segunda-feira, 31 de maio de 2010

Cruzeiro deixa escapar a vice-liderança do Brasileirão

O Cruzeiro pagou caro pela derrota ontem à noite no Castelão, para o Ceará, pela 5ª rodada do campeonato. Com uma defesa lenta e um meio de campo inexpressivo, a Raposa foi presa fácil para a boa marcação do Vozão do Nordeste. Com o resultado, a equipe agora ocupa a 9ª posição na tabela.


Irreconhecível em campo, o clube de Minas não produziu um bom volume de jogo e acabou sendo surpreendido, pela esquerda, com o cruzamento de Misael para Lopes, convertido no único gol da partida ainda no primeiro tempo. A bola passou pela pequena área e encontrou o atacante livre, sem marcação e indefensável para o goleiro Fábio.


O primeiro tempo foi apático e cansativo de se ver! O Cruzeiro recuava muito a bola, com o zagueiro Gil retornando-a ao goleiro Fábio para dar prosseguimento ao jogo.


Com a boa movimentação do atacante Misael - o melhor em campo na minha opinião -, o Cruzeiro não conseguia apoiar o meio e nem o ataque pelas laterais, com o velocista cearense sendo quase um carrasco do seu marcador, impedindo-o de sair para o jogo e se descuidar de marcá-lo. Aliás, Jonathan e Fernandinho foram horríveis durante a partida; muito lentos e mal posicionados em alguns lances.


Com o Castelão lotado - cerca de 23 mil pessoas presentes -, o Vozão jogava atrás da linha da bola, esperando os melhores momentos para avançar e surpreender a defesa cruzeirense.


É nítida a falta que o Fabrício faz à equipe, principalmente se comparado com o Fabinho exercendo a sua função tática. Com Gilberto convocado para a Copa da África, a camisa 10 ficou para Roger, digo camisa 23, que não criou nada em campo e ficou meramente como uma peça ilustrativa no setor. Outro que fez falta foi o lateral esquerdo Diego Renan.


A bola não chegava no Thiago Ribeiro e o Kléber não aparecia para receber e tentar uma arrancada para cima da zaga da equipe comandada pelo técnico PC Gusmão.

O Cruzeiro apenas tocava a bola, sem nenhuma objetividade ou perigo contra o gol de Diego.


A defesa cearense, formada pelo bom lateral Oziel, Fabrício (ex-América MG), Anderson e Ernandes, inutilizou o ataque celeste, marcando muito bem quando se defendia. Outro que apareceu bem pelos nordestinos foi o veterano atacante Geraldo, substituído por Eusébio no segundo tempo.


Do lado do Cruzeiro, as falhas de posicionamento de Jonathan e Gil atrapalhavam o esquema tático do técnico Adilson Batista, incluindo o meia Marquinhos Paraná, que há muito está devendo para a torcida.


Após os 30 minutos, o Ceará atacou mais e o Cruzeiro foi obrigado a jogar recuado para não sofrer o segundo gol.


No segundo tempo, Adilson Batista promoveu as entradas de Elicarlos no lugar de Fabinho e Pedro Ken na vaga de Roger. O time ficou um pouco mais ofensivo, tanto que o Thiago Ribeiro meteu uma bola na trave.


Elicarlos deu mais mobilidade ao meio-campo e conseguiu neutralizar, parcialmente, as investidas do atacante Misael pela lateral do campo, fazendo a sobra da zaga.

Com a entrada de Ken, Kléber passou a atuar mais aberto, rememorando os antigos pontas-esquerda.


Há muito que o técnico Batista não muda a cara de sua equipe, insistindo na permanência, em alguns jogos, de jogadores visivelmente cansados, como Marquinhos Paraná, o Fernandinho e o Thiago Heleno, quando joga.


Mas, o inesperado ainda estava por vir!


Sentindo o bom momento azul, o técnico Adilson Batista promoveu uma nova mudança e colocou o atacante Wellington Paulista no lugar de Paraná. O ávido atacante ficou apenas seis minutos em campo e aumentou as estatísticas indisciplinares da equipe.


Cometeu a falta aos 34 minutos, reclamou com o juiz e foi advertido com o cartão amarelo e, como uma criança mimada, pegou a bola e arremessou-a ao chão com raiva. Foi expulso, prejudicando uma possível reação mineira em Fortaleza, no estádio Plácido Castelo.


Com o resultado, a Raposa perdeu três tabus: o Cruzeiro não perdia há 14 jogos como visitante em campeonatos brasileiros (a última derrota foi para o Grêmio por 4X1, no Olímpico), nunca havia sido derrotado pelo Ceará e perdeu, de quebra, a sua invencibilidade no Brasileirão 2010.


O Vozão assumiu a vice- liderança da competição e mantêm a melhor defesa das duas séries do Brasileiro, empatando com o América MG, com apenas um gol sofrido.


O juiz Péricles Bassols apitou muito bem, controlando os ânimos mesmo quando o Ceará passou a ser mais rígido nas faltas durante o segundo tempo.


Desejo citar um bom jogador para ser avaliada a sua contratação pela diretoria celeste: com um meio-campo deficitário, o nome do volante Corrêa, ex-Galo, poderia suprir a falta do Fabrício e até compor um meio mais eficiente do que o que foi escalado pelo técnico da Raposa ontem. Quem sabe?



Colaboração: Claudinei Souza

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