela linha de fundo e cruzou para Neto Berola desviar a bola, que foi parar no travessão.
Iarley tinha partida irritante e foi substituído.
O início do segundo tempo foi na mesma toada e o Atlético apostava nos contra-ataques.
Alessandro não viu a bola e Leandro passava com muita facilidade e cruzava para Ricardo Bueno errar.
Danilo, pelo Corinthians se movimentava lentamente e não achava a bola boa.
O Galo melhorou e chegou a ficar 18 minutos sem bater para o gol.
Entretanto, quando bateu a bola entrou.
Danilo inverteu a jogada para Bruno César, que bateu e contou com o desvio em Jairo Campos.
O Corinthians vive um bom momento, mas mostrou muita dificuldade nas conclusões.
O Atlético até equilibrou a partida, no entanto, parece que vai fazer o torcedor sofrer durante todo o ano.
É certo que Obina conclui mais e Tardelli é mais jogador, mas o time ainda precisa crescer e ganhar. Só crescer não adianta muito.

Sem Tardelli

Pouco antes de a bola rolar no Pacaembu, Deva Pascovicci me perguntou quanto Diego Tardelli representa para o ataque do Atlético. Respondi, meio que sem parar para pensar, que Tardelli é quase 50% do poder ofensivo do Galo.
Conversando com outros amigos sobre o mesmo tema, alguns falaram que ele é 50% de todo o time. Será mesmo?
O Atlético vai jogar contra um time bem montado e equilibrado. A defesa é o ponto mais frágil da equipe.
Ralf faz um primeiro volante e Elias sai para o jogo. Danilo é o escape e a segurança pelo lado esquerdo. Com a bola, ele sai para o jogo.
Bruno César é um armador com boa presença ofensiva.
A palavra que define o ataque é velocidade. Dentinho e Jorge Henrique são bons jogadores e abusam das inversões e das jogadas individuais em direção ao gol.
Contra eles, pesa o fato de estarem sem ritmo e de volta apenas hoje ao time.
Qual jogador do Atlético pode surpreender?
Serginho é a chave do Galo. Boa marcação e boa retomada de bola, aliados a saída com boa técnica são as respostas do volante/meia do Galo.
Quem pode fazer a diferença para o Corinthians?
Roberto Carlos. Sim, o lateral pode desequilibrar nas jogadas contra o inseguro Diego Macedo.
Daqui a pouco a bola rola no Pacaembu...

sábado, 17 de julho de 2010

Vai começar a gastança - Deu na FOLHA

A Folha de São Paulo traz uma matéria sobre os investimentos nos aeroportos para a realização da Copa em 2014.
Quem está acostumado com as esperas nos aeroportos, sabe que a situação é lamentável e os recentes acidentes aéreos apontam para outras frentes como a revitalização dos órgãos que administram aeroportos e voos no país.
O investimento é necessário, mas nossos olhos estão abertos.



17/07/2010 - 09h00
Governo põe R$ 5,5 bi em aeroportos para o Mundial-2014


FILIPE COUTINHO
FÁBIO AMATO
DE BRASÍLIA

O governo federal lançará nesta segunda-feira os projetos para a modernização de portos e aeroportos para a Copa-2014, com prazos e investimentos da União e das cidades-sedes. Este é o principal gargalo estrutural do evento.

A Infraero gastará mais de R$ 6 bilhões em 16 aeroportos. Só nos aeroportos das 12 cidades-sedes serão investidos R$ 5,5 bilhões, sendo cerca R$ 2 bilhões em São Paulo.
O governo também vai injetar outros R$ 750 milhões na melhoria de portos e abrirá uma linha de financiamento no valor de R$ 2 bilhões, via BNDES e fundos constitucionais, para a construção de novos hotéis.

A cerimônia será comandada pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva. Representantes das 12 cidades-sedes foram convidados para o evento, que pretende ser o pontapé inicial para as obras nos aeroportos. Os representantes dos municípios assinarão aditivo da matriz de responsabilidades de cada governo. O primeiro documento, assinado em janeiro, abarcava obras em estádios e de mobilidade urbana.


Agora, o executivo formalizará projetos para aeroportos e definirá a atribuição de cada governo - o investimento será da União. Pelo acordo, cada governo se compromete a priorizar os processos de obtenção de licença ambiental, um dos motivos para atrasos em obras. Os custos com reformas e ampliação no entorno dos aeroportos serão de responsabilidade dos governos estaduais e municipais.

A exceção é o gerenciamento dos estacionamentos, que ficará com a Infraero. A estatal vai absorver os lucros com a privatização dos estacionamentos, mas a tarefa de monitorar a execução dos contratos será de responsabilidade dos governos locais.

'O termo aditivo tem por objetivo complementar a matriz de responsabilidades no que tange às intervenções relativas a portos e aeroportos, para a execução de medidas conjuntas e projetos imprescindíveis à realização das competições'', diz o documento assinado pelo ministro Orlando Silva (Esporte).

Ponte entre diversas sedes, o aeroporto de Brasília receberá R$ 748 milhões. A obra deverá ser finalizada em abril de 2013. O governo do DF terá até janeiro de 2011 para obter licença ambiental.

Lula deve assinar também MP para elevar o teto da dívida dos governos locais, para acelerar financiamentos. Em Brasília, as obras atrasaram porque o governo demorou para provar que tinha verba.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Três pontos e estréias


Jogando em casa o Galo atuou de maneira ofensiva. O técnico Vanderlei Luxemburgo optou por armar a equipe com três atacantes. Diego Tardelli e Neto Berola jogaram pelos lados do campo e o jovem Ricardo Bueno foi o homem de referência na área adversária. A opção funcionou bem, os atacantes se movimentaram bastante e aos 18 minutos Tardelli marcou. Após ótima jogada do trio, o atacante saiu na cara do gol e, com muita tranqüilidade, escolheu o canto direito para abrir o placar: 1 a 0.
Aos 21 minutos Ricardo Bueno perdeu uma chance clara de gol: Após cruzamento de Leandro, e livre de marcação, Bueno deu uma “furada” e não conseguiu empurrar a bola para a rede.
Um vacilo no ataque e outro na defesa: Em um lance isolado, o atacante Rodrigo Tiuí ganhou a disputa com o zagueiro Jairo Campos e tocou para Marcão invadir a área e empatar a partida.
Com o gol sofrido o time alvinegro não se abateu. O “guardião” Zé Luis protegia a defesa; o “mentor” Ricardinho organizava o jogo e o “pulmão” Serginho retornou em grande estilo. Atuando como segundo volante o jogador auxiliava Zé Luis e também saía para o jogo.

Foi dos pés dele, em sua tradicional arrancada, que saiu o passe para Neto Berola invadir a área e ser derrubado pelo goleiro Márcio, pênalti para o Galo. Na cobrança, Diego Tardelli bateu forte, no canto direito sem chances para o goleiro goiano. A equipe visitante pouco arriscava e insistia nas finalizações de longa distância, porém não obteve sucesso. Durante o primeiro tempo, o Galo manteve a superioridade e apostando na ofensividade chegou ao seu terceiro gol. Em uma cobrança de falta, pelo lado direito do ataque alvinegro, a bola foi alçada na área e Ricardo Bueno subiu mais que a defesa e escorou de cabeça. Galo 3 a 1.

Segundo tempo:

Com o placar adverso, o time goiano saiu para o jogo e chegou ao ataque com mais qualidade. Aos 11 minutos, Rodrigo Tiuí dominou dentro da grande área e em um giro rápido fez ótima finalização. O goleiro Fábio Costa, atento ao lance, fez grande defesa.
Mais um vacilo:

Se aos 11 fez grande defesa, aos 14 o goleiro falhou. Traído pelo tempo de bola Fábio saiu mal do gol e Rodrigo Tiuí não teve trabalho para diminuir o placar. O goleiro reconheceu sua falha, encarou o lance com naturalidade e se desculpou. Bola para frente.
Substituições:
Serginho saiu aplaudido de campo e deu lugar ao jovem João Pedro; Neto Berola, visivelmente cansado, deu lugar ao meia Fabiano; e aos 25 minutos foi a vez dos Diegos: Tardelli deixou o gramado e a aguardada estréia de Diego Souza com a camisa alvinegra aconteceu.
Mesmo ainda sem ritmo de jogo, o recém contratado se movimentou muito. Participou bem do jogo, criou bons lances e aos 37 minutos teve uma chance clara de gol. Após ótima jogada, invadiu a área, passou por dois adversários, e só pecou na finalização. Diego, esperando a saída do goleiro Márcio, bateu fraquinho na bola e praticamente a atrasou para o goleiro que permaneceu estático entre os postes.

Os três pontos foram importantes. Com eles o Atlético saiu da zona de rebaixamento e hoje ocupa a 13ª posição. Tão importantes quanto os três pontos, foram as atuações de Diego Souza e principalmente Serginho. O Atlético tem um grupo forte, Luxemburgo tem boas peças nas mãos e o Galo tem tudo para crescer ao longo da competição.(VR)
Colaboração e Fotos: Vander Ribeiro


Galeria de Imagens

quinta-feira, 15 de julho de 2010

CBF, Copa, Atlético, Cruzeiro, Ipatinga e Coelho

Segue coluna que será publicada no jornal O TEMPO de sexta.
-O assunto que mexe com a CBF é dinheiro de patrocinadores e Dunga não ajudou muito a entidade.
-A escolha do novo treinador e a doce experiência de renovar a seleção.
-A Copa deixou um legado para o futebol. O jogo mais leve e mais bonito. Os volantes que saem para o jogo.
-Os próximos jogos de Atlético e Cruzeiro são duros e determinantes para saber quais caminhos os times vão seguir.
-América e Ipatinga vivendo momentos distintos na B.
São os assuntos da coluna.


O Bra$il da CBF

Um reflexo imediato dos resultados da Copa do Mundo foi a Espanha assumir o primeiro lugar no ranking da FIFA.
A segunda posição agora é da Holanda e o Brasil caiu para o terceiro lugar no ranking. Das seleções sul-americanas que estiveram no Mundial, apenas o Brasil caiu. A Argentina assumiu o quinto lugar e é seguida de perto pelo Uruguai, no sexto posto.
O Chile é o décimo e o Paraguai é décimo sexto. É inegável que houve um fortalecimento na imagem da Conmebol com as boas participações dos nossos vizinhos. A posição no ranking não é o que mais importa, mas é importante para a CBF fazer o que mais gosta: trabalhar e comercializar sua marca.
Muito criticada em 2006 por abrir muito a concentração, a CBF lucrou e muito com a exposição de seus patrocinadores.
Basta dar uma olhadinha no site da entidade e os anúncios, que eram dois ou três já se multiplicaram. A queda no ranking reforça o conceito de que é preciso não ser medroso e é necessário renovar.
A Alemanha mostrou ao mundo que a renovação é salutar e o prêmio maior veio com a escolha de Müller como o melhor jogador jovem da Copa.
Joachim Löw não se omitiu e optou por uma meninada que, no mínimo, ganhou experiência para 2014.

Ambiente de Copa– Quem assumir a seleção terá o doce prazer de estimular a renovação para a próxima Copa.
Os jovens valores estão aí, são muitos e em todas as posições.
Os próximos quatro anos serão de expectativas, obras e testes.
A CBF já confirmou o amistoso em agosto contra os EUA e a França já disse ter outro amistoso contra o Brasil em 9 de fevereiro.

Legado- A imagem da África do Sul foi muito positiva.
São comuns os conflitos raciais e sociais, entretanto, o turismo vai crescer por lá. O legado que o Mundial deixou para o futebol foi a participação boa de seleções que privilegiavam o ataque e a posse de bola.
A Alemanha, que jogava em velocidade no contra-ataque, usava volantes que saíam com muita qualidade.

Adversários- Os próximos jogos de Atlético e Cruzeiro podem determinar as aspirações dos mineiros no Brasileirão.
O Atlético só tem pedreira pela frente e o Cruzeiro, depois do Goiás, vai pegar uma sequência difícil.
O que pode complicar para os dois é a ausência do Mineirão.
Entretanto, a desculpa tem prazo de validade e é preciso encarar a situação com naturalidade.

Na B- O Ipatinga não lembra nem de longe o time competitivo do Estadual.
É de longe candidato a cair. Já o Coelho vive bons momentos e arrancou um empate contra o Brasiliense.
O momento é muito bom e oportuno para surpreender os adversários. A equipe parece estar cheia de motivação e confiança.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Brasil em queda livre

A taça já foi erguida, a Espanha continua em festa e Forlán vive merecidos dias de glória no Uruguai - a Copa já se foi.
Resta agora a CBF contabilizar perdas financeiras, técnicas e partir para a tentativa da conquista do tão falado hexa.
Mais que o hexa, está em jogo a imagem do país.
Não tenha dúvida de que seremos (povo brasileiro) motivo de gozação e, por outro lado, arrancaremos lágrimas e simpatia dos gringos.
Faltam quatro anos e falta muita estrutura. É muito trabalho, é muita conscientização. Entretanto, resta ao país arregaçar as mangas e zelar pelo dinheiro público.
Seria muito bom conquistar o hexa, mas ele passa. Melhor seria desfrutarmos de um país mais organizado, com melhores condições nos transportes públicos, melhores estradas, hospitais, hotéis e maior poder de consumo.

Ranking

Uma das muitas derrotas da CBF foi amargar a perda da primeira posição no ranking da FIFA. O tão amado Dunga, que ganhou "tudo", na verdade não ganhou tudo e não ganhou sozinho. A Espanha também foi campeã continental e perdeu muito pouco nos amistosos contra seleções melhores rankiadas que Omã, por exemplo. Os espanhóis ocupam a primeira posição no ranking da FIFA.
A Holanda também passou o Brasil e agora ocupa a segunda posição. O time de Sneijder fez ótima campanha nas Eliminatórias e mantinha 100% de aproveitamento na Copa.


Objetivo


A primeira definição da CBF passa pela escolha do novo treinador. O nome mais falado é o de Felipão. Não está afastada a hipótese de Adilson Batista ser o treinador do Palmeiras, após a saída de Felipão. Nada está acertado, mas é viável. Felipão confia em Adilson (que foi capitão na conquista da Libertadores com o Grêmio) e Adilson tem muito respeito por ele.
Ricardo Teixeira já indicou que deseja ver uma renovação e nem precisava de tanta genialidade. É óbvio que a renovação é para ontem.
Uma outra definição já se fazia necessária desde muito tempo antes da Copa:
tratar a Copa do Mundo como um evento sério. Tratar com seriedade significa deixar a politicagem barata de lado e encarar a realidade.
O presidente da CBF sabe do que estou falando.
É muito mais fácil aproveitar a estrutura do Morumbi que construir um novo estádio.
Entretanto, é bom lembrar que o São Paulo sempre foi rival da estrutura de poder da entidade. Para bater no São Paulo, a CBF bate no Morumbi.
Mais que isso: pressionando o poder público a construir um estádio novo, o tempo para liberação da verba e construção do estádio fica escasso, o que pode sugerir a liberação sem a passagem pelos trâmites legais e o superfaturamento.
Até parece que não tem ninguém vendo as jogadas e os jogadores.

domingo, 11 de julho de 2010

E o professor foi...

Natalie Gedra votou em Oscar Tavarez.
Deva Pascovicci gostou de Del Bosque.
Marcelo Gomes, Mário Marra, Álvaro Oliveira e Leonardo Stamillo votaram em Joachim Löw.

O ataque da CBN

A equipe da CBN também votou no melhor ataque da Copa.
Vamos lá:
Leonardo Stamillo - Messi e Villa
Álvaro Oliveira - Forlán e Villa
Marcelo Gomes - Villa e Forlán
Mário Marra - Villa e Forlán
Deva Pascovicci - Messi e Villa
Natalie Gedra - Villa e Forlán.

O meio da CBN

O Meio de campo da equipe da CBN é muito bom.
Vamos a ele:
Natalie Gedra - Schweinsteiger, Iniesta, Sneijder e Muller
Mário Marra - Schweinsteiger, Iniesta, Sneijder e Muller
Marcelo Gomes - Schweinsteiger, Iniesta, Ozil e Sneijder
Deva Pascovicci - Schweinsteiger, Van Bommel, Sneijder e Xavi
Leonardo Stamillo - Schweinsteiger, Iniesta, Mascherano e Muller
Álvaro Oliveira - Schweinsteiger, Xavi, Muller e Sneijder.

Os zagueiros da Copa

A equipe da CBN apontou os zagueiros. Não foi fácil. É bom destacar Tanaka, que foi muito bem.
Natalie Gedra- Friedrich e Puyol
Marcelo Gomes - Piqué e Puyol
Álvaro Oliveira - Mertesacker e Friedrich
Deva Pascovicci -Lúcio e Lugano
Mário Marra - Lúcio e Puyol
Leonardo Stamillo - Piqué e Puyol

Os laterais da Copa

Marcelo Gomes optou pelo esquema 3-4-3 e não utilizou laterais. Em uma eventualidade ele deslocaria Schweinsteiger para a direita e Bronkhost fica na esquerda.
Álvaro Oliveira foi de Sérgio Ramos e Fábio Coentrão.
Leonardo Stamillo - Lahn e Capdevilla.
Mário Marra - Lahn e Fábio Coentrão.
Deva Pascovicci - Sérgio Ramos e Fábio Coentrão.
Natalie Gedra - Sérgio Ramos e Bronkhost.

E o goleiro da Copa

Até ontem,a minha lista tinha Eduardo como o principal goleiro da Copa. Entretanto, nas partidas decisivas, Iker Casillas jogou muito e foi decisivo contra Robben.
A equipe da CBN, por unanimidade apontou Casillas como o melhor goleiro da Copa.
Natalie Gedra, Leonardo Stamillo, Deva Pascovicci, Álvaro Oliveira, Marcelo Gomes e eu votamos.

Análises, pitacos e palpites

A equipe da CBN estava reunida. Marcelo Gomes, Deva Pascovicci, Álvaro Oliveira, Leonardo Stamillo e eu batemos um papo sobre a Copa.
Um dos pontos mais discutidos foi sobre quem mais decepcionou.
As opiniões começaram e alguns dividiram as decepções coletivas e individuais.
Vamos lá:

Deva Pascovicci- O narrador da CBN apontou Brasil e seleções africanas como as grandes decepções coletivas. Rooney e Cristiano Ronaldo foram os piores para ele.

Álvaro Oliveira- Álvaro colocou a Itália como a grande decepção. Cristiano Ronaldo foi o pior para ele.

Natalie Gedra- A repórter das Rádios CBN e Globo esperava mais da Itália e de Cannavaro. Para ela, os italianos decepcionaram mais.

Marcelo Gomes- Também narrador da CBN SP, Marcelo Gomes apontou Fábio Capello como a grande decepção da Copa. Marcelo também destacou o fraco futebol praticado na grande final da Copa.

Leonardo Stamillo- O comentarista da CBN SP colocou a Inglaterra como a grande decepção e Rooney, a estrela do Manchester, como o pior da Copa.

Eu- Também achei Rooney muito abaixo do esperado. A França, na minha opinião, pagou o micão da Copa.

Espanha campeã com bola no chão

O tropeço no início da competição colocou a tom da dúvida em toda a campanha da Espanha.
A incerteza era totalmente justificável, afinal de contas a Espanha carrega a fama de não saber definir e de amarelar na reta final.
No entanto, a Espanha tinha um estilo de jogo e acreditava no seu modo de jogar.
O futebol da Espanha dava sinais de que estava se encaixando. As vitórias chegavam com muito esforço, mas chegavam.
O grande jogo foi contra a Alemanha. O desafio repetia a final da Eurocopa e deu Espanha, com muito bom futebol.

A Final

O jogo contra a Holanda começou com a Espanha fiel ao seu estilo.
Bola no chão e toques rápidos e envolventes.
Como parar o estilo espanhol? A opção da Holanda foi parar as jogadas com faltas.
É uma estratégia que poderia dar certo. A Holanda equilibrou a partida e poderia ter saído campeã. Robben perdeu dois gols feitos.
O preço que a Holanda pagou ao adotar as faltas como recurso para inibir o toque foi muito alto: cartões amarelos e mais cartões amarelos.
Ao todo foram oito amarelos e um vermelho.
O vermelho foi recebido pelo Heitinga, aos 3 do segundo tempo da prorrogação.
Oito minutos depois, Fábregas tocou pelo meia da defesa (sem Heitinga) e fez o gol da vitória, o gol do título.


Legado

O título da Espanha pode trazer algo de bom para o futebol.
Diferente da clara opção defensiva de várias seleções, a Espanha optou por toque de bola.
A estratégia de jogo era trabalhar a bola e girar o jogo. Envolver o adversário e aproximar da área do adversário. Muitas vezes o jogo espanhol parecia ser cansativo e pouco objetivo. Entretanto, se a equipe conta com Xabi Alonso, Xavi, Iniesta, Torres e Villa, é óbvio que o treinador tinha que aproveitar a qualidade técnica individual de cada um deles.
A imagem que fica guardada do futebol apresentado pela Espanha é a de um futebol de bola no chão e de aproximação.
O recado que Del Bosque deixa é que é preciso aproveitar as características de seus jogadores e proporcionar ambiente.

Parabéns, Espanha. O título está em boas mãos.

sábado, 10 de julho de 2010

Final de Copa e início de 2014

Segue a coluna que será publicada no Jornal SUPER de domingo, dia da Final da Copa do Mundo.



O grande dia chegou


Antes de a Copa começar Holanda e Espanha eram seleções fortes, entretanto, carregavam, além de ótimos retrospectos nas Eliminatórias, muitas dúvidas.
A Holanda fez uma campanha na classificação e nos amistosos pré-Copa irrepreensível. Sneijder e Robben, os astros da equipe, haviam acabado de disputar a final da Liga dos Campeões, um contra o outro. No entanto, nas listas de favoritos a Holanda aparecia mais por simpatia que por convicção.
A Espanha também fez das Eliminatórias um passeio.
O time vinha credenciado pela conquista da Eurocopa.
Barcelona e Real fizeram um campeonato bom e os titulares da Fúria estavam em ótimos momentos em seus clubes. Contudo, antes de alguém afirmar que a Espanha era favorita, outras vozes lembrariam que sempre foi assim e a Espanha nunca jogara bem uma Copa do Mundo.
Agora não resta mais incerteza e um dos dois países afastará de vez o fantasma de não conseguir ser campeão mundial.
São estilos diferentes e mais que isso: é final de Copa! É um jogo que vale uma carreira inteira.
Para quem estiver em campo hoje, o jogo vai valer toda a vida profissional.
Vale prestígio mundial, vale o orgulho de um país. Vale muito financeiramente e vale o passaporte para a história.
Vale a eternização do gesto.

Estilos- A Holanda é um time que joga aberto e espera do maestro a decisão da próxima jogada.
Surpreende com a pegada de Kuyt e a técnica de Robben.
Sai para o jogo com Bronkhost ou Van Bommel.
Acredita no craque Sneijder e tem um banco com opções de velocidade com Babel e Elia. Entretanto, o miolo de zaga já se mostrou vulnerável algumas vezes na Copa.


Posse- A Espanha faz o jogo girar e espera uma escapada.
O raciocínio é lógico: se a bola está com a Espanha, os adversários não levam perigo.
O meio tem qualidade no passe e Xabi Alonso arrisca a bola longa. Villa sempre foi decisivo, e vive dias magníficos.
No entanto, se a Holanda conseguir impor seu ritmo e não deixar a bola espanhola rolar, a partida se complica.


2014- Após o capitão erguer a taça, todos os olhares vão começar a apontar para o Brasil.
A Copa de 2014 estará muito mais próxima.
É inegável que estamos muito distantes da realidade de sediarmos um Mundial.
Nem estádios e nem estrutura, ainda não temos nada.
É necessário entendermos que a Copa é um evento e logo depois virá outro grande evento: as Olimpíadas.


Público- Não adianta fazermos bonito para os olhos do mundo e escondermos para debaixo do tapete nossas misérias.
Uso errado de dinheiro público só vai mascarar uma realidade que, mais cedo ou mais tarde, cobrará caro da sociedade.
É preciso ter juízo no uso da verba pública e olhos abertos para a fiscalização. Quem paga o pato é sempre o povo.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Um pouco mais de Espanha e Holanda

A coluna de O Tempo tem um espaço. Não posso passar do limite dos caractéres, com isso, muita ideia fica apenas na cabeça. Como é final de Copa do Mundo, deixo aos leitores do blog um pouco mais da minha visão dos times.

Estilos em confronto

Está chegando o grande dia da final da Copa do Mundo.
Holanda e Nova Zelândia são as únicas seleções que não perderam na Copa.
Mais que isso! A Holanda venceu todos os jogos das Eliminatórias e da Copa do Mundo. É necessário tirar da memória o estilo da Holanda vice de 74 e 78.
A seleção de Sneijder e cia é totalmente diferente da sublime Holanda de Cruyff em 74e da vice, na Argentina com Rene e Willy van de Kerkhof e Rensenbrink, em 78.
Sneijder é um talento acima da média e Robben também joga um futebol de sonhos.
Kuyt dá o tom da luta, do trabalho e corre o campo todo. Volta para marcar e se apresenta o tempo todo como opção.
A Holanda faz um jogo que precisa de Sneijder bem.
Quando ele recebe a bola tudo é diferente.
Os homens abertos pelas pontas são também uma notícia boa para o mundo da bola. O artilheiro holandês é preciso no passe curto e médio.
Quando bem vigiado, Sneijder recua e pode jogar perto do último volante. Da intermediária, ele pode provocar o jogo de lançamentos – que é apropriado para os velocistas do elenco: Kuyt, Babel e Elia.
Van der Vaart pode aparecer no jogo, entretanto, é difícil imaginar Marwijk abrindo mão da força de marcação de Kuyt.
O treinador faz parte da escola de bons treinadores holandeses.
Não são poucos e estão espalhados pelo mundo.
A seleção da Austrália parece ter olhos fitos nos técnicos holandeses. Na Copa de 2006, Guus Hidiink era o comandante e na África do Sul foi Pim Verbbek o treinador.
Van Gaal foi campeão de quase tudo pelo Bayern na atual temporada.
O mundo aprendeu o que era futebol holandês com Rinus Michels na Copa de 74.
Cruyff também foi treinador e com ele o Barcelona foi campeão da Liga dos Campeões de 92.
Com um estilo diferente e contrariando a imprensa local, Marwijk assumiu o comando e desenhou uma Holanda mais tática, mais rígida e cheia de surpresas.
O posicionamento dos volantes é um segredinho. De Jong faz o papel de proteger a defesa e de anular o principal adversário.
Van Bommel fecha o meio e sai com mais qualidade. Com a bola dominada, é Van Bommel que divide a responsabilidade com Sneijder.
O desenho tático pode ser apontado como um 4-2-1-3 ou 4-3-3 ou até um 4-2-1-2-1.
Van Persie é muitas vezes o homem mais adiantado. Robben e Kuyt têm sido eficientes na recomposição. O atacante do Arsenal também é um candidato a ceder espaço a Van der Vaart na final.
A saída de bola mais qualificada se dá pela esquerda, com Bronkhost e Bommel.
No entanto, a Holanda não é perfeita. O sincronismo entre os volantes e a dupla de zaga passa longe do ideal.
É até comum, durante as partidas, perceber bolas enfiadas pelo meio da defesa.
A defesa holandesa nunca foi um primor e é limitada tecnicamente. Se, em uma situação de jogo, Villa sair na velocidade contra os defensores holandeses, apenas Stekelemburg poderá evitar o gol.
Os zagueiros são lentos e os laterais também.
Outro problema se dá nos vestiários e corredores dos hotéis. Van Persie e Sneijder não são bons amigos. É verdade que até hoje a relação entre eles não representou nenhuma ameaça ao bom desempenho da equipe, mas na hora da pressão...

A Espanha


E a Espanha? A Fúria adotou um estilo e aposta tudo nele.
Del Bosque segue o que Aragonéz fez na Eurocopa. Valorização de posse de bola. Muito toque, muito giro, muita técnica.
Enquanto a Espanha está com a bola, os adversários correm atrás dela.
Um grande trunfo de Del Bosque está na qualidade técnica de seus jogadores.
Todos sabem jogar e sabem sair para o jogo.
Não são poucas as situações de ataque criadas pelo zagueiro Piqué.
A Espanha sai bem pelos lados com Sérgio Ramos e Capdevilla. Sérgio Ramos sai melhor e com maior frequência.
Busquets é o responsável pela proteção.
Mais adiantado e de cabeça sempre erguida, Xabi Alonso pode acelerar o jogo. Xabi dificilmente erra um passe. Em um time de toques curtos, precisos e rápidos, é ele que traz o inusitado da bola longa e da inversão das jogadas.
Xavi e Iniesta se conhecem há um bom tempo.
Eles abastecem Messi no Barcelona. Tocam e se deslocam com muita facilidade.
Os dois podem desgarrar do meio e podem chegar ao ataque.
É engano pensar que apenas Iniesta se adianta.
Xavi, se tiver espaço, será decisivo.
No ataque mora David Villa. Com muita facilidade para definir, Villa pode jogar pelos lados e centralizado.
Na campanha vitoriosa da Eurocopa, ele e Torres viviam ótimos momentos físicos e técnicos e os dois se completavam.
Torres podia fazer os lados e Villa centralizava. Villa podia voltar para buscar jogo, corria para a linha de fundo ou buscava as tabelas pela entrada da área.
Tudo era ensaiado e combinado com Aragonéz.
Entretanto, a mudança de comando técnico significou mudança de perfil e de relação treiandor/grupo.
Aragonéz era mais o homem do campo. Trabalhava conceitos e extraiu muito da qualidade técnica de cada atleta.
Del Bosque usa outros métodos. Sabe que o estilo é aquele e trata de aparar arestas de relacionamento. Trabalha muito o grupo e fortalece o ambiente.
E os erros da Espanha, onde estão?
O exagero no toque de bola já custou várias oportunidades reais de gol.
A Espanha algumas vezes esquece que o toque envolvente é a forma e não a função.
A péssima forma física e técnica de Niño Torres representa a falta de uma alternativa de jogo de ataque para David Villa.
Apenas Lloriente tem estilo pouco parecido com o estilo de Torres. Sem ele (Torres) o time retém a bola, mas finaliza menos que o normal, se ele estivesse em campo.

É bom lembrar que o título extermina um fantasma e faz o outro crescer ainda mais.
A Holanda convive com o fantasma de ter perdido dois títulos, quando praticava um futebol melhor que os campeões Alemanha e Argentina. O fantasma das derrotas aterroriza gerações e gerações da Laranja.
Os espanhóis lutam desesperadamente contra a fama de amarelões. Sempre chegam com boas campanhas e sempre fracassaram em Copas do Mundo. O fantasma de não conseguir definir ainda atormenta o país.
No próximo domingo um fantasma não será mais lembrado e o outro vai deixar muita gente sem dormir.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Final da Copa, Xabi e Van Bommel, Luxa e Dimas

Segue a coluna do Jornal O Tempo, que será publicada na sexta.

Estilos em confronto

Está chegando o grande dia da final da Copa do Mundo.

De um lado a Holanda

Holanda e Nova Zelândia são as únicas seleções que não perderam na Copa.
Mais que isso! A Holanda venceu todos os jogos das Eliminatórias e da Copa do Mundo. É necessário tirar da memória o estilo da Holanda vice de 74 e 78, a seleção de Sneijder e cia é totalmente diferente da sublime Holanda de Cruyff em 74 e da vice, na Argentina com Rene e Willy van de Kerkhof e Rensenbrink, em 78.
Sneijder é um talento acima da média e Robben também joga um futebol de sonhos.
Kuyt dá o tom da luta, do trabalho e corre o campo todo. Volta para marcar e se apresenta o tempo todo como opção.
A Holanda faz um jogo que precisa de Sneijder bem.
Quando ele recebe a bola tudo é diferente.
Os homens abertos pelas pontas são também uma notícia boa para o mundo da bola.

Espanha do jogo pensado

E a Espanha?
A Espanha adotou um estilo e aposta tudo nele. Del Bosque segue o que Aragonéz fez na Eurocopa.
Valorização de posse de bola. Muito toque, muito giro, muita técnica.
Enquanto a Espanha está com a bola, os adversários correm atrás dela. Se a Holanda deixar a bola com a Espanha, ela vai sofrer. Se a Espanha deixar, Sneijder achar Robben Kuyt, a Espanha vai ter muita dificuldade.


Versátil- Volante ou meia? No PSV, em seis temporadas, Van Bommel foi meia. Do Barcelona, ele foi para o Bayern. Na Alemanha, ao lado de Schweinsteiger, Van Bommel se posiciona como na seleção. Fecha na marcação e sai para o jogo com qualidade. O nome dele é pouco lembrado, mas ele divide a responsabilidade da saída com Sneijder. Olho nele!

Versátil II- Depois de cinco temporadas no Liverpool, Xabi Alonso foi para o Real. No Liverpool ele foi primeiro volante com liberdade para o jogo e meia com preocupação defensiva. Dono de ótimo passe e potente chute de longa distância, Xabi é o responsável pela bola longa. Num estilo de toques curtos e rápidos, é ele o homem do esticão e da inversão das jogadas. Olho nele!

E agora?- Dunga já se foi e as enquetes apontam Felipão como técnico da seleção. Mano, Leonardo e Luxemburgo também foram citados. Pesa contra o atual treinador do Atlético o sonho de ser gerente de futebol. Se fosse apenas técnico, a campanha do Atlético poderia ser outra. Ou será que o Ceará é melhor que o time do Galo? Sobrou gerenciamento errado e faltou competência de treinador.

Confusão- De uma hora para outra o Cruzeiro anuncia um pacotão de reforços. De um minuto para o outro Rafael Marques se torna dúvida e o que estava acordado não está mais. Ora! O grande segredo do Cruzeiro era saber negociar em silêncio. Fez grandes negócios assim. Será que esqueceu a fórmula?

A Espanha faz a final

O que é jogo? Não é estratégia?
Claro que é! É um time tentando fazer seus valores técnicos coletivos e individuais prevalecerem sobre os valores dos adversários.
É a tentativa de imposição de estilo e volume de jogo.
Lembra de um jogo de cartas? Os jogadores de baralho tentam fazer o outro errar e lutam para suas cartas superarem as cartas dos outros.
Futebol é um jogo. Espanha e Alemanha tentaram colocar seus estilos em campo.
A Espanha com toque e posse de bola.
A Alemanha com velocidade pelos lados e boa participação dos volantes.
O toque de bola espanhol foi tão envolvente que não permitiu que a Alemanha colocasse suas cartas em campo.
A bola girava, girava e a Alemanha tentava roubar e não conseguia.
O placar foi justo.
Não me esqueço de uma frase de Fernando Torres, ainda na fase de classificação quando a situação da Fúria era complicada. Niño Torres falou que a seleção poderia até perder a classificação, mas não abriria mão de continuar jogando ao estilo espanhol.
Holanda e Espanha farão uma final inédita e uma nova seleção será campeã do mundo.
Qual estilo sairá campeão?

terça-feira, 6 de julho de 2010

O que vai ficar de Alemanha e Espanha

Alemanha e Espanha decidem quem vai fazer a final da Copa contra a Holanda.
Um fica e outro volta para a Europa.
Entretanto, os dois deixaram heranças e modelos que poderiam ajudar o Futebol.

Herança espanhola

A Espanha tem a bola do jogo. Trabalha a bola como poucos.
É um time que segura a bola e se destaca pelos ótimos números de posse de bola.
O excesso de toque (que pode ser enfadonho) é uma filosofia. Se a bola está com a Espanha, ela não está com os adversários.
Ao primeiro sinal de bobeada da defesa adversária, Iniesta e sua turma têm qualidade para açucarar a jogada para Villa definir.
No entanto, para ter tanto tempo de toque de bola e posse de bola é preciso ter qualidade para trabalhar as jogadas.
A marca que mais pode caracterizar o futebol espanhol é o toque refinado.
Se for vencedor - e todo vencedor faz escola - o Futebol vai agradecer e será mais clássico, mais tocado, mais tático e mais lento.

Herança alemã

A imagem de um futebol feio e eficiente não serve para explicar o futebol alemão do time de Joachim Löw.
A Alemanha sem Ballack é um time melhor. Não é hora também de desconsiderar a boa técnica do capitão machucado, mas é inegável que ele foi bem substituído e pode ter deixado de ser mais um paradigma alemão.
A formação de meio com Khedira e Schweinsteiger é mais técnica e mais ágil.
Os dois não se enquadram na espécime dos volantes, são mais que volantes.
São jogadores de furtebol que saem com muita qualidade.
Bastian Schweinsteiger representa uma roubada de bola boa e muita qualidade na saída ao ataque. Dele sai o caminho para as jogadas.
Quem não conhece o belo futebol do alemão, começa agora a aprender a falar e a escrever o nome dele.
Curioso é que ele vai seguindo o mesmo caminho de Lothar Mathäus. Da meia para ficar mais recuado, organizando o jogo.
Se a Alemanha for a campeã, a herança é a de um time que abusa dos contra-ataques e marca sem volantes de pegada feia.

Holanda na final

Os saudosistas que me desculpem, mas a Holanda, finalista de 2010, não parece a Holanda finalista de 74 e 78. O estilo é diferente, os talentos são diferentes e o momento histórico é outro.
A beleza mítica de Cruyff não existe mais.
A Holanda de hoje sabe o custo que é quase chegar e perder na hora h. Isso é o que chamo de momento histórico.
Em 74 e 78 os momentos de futebol mágico deixaram uma herança e um trauma. A Holanda de Sneijder é menos ensaiada, menos criativa e mais competitiva.
A campanha 100% das Eliminatórias se repete em plena Copa do Mundo.
Mais que um time, Marwijk pensou e planejou um elenco para a Copa.
Visualizou situações de jogo e convocou 23 jogadores para diversas variações de cada partida.
Contra o Brasil Huntellar entrou e Elia poderia ser opção de velocidade pelos lados de campo.
Babel também estava no banco. O holandês do Liverpool tem bom chute de fora da área e também é rápido.
A Holanda não brilha e não quer sofrer com fantasmas do passado.
Joga o jogo na condução de Sneijder e na solidariedade técnica de Robben.
Conta com o esforço de Kuyt e a boa técnica e bom posicionamento de Van Bommel.
Luta pelo hoje e sabe que no futuro novos fantasmas podem aparecer, mas aposta no bom momento para cravar o nome na história.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Brasil erra nas suas virtudes

Dunga assumiu a seleção e tentou dar uma cara mais séria ao time.
Apostou em uma forma de jogar, apostou no contra-ataque e na defesa forte.
O treinador percebeu que a defesa estava boa e que o contra-ataque estava quase afinado, faltava um passe mais acelerado na escapada da defesa para o meio.
Aí surgiu Felipe Melo. O volante que poderia acelerar o jogo com um passe mais qualificado entrou e até gol marcou. Dunga achou o time e acreditou que o trabalho estava feito. Não estava!
Os dias de confinamento serviram para a recuperação de Kaká e para escancarar que o time era meio quadradão, pouco versátil.
O estilo guerreiro se tornou um modo de vida.
Era preciso fazer cara de bravo, provocar, falar que o outro era cagão e mais e mais.
Ser guerreiro era necessário, mas era preciso ser inteligente.
Inteligente para variar a mecânica de jogo. Inteligente para entender os adversários e atacá-los nos pontos fracos.
A Holanda foi melhor no segundo tempo, mas nem precisava.
O Brasil errou nas suas grandes virtudes.
Felipe Melo exagerou na arte de guerrear e as defesa entregou dois gols.
É triste perceber que a seleção tinha pouco conteúdo.
Que perdeu tanto tempo, mas era óbvio que era preciso ter um arsenal maior para a principal luta.

Eu acredito no Brasil e também na Holanda

Brasil e Holanda vão entrar em campo na disputa por uma vaga na semifinal da Copa do Mundo. O confronto tem tudo para ser igual. Os times se equivalem e o modo de jogar também é parecido.
Acredito na solidez do sistema defensivo do Brasil

O sistema defensivo brasileiro é considerado o melhor do mundo. A dupla de zaga se posiciona bem e Lúcio vive um ótimo momento. Mas não acredito que o Brasil consiga fazer uma marcação eficiente em Sneijder. O meia holandês não se posiciona como um meia. Se for preciso, ele joga no campo de defesa e lá, talvez ele não tenha o acompanhamento necessário.

Acredito no jogo pelos lados da seleção brasileira
Maicon é muito rápido e sobe muito bem. Na última partida, Robinho e Michel combinaram algumas boas jogadas pela esquerda. Entretanto, Kuyt pode segurar Maicon e Robben é um perigo jogando em cima de Michel Bastos.

Acredito na boa técnica e na velocidade de Kaká

Kaká ainda não fez gol na Copa, mas já é possível ver um pouco de seu belo futebol.
Acredito na fragilidade da marcação dos defensores holandeses. Kaká é um ponto enorme de desequilíbrio.

Acredito na perna esquerda de Robben

Robben foi praticamente poupado na primeira fase da Copa. O craque do Bayern é um canhoto que joga pela direita e, no setor dele, vai encontrar-se com Michel Bastos. A jogada de cortar para o neio para bater com a esquerda é forte, manjada, mas não é a única. Robben espera Van Persie e abre espaços para a movimentação ofensiva lateral.

Jogo igual

Os talentos e os valores individuais são muitos. Brasil e Holanda são bons times que contrariam seus estilos e priorizam o equilíbrio. Quem vencer deve conseguir com méritos.
Acho perfeitamente normal o jogo ir para os penaltis.