Sobrou para Togo

A Copa Africana das Nações se tornou uma competição bastante interessante. O futebol africano é alegre, ofensivo e recheado de estrelas internacionais. Entretanto, os riscos ainda são muitos naquele continente. Vários países ainda não tem o regime democrático estabelecido. Ainda outros tantos sofrem com a exploração de outras nações, grandes em pompa e pequenas na humanidade. A estratégia dos países exploradores é perversa. Fomentar a discórdia e ódio buscando explorar recursos naturais como petróleo e diamante. Acabar com qualquer tentativa de educação e estabelecimento de ordem e democracia. Vários grupos de revolta e guerrilha armada são financiados por países com outros interesses, o que causa a intranquilidade e garante a permanência da pobreza para a população e riqueza para os exploradores.
Angola viveu diversas guerras civis e o atentado ao ônibus da delegação de Togo mostrou ao mundo que a situação não está totalmente resolvida, longe disso.
Mas a Copa foi marcada e os times foram obrigados a liberar seus jogadores caríssimos. As seleções se reuniram e se prepararam para a batalha, que a princípio seria só em campo.
Ao atravessar a floresta de Cabinda, entre o Congo e Angola, a delegação foi vítima de um grupo armado. Jogadores atingidos, motorista morto, jornalista morto. Um desastre, um absurdo.
Não seria a hora de a FIFA usar de seu poder e impedir a abertura da competição? Não seria o momento de as seleções se unirem e se solidarizarem com Togo e preservarem suas próprias vidas? Não seria o caso de até a ONU ajudar a jogar luz nos conflitos da região?
Seria. No entanto, apenas Togo, até o momento, sofreu e vai sair da competição. Talvez até o país sofra alguma punição da FIFA. Às vezes é necessário buscar a essência do futebol. Futebol é para ajuntar, reunir, divertir. Quando o constrangimento e a violência assumem o papel de maior destaque é melhor deixar a bola parada.