segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Kalil apoiou, eu reprovo

Procure separar as palavras da maneira de falar e você vai concordar muitas vezes com o presidente do Atlético.
Com o estilão agressivo, Alexandre Kalil inibe críticas, às vezes.
Outras tantas vezes o jeitão dele afasta a observação mais detida.
Quem consegue ouvir até o fim e pondera, normalmente concorda com as palavras, ainda que discorde da forma.
Ele mesmo impede que o conteúdo seja entendido.
Inúmeras vezes discordei da forma e aprovei o conteúdo.
Entretanto, discordei da declaração que ele deu ao apoiar a marcação da torcida em cima dos atletas.
Discordo, inclusive, em vários aspectos.
Vamos a eles:
1- Quando a torcida fala que vai pressionar os atletas, indiretamente ela assume que o treinador tem sido incompetente. Eu sei que são jovens e que jovens com dinheiro aprontam mesmo. No entanto, o Atlético paga e bem ao treinador. Faz parte das atribuições do treinador zelar pela disciplina dos jogadores. Se os jogadores estão nas baladas, o treinador teria que ganhar a confiança e a atenção deles para o trabalho.

2- O simples fato de apoiar a torcida é uma confissão de culpa. O presidente não tem que sair à caça de jogadores e nem deveria cogitar tal postura, ele, revestido de autoridade deve exigir um comportamento digno do salário que paga.

3- Falar que é até bom se jogador for perseguido pela torcida é saber da imediata desvalorização do atleta e da irreversível recuperação dele com a torcida.

4- Vamos imaginar que Kalil apenas tenha falado para pontuar que está cobrando. Não é razoável acreditar que a torcida será "amável" com algum atleta baladeiro. Imagine então qual a repercussão disso entre os jogadores. Será que foi bom para a imagem do clube?

Outros vários pontos devem existir e todos passam pela integridade física dos jogadores e pela falta de comando do treinador.
É covarde a atitude de expor jogadores. Entretanto, jogador que se acaba na noite não é covarde, é pouco profissional. Deve ser exposto de forma diferente. Deve ser submetido a exames e deve ser afastado pelo excesso no comportamento. Deve ser suspenso pela direção técnica e deve ter o caso encaminhado à direção de futebol.
Ainda lembro da atitude do ex-treinador do Galo, Levir Culpi, que ganhou seus jogadores em plena Série B. Protegeu os atletas da pressão da torcida e estabeleceu diálogo entre comissão técnica e grupo de jogadores.
Tomara que os jogadores possam curtir vitórias e que tenham vida própria sem Disque Denúncia e sem invasão de privacidade.

4 comentários:

Fábio F. Monteiro disse...

Bela explanação!
Eu completo sendo mais direto na questão de determinar a queda do time para a série B. Que clima terão os jogadores agora? A tensão vai deixar os atletas renderem?
Foi o maior tiro no pé que já vi um dirigente dar...

Abraço!

Luiz disse...

Concordo com você. É irresponsabilidade, pra dizer o mínimo, um dirigente pedir "cacete" nos jogadores. Será que ele não tem noção da força dessas palavras junto ao "gado" que é uma torcida de futebol? Torcedor, quando em grupo, se comporta como horda insana e não raro provoca tragédias e prejuízos pessoais. Hordas devem ser contidas, nunca incentivadas. Kalil pisou na bola.

simone castro disse...

Kalil, como sempre, falando demais para ficar bem com a torcida. Inacreditável um presidente falar uma besteira dessa, incentivando a violência! Jogador levar cacete na madrugada é bom? Só um INSANO como ele para falar isso!
A violência está aí, todo dia, e o presidente psicopata quer aumentá-la ainda mais!
E ainda tem jornalista que morre de medo desse maluco, que quer mais é tirar dos próprios ombros toda a culpa pelas loucuras financeiras feitas no atlético!
E mais: o que luxemburgo está fazendo em relação a isso tudo?

ESTÁ TUDO ERRADO!

Dureza disse...

Assim como Luxemburgo não é técnico, Kalil não é presidente.

Ocupam os cargos, nada mais.