quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ctrl c Ctrl v do Blog do Carpinejar

Algumas vezes já elogiei o poeta gaúcho Fabrício Carpinejar. O que poucos sabem é que ele gosta e muito de futebol. Eu, visitante diário do blog dele, desta vez li um post que gostaria de dividir. O assunto é polêmico, cruel, triste e importante.
Segue:

Enfim, a história escreve o último capítulo do livro "O negro no futebol brasileiro", de Mário Filho. Rolo Compressor tece justa homenagem a Andrade, Orfeu das pranchetas, maestro do Flamengo no Brasileirão 2009: "Andrade poderá ser o primeiro técnico negro campeão brasileiro. Foram raros, foram poucos os que regeram a casamata do estádio. Ele põe fim ao apartheid da última hierarquia do esporte. Até o exército foi mais justo antes. Não há negros no comando dos nossos principais times. Existem preparadores físicos, assistentes, dirigentes. Mas nunca existiu um negro mandando numa grande esquadra, organizando taticamente o elenco, dando a palavra final sobre a escalação. É como se ele pudesse chefiar com a bola nos pés, não fora do campo. Como se o negro fosse um operário, vetado como engenheiro, proibido como arquiteto das emoções das arquibancadas. Como se relegasse ao negro o papel de ator, não permitindo seu desempenho como cineasta, barrando a função autoral e a inteligência operística."

2 comentários:

Pedro Henrique Vieira disse...

Parabéns pelo “Ctrl C Ctrl V” Mário.
Sensacional o artigo do Carpinejar. Um assunto polêmico, mas que deve ser debatido exaustivamente entre a população e jornalistas. É difícil admitir, mas ainda vivemos num mundo (e num país) repleto de preconceito e racismo. Mas tudo isso é velado. Pena que todos nós sabemos e fingimos que está tudo normal, que vivemos numa sociedade justa e com direito para todos. A hipocrisia é o que destrói o senso e o sentimento puro e solidário da sociedade. É preciso uma nova postura de todos nós. Todos, sem distinção, merecem uma oportunidade.
Já passou da hora de começarmos a pensar nos outros e esquecermos um pouco nosso ego.
Grande abraço Mário.
Pedro Henrique Vieira
(http://www.pedrohvs.blogspot.com/)

Viviane disse...

Lindo texto!
Bom para refletirmos sobre como vivemos.
Nesse país democrático, multiétnico, o preconceito e a discriminação são velados. E o destino se encarrega de solucionar os problemas que a sociedade tenta ignorar.
Parabéns ao Andrade!
Admirei como atleta e agora aplaudo como técnico.