sexta-feira, 16 de abril de 2010

Coluna de O TEMPO

“A Federação Mineira de Futebol não tem a visão de proporcionar crescimento aos clubes do interior do Estado”


Poderia ser diferente


Todo ano e em muitos lugares algum escândalo se faz presente no futebol. Até o nosso carrasco de 1982, Paolo Rossi, esteve envolvido e foi punido por participar de manipulação de resultados. Na Itália, a poderosa Juventus sentiu o gosto do rebaixamento pelos mesmos motivos. A Inglaterra, em 1989, viveu um o desastre de Hillsborough - quando 96 torcedores do Liverpool morreram esmagados e pisoteados. O racismo também ronda o mundo da bola. Infelizmente o futebol imita a vida. Aqui em Minas, o que tem corroído a paixão pelo futebol é a estrutura de poder.

A Federação Mineira de Futebol não tem a visão de proporcionar crescimento aos clubes do interior. Não digo que é para beneficiar, no entanto, ao menos a FMF poderia oferecer o mesmo tratamento que é dado aos grandes.

A Comissão de Arbitragem, que foi colocada pela Federação, propaga com a boca cheia que os árbitros se concentram para os jogos do Mineiro e, na verdade, eles se concentram apenas para os jogos de Atlético e Cruzeiro.

Ora! Não está explícito, mas está implícito que contra eles não pode haver erro, que eles são os mais importantes. A FMF e a Comissão não poderiam pensar assim. É preciso oferecer aos clubes as mesmas ferramentas e benefícios.

Mudança. Trocar o comando da arbitragem mineira muda alguma coisa? Apenas os nomes. A Federação é que tem que repensar o futebol em Minas Gerais. É necessário democratizar a magia da bola. Clubes pequenos, que querem crescer, merecem crescer. É um absurdo ver que o Rio Branco de Andradas não pode disputar o Campeonato Mineiro.

Compare. Até quando o discurso do poder vai durar? Será que ninguém percebeu que o Paraná tem o mesmo número de títulos do Brasileirão que Minas? Será que ninguém percebe que o interior foge das disputas nacionais? Um elogio deve ser feito ao Tupi, que quer fazer futebol além do verão. E os estádios? A mudança passa mais pelo conceitual do que pela política.

Culpados. Se no cinema a culpa é do mordomo, no futebol ela cai nos árbitros. Mas, qual investimento é feito neles? Qual a blindagem? A arbitragem é encarada como sacerdócio. Enquanto em São Paulo s oferece um prêmio de R$ 200 mil reais ao melhor trio, em Minas, talvez eles ganhem um "muito obrigado".

Profissão. Mas, o discurso ensaiado faz os árbitros esperançosos abrirem largos sorrisos. Ao serem apertados, logo os donos do poder acenam com o discurso da regulamentação da profissão de árbitros. Que mentira! O caminho para que a profissão seja reconhecida é enorme e nem o primeiro passo foi dado. Enquanto isso, vamos assistindo a cenas de descaso e falação.

Um comentário:

Felipe Muniz disse...

Mario, concordo com você, o investimento feito no interior é pífio. Minas fica sempre dividido entre Cruzeiro e Atlético. Nam mais o América incomoda. De vez em quando aparece um Ipatinga da vida mas por conta de alguns mescenas e não de investimento no futeol do interior. Aqui em Juiz de Fora o papo é empre esse, acabou o Estadual e ai?O time continua ou não, vai ter rana ou não para disputar o Brasileiro?É sempre assim e a federação não faz nada. Será que nem a Raposa e o Galo enxergam que, se o Mineiro ficar mais forte, é a chance de aparecerem bons jogadores e os próprios aproveitarem esses para futuras competições? Respeito ao interior e incetivo para investimentos nesses times é uma sáida para termos um campeonato mineiro mais bonito.