quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Campeonato Espanhol

No Camp Nou mais um tabu foi mantido. Normalmente, tabus envolvendo o Barcelona são sempre favoráveis ao time catalão, mas dessa vez foi um pouco diferente: desde 2006 o Villarreal, jogando no Camp Nou, não perde para o Barça. A última vitória do Barcelona sobre o Villarreal - jogando em Barcelona - foi no dia 26 de novembro de 2006, pela 12ª rodada da temporada 2006/2007.
A primeira partida do Barcelona em casa após a conquista inédita do Título do Mundial de Clubes da FIFA merecia não só uma grande festa, mas também uma atuação de gala. Além de ver as seis taças conquistadas na temporada, a torcida do Barça queria, e merecia, ver uma atuação perfeita. A ocasião seria uma boa oportunidade para o time catalão acabar com o Tabu. Tudo indicava que a festa seria completa quando, logo aos sete minutos, o jovem atacante Pedro abriu o placar. Após cruzamento de Daniel Alves, o francês Henry bateu de primeira, com muita categoria, e a bola, após explodir no travessão do Villarreal, sobrou limpa para o atacante que, livre de marcação e em posição legal, não encontrou nenhuma dificuldade para estufar as redes. Com a vantagem no placar, e na bagagem as taças mais cobiçadas do mundo – UEFA Champions League e o Mundial de Clubes - o Barça relaxou. Um relaxamento natural e perigoso. Durante boa parte do primeiro tempo administrou a partida utilizando sua principal arma: a posse de bola. Sem Messi – poupado pelo técnico Guardiola - e Yaya Tourré - convocado pela seleção da Costa do Marfim para a disputa da Copa Africana de Nações - o time não encontrou dificuldades para trabalhar a bola pelo meio. Xavi - como de costume - jogou muito bem e, mesmo com a ausência dos dois companheiros, ao lado de Busquets conseguiu dar ao meio-de-campo uma boa consistência. A aguerrida equipe do Villarreal, comandada pelo capitão Marcos Senna, pouco produziu. Chegava mais na base da vontade do que na categoria e no toque de bola. Se restringia às investidas isoladas do brasileiro Nilmar, que teve a árdua missão de comandar o ataque do “Submarino Amarelo” contra a defesa catalã liderada por Puyol. A leveza e velocidade do atacante brasileiro não foram suficientes para superar a técnica e precisão da defesa Catalã. Como no futebol espanhol o jogo é solto, quem joga deixa o adversário jogar, o Barcelona se expôs e ofereceu espaços para o time do Villarreal que, aos 27 minutos, teve uma ótima oportunidade de empatar a partida. O atacante Fuster recebeu cruzamento e, da marca penal, cabeceou livre; a bola tocou o chão e passou, com muito perigo, por cima da meta defendida por Valdés. Se pelo Villarreal Nilmar era o único homem jogando realmente avançado, o brasileiro esporadicamente recebia o auxílio de seus companheiros, pelo Barça, sem a presença de Messi, Henry e Ibrahimovic pareciam não se encontrar em campo. Henry até que se esforçava, corria muito e se movimentava bem pelos lados, enquanto isso, Ibrahimovic estava irreconhecível. Errava muitos passes, finalizava mal, cometia muitas faltas e constantemente se encontrava em posição de impedimento. Até o momento, essa foi a pior atuação do sueco com a camisa do Barça. O talento de Ibra é inquestionável, mas confesso que senti saudades de Samuel E’too.
Empate: No início do segundo tempo o Villarreal conseguiu chegar ao empate. Aos cinco minutos, após boa jogada de Nilmar, a bola espirrou na defesa e sobrou para o meia Cani cruzar na medida para o atacante Fuster empatar a partida.
Após o empate o Barcelona continuou tranquilo em campo. Adotou a postura de manter a calma e, como tem um time realmente mais técnico, acreditou que o gol da vitória viria naturalmente. O tempo passou, o ataque do Barça continuou desajustado e o gol não veio. As poucas oportunidades criadas eram sempre desperdiçadas e, enquanto isso, o Villarreal continuava assustando. As investidas do “Submarino Amarelo” eram sempre perigosas e aos 41 minutos Puyol salvou o Barça de sair de campo com a derrota. O zagueiro tirou a bola "em cima da linha" quando o atacante Rossi finalizou rasteiro na saída do goleiro Valdés.
Pelo futebol apresentado pelas duas equipes o empate ficou de bom tamanho. O Barça, pela falta de criatividade, não fez por merecer a vitória e o Villa, pela aplicação e empenho, não merecia a derrota. O placar final, o empate em 1 a 1, acabou sendo justo.
Quem perdeu boa oportunidade de encostar de vez no Barcelona foi o Real Madrid. Sem Kaká, que se recupera de lesão no púbis, o time merengue não passou de um 0 a 0 sem graça contra o 12º colocado Osasuna.
Apesar dos tropeços, os dois gigantes da Espanha, Barcelona e Real Madrid - na 16ª rodada do campeonato - já abriram uma confortável distância dos demais clubes. O líder Barcelona tem 40 pontos conquistados, dois a mais que o segundo colocado Real Madrid, com 38 pontos, e oito de vantagem sobre o terceiro colocado Valência com 32 pontos.
Na próxima rodada o Barcelona joga fora de casa contra o Tenerife. O Real Madrid enfrenta o Mallorca no Santiago Bernabéu. Já o Valência tem pela frente o Xerez, lanterna da competição com apenas sete pontos. (VR)

Colaborador: Vander Ribeiro

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