domingo, 2 de maio de 2010

Na trilha sonora de Marques




Marques foi contratado em 97 e o Galo vivia uma amnésia terrível somada a uma falta de conhecimento e excesso de esperteza de vários dirigentes que insistiam em um surrado discurso de que "o Galo é o Galo", "a torcida ganha os jogos", etc, etc. O tempo passava e o discurso só mostrava que a paciência teria limites.
2005 foi a gota d'água, mas nada indicava que a estrutura teria mudanças.
Marques saía e voltava. Em campo, nunca se negou a transformar jogadores interessantes e de boa presença na área em goleadores. Marques se tornou argumento para as diretoria. Dirigido por vários treinadores diferentes, ele se tornava a única opção diferente, mais lúcida e eficiente em campo.
O esquema do Galo era: bico pra frente tentando achar o Marques. Ora! Mais cedo ou mais tarde ele iria estourar e sempre, perto do fim do ano, ele estava no Departamento Médico e o time se mostrava carente da única opção boa ofensiva.
Com a camisa do Atlético ele voltou a colocar a amarelinha da seleção.
Perdoou uma dívida imensa e voltou nos braços da torcida.
As pernas se tornaram mais pesadas, mas o convívio com os jogadores era saudável e para alguns atletas das categorias de base ele era o ídolo e referência.
É certo que os títulos foram escassos, no entanto, apontar Marques como símbolo de uma era de fracassos é não contextualizar.
A final do Mineiro indicava que seria a última partida de Marques. As pernas já não rendem o mesmo tanto e o Atlético respira ares de produtividade.
Marques entrou aos 34 do segundo tempo. Roubou a bola e chamou Ricardinho para a tabela, que deu certo! Ricardinho, com muito estilo, colocou a história diante de Marques e ele fez o segundo gol do jogo. Não foi o gol do título, foi o da paz e da certeza de ter o dever cumprido.
Você conhece o Marques? Ele é adorável. Simples, educado, sincero, gente boa e hoje ainda mais feliz.
Das cadeiras do Mineirão, antes de sair o grito de "é campeão", o que se ouvia era o canto mais ouvido na última década: "olê, Marques".

Foto:Vander Ribeiro

5 comentários:

Custodio disse...

Olê Marquesssssssss!!!

Olê Marquesssssssss!!!

Olê Marquesssssssss!!!

Unknown disse...

Foi emocionante. Olê, Marques!

Unknown disse...

Quando o Marques fez o segundo gol fiquei tão emocionado que não sabia se eu pulava, se chorava ou gritava o famoso "Olê Marques". Marques é um jogador fantástico e uma pessoa genial. Belo texto, parabéns! Grande abraço para você Marra.

Claudinei Souza disse...

Um belo discurso, Vander!
Sentir o clamor por um jogador e a unanimidade de todo um coro de fiéis é, sem dúvidas, ser torcedor de uma nação; de uma irmandade.
Ser atleticano é ser único; é ser amor e paixão, decepção e perdão (...)
Marques sempre foi o fiel de muitas esperanças de títulos, até de um Brasileiro.
Mas nunca se queimou por querer sempre ajudar o Galo a conquistá-lo. Entre todos, foi um dos poucos que realmente sentia o desejo de conquistá-lo porque era o Galo, era para ser sempre do Galo qualquer taça em disputa!
Qual atacante se jogaria ao vácuo e, com a ponta de suas pequenas chuteiras, tocaria a bola mais uma vez para as redes adversárias senão o pequeno calango?
Um grande abraço, meu amigo.
Sorte e sucesso sempre!

Idéia Informática Ltda. disse...

Menos de um minuto antes do gol do Marues eu disse ao meu caçula: se o Marques fizer um gol, o Mineirao desaba, e não deu outra. Qual clube tem no seu elenco recente um jogador tão identificado com ele e com sua torcida como o Galo tem o Marques? Espero que o Lélio Gustavo e redima e peça perdão a ele e à torcida por ter dito, na sua última saída, que ele era pipoqueiro. Olê Marques !!! Kalil, segura o homem até o final do ano !!!