Sempre é complicado alterar rotina e hábitos antigos.
Deixar de passar por determinada rua, ou trocar os alimentos para adequar à nova dieta sempre causam problemas.
Na arbitragem é a mesma coisa.
Os árbitros fazem a movimentação utilizando a diagonal.
Partem da proximidade de um auxiliar (antigo bandeira) e, na diagonal, buscam o a proximidade do outro auxiliar.
O objetivo é sempre ter um campo visual que permita enxergar o auxiliar e suas marcações.
Entretanto, a arbitragem paulista está passando por um período de testes.
A FIFA está avaliando a possibilidade de efetivar os árbitros de trás do gol.
A nomenclatura é feia: Árbitro Auxiliar Adicional - A.A.A.
Os A.A.As. sempre ficam atrás dos gols e vão observar os movimentos que acontecem dentro da área.
Eles ficam perto da baliza e podem sinalizar com maior precisão.
A presença deles altera o hábito de movimentação dos árbitros centrais.
Acostumados ao deslocamento na diagonal e buscando sempre manter o campo visual dos bandeiras, agora eles darão as costas para os auxiliares nos lances de área e terão novo ângulo de visão, direcionado para os Auxiliares Adicionais.
Não será fácil adaptar a um novo posicionamento e a uma nova realidade.
O que antes era um erro, agora é o segredo do sucesso.
Antes era obrigatório ter um auxiliar lateral (bandeira) no campo de visão e agora os árbitros darão as costas para eles.
O problema é ainda maior.
Os árbitros, que buscam a adaptação no Paulista, terão de voltar ao posicionamento e ao deslocamento antigos em jogos da Copa do Brasil - competição que é paralela ao Paulista.
Não será fácil coordenar as pernas, o olho e a movimentação de um modo para uma competição e tratar de voltar à prática antiga em outra competição.
Acho difíci aceitar justificativas para que os testes fossem aplicados no Paulista, que é longo e recheado de mídia.
O mais aceitável seria experimentar em outros torneios de tiro curto chancelados pela FIFA.
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