Pra brasileiro ver
O debate sobre o calendário do futebol brasileiro esquenta ano após ano. Várias palavras diferentes passaram a fazer parte do nosso vocabulário esportivo. Mercado, janela, transferência, economia e parcerias são usadas por dirigentes e torcedores. Entretanto, em meio aos debates sobre mudanças de calendário algumas perguntas dificilmente são respondidas com firmeza: devemos copiar algo do futebol europeu? O que deve ser copiado? Alguém mais apressado poderia falar que eles é que sonham em copiar nosso talento. Outros poderiam assegurar que a mudança de calendário é para ontem, no entanto, o modelo europeu exige outras reflexões, inclusive culturais. Veja o exemplo do Inglês. Liverpool e Manchester United, com 18 títulos e Arsenal, com 13, são os bichos papões, seguidos do Everton com sete conquistas. O Liverpool foi fundado em 1892 e teve, até hoje, 17 técnicos. O Manchester nasceu em 1878 e 20 treinadores passaram pelo clube. O londrino Arsenal é de 1886 e 25 comandaram a equipe. Apenas para comparar, o Atlético nos anos de 2005, 2007 e 2008, no Brasileiro, foi treinado por nove técnicos diferentes. Para não ficar nos gigantes ingleses, o Bolton Wanderers nos seus 131 anos foi dirigido por 21 técnicos diferentes.
Sites- Basta entrar em qualquer site dos times da Primeira no Brasil que uma constatação é óbvia: os sites são basicamente de notícias. Entre nos sites do Wigan, Charlton, Sunderland e outros e observe que a ênfase está na venda e licenciamento de produtos e na fidelização do cliente/torcedor. Nem é preciso entrar nos sites dos grandes campeões.
História- Os campeonatos e os clubes ingleses passaram por guerras, escândalos, hooligans e ainda assim os torneios atraem cada vez mais um número maior de público. Todos sabem que dificilmente o Wolverhampton vai ganhar algum título, entretanto, a lotação do estádio está garantida até o fim da temporada. A credibilidade é vital para a comercialização da marca, do clube.
Atlético- Atenção! Repetindo: Atenção! Jogar contra o São Paulo sempre requer muita atenção, e o Galo, ultimamente, tem resolvido as partidas entrando desligado em campo. É muito mais difícil jogar com o placar negativo. Por outro lado, se o Atlético surpreender o adversário, já passa a responsabilidade para frente e pode usar a velocidade do contra-ataque.
Cruzeiro- Também não espero jogo fácil contra o Botafogo. Jogando contra favoritos o clube carioca surpreendeu dentro e fora de casa. Todo cuidado é pouco com os lances de bola parada. Lúcio Flávio bate muito bem na bola. É preciso pensar o jogo, pouco vai adiantar tentar resolver de qualquer jeito a partida.
Um comentário:
Se a fórmula de disputa do Brasileirão mudar, dificilmente os clubes brasileiros chegaram ao nível de organização dos clubes citados pelo Mário. Aliás, parece que é isso que a emissora que detém os direitos de transmissão quer. Quanto menos valorizada a competição, menos dinheiro terá que desembolsar com clubes. O pensamento deveria ser o inverso. Quanto mais prestígio tem um produto, mais poder tem quem o compra. Se os ingleses tievessem os melhores jogadores do mundo, com certeza teriam os piores dirigentes, pois dizem que Deus não dá asas a cobra.
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