quinta-feira, 4 de março de 2010

Coluna de O TEMPO

A chuva evidenciou problemas

Teófilo Otoni recebeu o Atlético de braços abertos. Atleticanos da região, torcedores do América e curiosos só falavam do jogo e citavam, na ponta da língua, o currículo dos jogadores e comissão técnica. Foi só o ônibus do Atlético chegar, que o tumulto tomou conta da portaria do hotel. Um dia antes do jogo a diretoria, comissão técnica e o grupo de jogadores do América foram ao campo e comemoraram a presença do time na elite do futebol mineiro. O respeito ao Atlético era evidente, entretanto, todos viam a chegada do Galo e a transmissão pela televisão como um grande evento, uma oportunidade. Cerca de trinta profissionais envolvidos na transmissão, desde os cinegrafistas ao narrador. A imagem percorreu oceanos e chegou até Portugal, Nigéria, Estados Unidos e muitos outros países. Tudo caminhava tranquilamente até que, a chuva fina virou um temporal. A preocupação com a continuidade da partida só era diminuída quando ouvíamos que a cidade, que vivia um racionamento de água por causa dos quase quatro meses sem chuva, estava inquieta com a tempestade e os alarmantes números próximos de 80% de áreas de risco de desabamentos da região.

Autoridade- Para dar continuidade à partida a resolução seria muito simples. Bastava que o delegado do jogo usasse a autoridade confiada a ele. Com ele estava a decisão. Ou delegado não é mais delegado? O árbitro ficou exposto ao erro, jogadores às contusões e nenhuma decisão era tomada. Também não basta apontar o delegado da partida como vilão.

Estrutura- É necessário que o delegado do jogo se sinta revestido da autoridade para exerce-la com paz e tranqüilidade. Imagino que se ele foi escalado para um jogo de tanta importância, no mínimo, ele teria que se sentir capaz de decidir. No entanto, a estrutura centralizadora de poder da Federação entrou em campo e o presidente que assistia ao jogo mandou que ele fosse interrompido.

Sobriedade- Os fatos e as ausências de decisões nos causam arrepios, trazem alerta e questionam o comando do futebol em Minas, entretanto, diante da omissão, tudo o que se espera é que haja sobriedade e reflexão. Vai adiantar alguma coisa tomar decisões desumanas e precipitadas? Demissões e substituições só deixam claro que não havia zelo antes.

Tempo- Sempre há tempo para tratar o produto com o valor que ele merece. Entendo que o comando da Federação caiu no colo do presidente, no entanto, ficou evidente que o Campeonato precisa ser tratado com mais carinho. Vejo os contratados da Federação trabalhando com empenho e suor, mas a estrutura precisa ser repensada.

Um comentário:

Claudinei Souza disse...

O jogo em Teófilo Otoni foi uma verdadeira piada. Faltou ao delegado da partida interromper a disputa tão logo fosse observado as inúmeras e pequenas lagoas que se formaram no gramado.
Me lembra uma anedota japonesa:
Q xuva non? Dá pra lava ropa sem gastar a água de Tochiro!