quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Futebol brasileiro é carente de conceitos

A coluna do Jornal O TEMPO de 27/08 é uma reflexão sobre o futebol brasileiro.
Na minha visão, os clubes vivem como muitos de nós: sem pensar, sem planejar e sem nortes.
Todos erram! A imprensa também é levada ao erro de apontar uma promessa como craque e de permitir licenças perniciosas.
É fato que a falta de visão é determinada pelo apelo do som da caixa registradora que cada clube tem. A grande maioria sucumbe ao fascínio de ter atletas de grife e despreza a formação de pérolas que estão em casa.
Segue a coluna:


Poderia ser bem melhor

A visão sobre a formação de uma equipe e a opinião sobre uma partida de futebol e até sobre um jogador devem obedecer a conceitos que o analista tem e devem ser carregadas de argumentações que embasem suas idéias.
Não basta falar que o atacante jogou bem, é importante destacar que ele buscou os lados do campo, que não aceitou a marcação e por aí vai. É simplório afirmar que um técnico é fraco e o outro é bom.
O que vemos em campo é fruto do trabalho realizado em treinamentos durante a semana. É certo que devemos considerar os fatores externos como estado do gramado, falta de salários, erros de arbitragem e muito mais.
No entanto, algo além de esforço individual dos atletas tem que ser visto em campo. Trazendo a análise para o que os times mineiros vêm desempenhando no Brasileirão, uma conclusão é inevitável: Atlético e Cruzeiro estão devendo e muito.
A estrutura que as duas equipes têm deveria ser garantia de campanhas mais convincentes. É necessário computar na soma da análise a história dos jogadores e dos técnicos e, assustadoramente, Luxemburgo e Cuca estão devendo a eles mesmos.
Os dois treinadores são devedores de suas histórias como profissionais e precisam mostrar algo mais consistente em seus trabalhos.

Alternativa- Na tentativa de corrigir planos mal traçados, o comum é ver dirigentes fazendo loucuras e contratando jogadores a preço de craques. Basta dar uma olhadela para o que o Santos têm feito para afirmar que o tesouro pode estar dentro de casa. Neymar e Ganso erraram muito e exigiram paciência. Será que Atlético e Cruzeiro já não queimaram promessas feitas em casa?

Conceito- Para evitar a tentação do investimento mal feito é necessário ter o conceito da formação de jogadores arraigado nos dirigentes. Todo o trabalho feito em Bernardo, Dudu, Renan Oliveira e Wendel foi em vão? Será que eles não vingariam? Mentimos antes, quando acreditamos neles, ou depois, quando justificamos suas saídas? É preciso ter conceitos e morrer com eles.

Mercado- O discurso inaceitável é o que diz que as taxas são altas e que futebol é caro. Se é tão caro assim, melhor ainda seria investir na formação do atleta em casa. Entretanto, o que se vê é o discurso andar longe da prática. Afirmam que o futebol é caro e gastam milhões na compra de jogadores pouco interessados. Sobra discurso e falta peito para bancar a formação de atletas.

CBF- Na carona da falta de conceitos estabelecidos, é importante destacar que a mãe da contradição no futebol brasileiro é a CBF. A entidade que teoricamente organiza o futebol não faz o mesmo ser viável para os clubes e enche os bolsos de dinheiro utilizando jogadores de seus afiliados. Por incrível que pareça, os clubes aceitam ou fingem que não percebem. Até quando?

Um comentário:

Douglas disse...

Marra,

O Luxemburgo teve campeonato Mineiro inteirinho para testar jogadores da base, mas não o fez!!! Agora no Brasileirão ele tá lançando a meninada só em fria, parece que quer queimar a turma mesmo. Wendel e João Pedro foram laçados contra o Grêmio no Sul, agora o jovem Eron vai ser lançado contra o Flamengo no Rio, pocha vida, que isso!!!! E o Renan Ribeiro nunca teve uma oportunidade, até o Marcelo jogou no Gol do Atlético, e o Renan nada, será que vai ser lançado no próximo clássico contra o Cruzeiro que só vai ter tocida cruzeirense!!!!