quarta-feira, 7 de abril de 2010

Um filho do vento chateado

Cansei de ver Euller, o filho do vento, fazendo gols e correndo para cima de defesas adversárias.
No América, São Paulo, Atlético, Vasco, Palmeiras, São Caetano e com a amarelinha a cena se repetia.
A velocidade era tanta que os zagueiros temiam. Perto do fim de carreira e de volta ao seu berço no futebol, o Euller que vi hoje era retrato de desânimo e tristeza.
Meu filho estuda no mesmo colégio que um filho dele e chegando para buscar meu precioso deparei com um Euller de olhar perdido no horizonte em pleno dia de decisão.
Como de costume fui lá para cumprimentar e logo perguntei se o afastamento dele da delegação tinha alguma relação com a bela cena do último domingo, no jogo entre América e Atlético. Para quem não sabe a torcida do Atlético cantou os nomes dos jogadores do Galo e depois fez um saudoso, saudável e bonito coro de "filho do veeeento, Eu,eu,eu,Euller". Euller não bancou o hipócrita e agradeceu mesmo usando a camisa do América.
Paciente e triste, Euller disse que fez e faria outras tantas vezes o gesto de agradecimento e que não acredita que isso tenha influenciado a sua retirada do time e do banco, entretanto, os olhos do pai Euller se encherão de lágrimas quando seu filho chegou para um abraço.
Vale uma reflexão: será que um jogador que ano passado comprou ingressos e mais ingressos para distribuir ao torcedor americano merece ser tratado com desrespeito?
Alguém que honrou a camisa e deu retorno técnico e financeiro merece um fim triste?
Um atleta que nunca frequentou páginas policiais e sempre foi tratado como profissional é passível de descaso?
É verdade que o rendimento não é o mesmo do passado, entretanto, será que não seria inteligente mantê-lo no grupo ao menos para servir de referência para o grupo de jogadores?
Ou será que liderança positiva demais faz mal para o treinador?

4 comentários:

Leandro disse...

Ingratidão é um ato comum no futebol brasileiro. Uma pena!!!

meiodecampo disse...

Ser um bom profissional nos dias atuais não é garantia de reconhecimento. Infelizmente.

Claudinei Souza disse...

A não convocação do Euller para a partida decisiva contra o Atlético foi, sem dúvida, um fator desmotivacional e moral para o elenco do América.
Um jogador já acostumado com decisões em grandes equipes do futebol brasileiro é uma peça fundamental para engrandecer ainda mais os ânimos de vários atletas; um cara que, mesmo não entrando em campo, representa a raça e o respeito pelo clube que o revelou.
Faltou ao técnico Mauro Fernandes ter tido a percepção que a sua presença poderia ser um fator importante, visto por essa óptica.

Marcelo Carvalho disse...

A torcida do galo sempre teve uma relação de amor com o filho do vento. O carinho e o respeito que ela tem por ele é imenso; e traduz esse sentimento cantando o nome dele mesmo estando no rival! Não vejo problema nenhum no fato do jogador agradecer o carinho da torcida rival que já o teve e ainda o tem como ídolo!
PARABÉNS EULLER PELO CARÁTER, RETIDÃO E HONESTIDADE!!!