quinta-feira, 1 de abril de 2010

O melhor contra o melhor

O simples fato de ser um confronto contra um argentino já servia para aumentar a motivação, a euforia/ansiedade e a renda. Para colocar uma pimenta a mais, o jogo contra o Vélez seria contra o líder do grupo e trazia a lembrança da primeira partida, em Buenos Aires. O torcedor compareceu em bom número e assistiu ao melhor futebol apresentado pelo Cruzeiro em 2010. O futebol apresentado pelos argentinos era apontado como o melhor da competição. O Vélez apostou em Díaz na lateral, Cubero como volante pela direita, Somoza mais centralizado e Zapata e Papa pela esquerda. O baixinho Moralez, muitas vezes abria nas costas de Jonathan e os uruguaios do ataque clamavam por uma bola bem trabalhada pelo meio – mas ela não veio. A estratégia de Ricardo Gareca poderia ter sido ousada e inteligente, entretanto, Jonathan deu de ombros para Moralez. Ele sabia que tinha cobertura com Henrique ou Fabinho. A diferença do comando de Adilson se dá aí: Jonathan não é mais apenas um lateral e o time não é estático. Com a posse da bola, o Cruzeiro foi dando limites ao Vélez e Thiago Ribeiro se destacou pela movimentação. O primeiro gol da noite foi dele, que aproveitou boa jogada de Diego Renan.
O intervalo do Vélez foi maior que o do Cruzeiro. Gareca deve ter tentado entender o que estava acontecendo. Deu até para perceber que o Centenário apertou a marcação, no entanto, aos 3 minutos, Henrique roubou a bola e não fez o que faz um volante normal – ele levantou a cabeça, driblou e achou Thiago Ribeiro aberto pela direita, ele cruzou e Kléber se atirou na bola para fazer o segundo.
Gareca adiantou Papa e fez Lima entrar como lateral, Cubero foi para a direita. Moralez foi enquadrado em algum artigo do Código de Adilson Batista e não viu a bola. Nem deu tempo! Aos oito, novamente Diego Renan fez boa jogada e tocou para Thiago Ribeiro – vestido de meia – ele tocou para Kléber, que de biquinho fez o terceiro.
O Vélez mexeu e remexeu e de nada adiantou. Adilson fez Fabrício entrar e o meio só cresceu. A melhor partida do Cruzeiro em 2010 deve servir de modelo.
O time foi competitivo sem ser brigão. Foi técnico sem ser firulento. Foi ousado sem ser irresponsável. Foi bonito ver o que o Cruzeiro fez em campo.
A situação no grupo se tornou boa, mas todo cuidado é pouco. O Vélez perdeu o jogo que podia perder. Agora, os argentinos encerram a participação na fase de grupos contra o Dep. Itália em casa. O Colo Colo ainda disputa seis pontos. Três contra os venezuelanos, fora de casa e três contra o Cruzeiro em casa. Vida dura para todos, mas o Cruzeiro mostrou que é capaz de jogar bem contra qualquer time.

Nenhum comentário: