quarta-feira, 7 de abril de 2010

O TEMPO de 09.04

A nobreza tem nome

Faça um exercício de tirar os olhos competitivos do futebol e procure ver algo de sublime nos gramados. No lugar de atletas robotizados e musculosos tente perceber se o sol brilha mais forte sobre alguém. No Camp Nou, em Barcelona, um anjo da bola tem dado o ar da graça. Ele não corre, prefere deslizar. Ele não carrega a bola, claramente, ela aceita o seu convite. Os outros batem para o gol e ele ensina o caminho. Em todo jogo, algum zagueiro tenta marcar e intimidar, pobres coitados, alguns nem percebem quando ele faz mais um gol. Todo fim de partida é a mesma coisa: os cinegrafistas procuram seu sorriso, os companheiros buscam seu abraço e os rivais se espremem pela camisa. Vai chegar o dia em que o árbitro vai se render e pedir autógrafo no cartão. Messi representa o sonho, o lúdico, o mítico. O Pulga é mágico e destila emoção. Alguns times são Ronney e mais dez, Cristiano Ronaldo e mais dez, Gerrard e mais dez – o Barcelona não é só Messi, mas o baixinho deixa o brilho nos outros dez. O talento irradia, envolve, entorpece, resolve, decide e enobrece qualquer título. Que Messi continue sendo Messi – mestre!

Arsenal- Os ingleses foram apenas outras vítimas do talento e genialidade do pequeno argentino. Lionel Messi foi procurado pela bola o tempo todo e fez os quatro gols dos espanhóis, todos com arte e com a assinatura dele. Na hora da definição das jogadas, ele, com requintes de crueldade deixa claro quem é mortal e quem tem o inusitado nos pés.

África- Perto da Copa, no momento em que Kaká e Rooney estão machucados, a estrela dos argentinos brilha mais que o normal. Tevez, Milito, Higuaín, Zanetti, Cambiasso, Verón e Sosa vivem momentos especiais. É verdade que Diego Maradona tem birra de alguns deles, mas se ele parar para pensar e se render ao óbvio, os argentinos surgem como favoritos.

Atlético- O time foi melhorando aos poucos e, mesmo sem ter brilhado, o Galo chegou na reta final. O América foi um adversário duríssimo e fez com que o Atlético colocasse em campo um espírito de competição maior que o apresentado nos últimos anos. Será reflexo do treinador? Entretanto, ficou muito claro que Obina vai fazer muita falta na hora da definição.

Um comentário:

Claudinei Souza disse...

Magistral a sua definição da atuação do Lionel Messi contra a equipe do Arsenal.
Você o definiu da forma mais clara possível. Foi uma exibição digna de um campeão mundial.
A Argentina é, sim, uma das seleções que tendem a abrilhantar a Copa da África.
Tudo dependerá do temperamento emocional de seu técnico, um grande ídolo mas um cara de um gênero difícil e, muitas vezes, teimoso e arrogante.
Um grande abraço, Mário!