segunda-feira, 28 de setembro de 2009

O antigo segredo que ainda dá certo

Em 2003 o Cruzeiro foi campeão brasileiro com muita tranquilidade. O time tinha no seu meio de campo muita pegada e boa saída de bola. Augusto Recife marcava perto da zaga. Maldonado fazia o volante pela direita e Wendel era o secretário do Leandro, pela esquerda. Responsável por trazer o imponderável a campo, Alex regia o time, alimentava o ataque e ainda marcava muitos gols. Era o losango em campo. Uma ponta, a mais defensiva, com Recife. Pelos lados estavam Maldonado, na direita, e Wendel, pela esquerda, na outra ponta da figura geométrica estava Alex. O losango é responsável por um conflito na cabeça de treinadores, comentaristas e jogadores. A luta é para descobrir qual a melhor formação de meio campo. Outra figura geométrica muito utilizada é o quadrado. Em campo o quadrado representa dois volantes próximos e dois armadores lado a lado a lado. Qual desenho é mais eficiente? Os dois, ou, nenhum deles! Quem faz o desenho saltar do papel, criar vida e marcar gols são as peças, os personagens que representam vértices, pontas, etc. Gosto de um meio com muita pegada e muita posse de bola, aí entra a preferência pessoal. Para valorizar a posse de bola e roubar a "pequena" estou inclinado a preferir o losango. Entretanto, para que o esquema se torne vencedor é necessário que os dois volantes, o da direita e o da esquerda, assim que recuperarem a bola, deixem de ser volantes, roubadores de bola e passem a assumir uma postura mais ofensiva. É como se trocassem de roupa, de fantasia. Largam a armadura de volante e vestem uma roupa mais leve para participarem ofensivamente, criativamente do jogo.
O Atlético, no jogo contra o Santos, foi assim. Jonílson foi o primeiro volante. Ladrão de bola, deu bico pra fora, fez cara feia, fez o trabalho sujo, e, em alguns momentos fez até com boa categoria. Márcio Araújo, fez o volante pela esquerda. Chamou Thiago Feltri para o jogo, teve boa condução e bom passe, gastou a bola pelo lado esquerdo. Pela direita quem jogou foi Corrêa, facilitado pela boa presença de Carlos Alberto pelo setor. Com as mesmas características de Márcio, Corrêa ainda sente a falta de entrosamento, no entanto, compensou com boa técnica, boa disciplina tática e bons passes. Faltou o 10! Faltou o homem de aproximação, voltando no tempo, faltou o Alex. Embora eu saiba que talentos como aquele 10 estejam em extinção. Evandro foi o responsável, ele exerceu a função e foi muito bem. Boa movimentação, apareceu bem perto dos homens da frente e até fez gol. É preciso destacar que Evandro permite que os volantes saiam bem para o jogo. Ele fecha bem, volta bem e até diminui os espaços do adversário. É como se fosse um losango com a ponta um pouco recuada.
O segredo de muitos times é o meio. O meio ganha e perde jogos, dá mobilidade, dá pressão, retém a bola, rouba a bola e distribui com velocidade. A exibição do meio atleticano contra o Santos foi muito boa. Se o Galo mativer a pegada e qualidade na organização a torcida vai ter alegrias. O duro é a manutenção em um padrão elevado como o do jogo contra o Peixe.

2 comentários:

Alison Pitangueira disse...

Olá Marra, tranquilo? Que show de análise tática, hein? Parabéns! Se o Galo jogasse assim sempre, iria longe! De qualquer forma, vamos ver se pelo menos mantém uma regularidade, agora com todos à disposição. Grande abraço para você e o "loirinho" da Globo!!! rsrsrsrs Ps: Estou com texto novo no blog:

http://alisonpitangueira.blogspot.com
Valeu!

Bessas disse...

Mário,


Percebo o galo focado nas últimas 12 rodadas, podemos chegar sim. Não acredito que este time vá cair (quando ficou 6 rodadas sem vencer)de produção. E se sábado confirmar a vitória diante do barueri,uhhh sei não, vai contudo até o final.

Abraço,
Reginaldo Bessas
Bairro Ouro Preto